Entendendo um pouco mais sobre Moeda
No texto desta semana vamos falar sobre Moeda. Ao longo da história do capitalismo ela sempre foi uma questão fundamental. É a moeda que permite a divisão do trabalho entre as várias profissões, possibilitando que depois os agentes se direcionem aos mercados e façam a troca das mercadorias que produziram, de modo a satisfazer suas necessidades ou desejos. Ao invés de ter que produzir “tudo” os indivíduos se especializam em determinadas atividades e depois fazem trocas – assim o sistema econômico ganha eficiência.
Só pra deixar claro: em economia, moeda não se refera apenas à essa circunfência metálica de menor valor, mas a qualquer instrumento utilizado como pagamento (cédula ou transferencia eletrônica, por exemplo).
É nesse sentido que alguns economistas entendem a moeda como “equivalente geral”, justamente pela capacidade de ser aceita na troca com qualquer mercadoria que seja negociada no mercado. Essa função de servir como meio de troca das mercadorias é apenas a primeira entre as três principais funções da moeda.
Pra ser mais didático vamos estudá-las mais detalhadamente:
Meio de troca:
Essa é a função mais elementar da moeda. Ao permitir que a mercadoria saia das mãos do vendedor para as mãos do consumidor a moeda serve como meio de troca. Assim a moeda atua como facilitadora dos movimentos no mercado, permitindo as transações entre compradores e vendedores.
Unidade de conta:
A moeda também serve para expressar preços em uma unidade amplamente aceita: quando se fala que algo vale R$ 10, R$ 20 ou R$ 50, todos entendem o que significa porque a moeda permite a criação de uma unidade de conta que mensura o preço das coisas. Por isso dizemos que um sapato custa, por exemplo, R$ 200 e não que um sapato custa 3 camisas. Todos os preços podem ser expressos em reais. Além disso podemos fazer comparações, sabemos que algo que custa R$ 50,00 reais custa o dobro de algo que tem R$ 25,00 como preço. A unidade de conta permite a existência das cadeias de produção, de contratos e até mesmo dos salários como conhecemos.
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Reserva de Valor:
Se refere à capacidade da moeda de guardar o valor que ela expressa ao longo do tempo. Durante os processos inflacionários é justamente essa função que começa a se perder, o valor da moeda deixa de ser estável ao longo do tempo, ela não consegue mais transportar o seu valor para o futuro. E o resultado da perda de valor da moeda é o aumento dos preços, como a moeda vale menos exige-se maior quantidade de moeda
Não se esquecer que...
Como tudo na economia a moeda também não é ponto pacífico, longas discussões acadêmicas se estendem sobre a função da moeda, sua origem, sua capacidade de alavancar a economia ou até mesmo sobre as causas da inflação. Este é apenas um esboço da visão mais amplamente aceita, que é ensinada nos manuais de economia.
Outro ponto interessante sobre a moeda, além das suas características econômicas vistas acima, são suas características físicas. Para que algo seja considerado moeda é preciso certas condições materiais, ou será que não? A moeda bancária e as criptomoedas colocam uma discussão interessante, mas isso fica para um texto do futuro.
Referência:
CARDIM DE CARVALHO, Fernando J. et al. Economia Monetária e Financeira: teoria e política. Rio de Janeiro: Campus, 2007.
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2 aMuito bom o texto, bem intuitivo e com termos simples!! 👏👏👏👏👏
Assessor de Investimentos | XP Investimentos
2 aParabéns pelo conteúdo! 👏👏