Equilibrando valores pessoais e institucionais nas equipes.
Um dos maiores desafios que tenho observado em equipes são as diferenças - às vezes sutis, às vezes intensas - entre os valores pessoais e os valores institucionais. Por um lado, há a interpretação dos valores institucionais que, por mais que pareçam claros, poderão ser compreendidos de diversas formas.
Aprendi na prática que não devemos contar com a "obviedade" de que uma premissa estará clara e entendida de igual maneira por todos.
É só lembramos que a cada palavra correspondem vários significados não havendo nessas nuances o certo e o errado, mas as possibilidades de compreensão de um termo, que dependem do contexto no qual ele é empregado.
Uma simples frase poderá suscitar diferentes entendimentos e ações a partir dela. Por esse motivo, sempre busquei manifestar a minha compreensão sobre missão, valores e objetivos e criar circunstâncias nas quais pudessem ser realizadas reflexões coletivas sobre princípios institucionais.
Por outro lado, temos as pessoas e seus conjuntos de valores, baseados em suas referências e seu grau e apreensão de conceitos. A diversidade de ideias estará sempre presente em um grupo e a harmonização desse conjunto complexo como os objetivos institucionais torna-se um desafio.
Muitas vezes, certas incompatibilidades conceituais não estão declaradas, mas se apresentam nos modos de agir e conduzir.
Imaginemos a coordenação de gestores de diferentes departamentos, recebendo todas as mesmas orientações. Alguns poderão não concordar com os princípios propostos, e desenvolverão o trabalho com sua equipes a partir de suas concepções individuais. Isso ocasiona, na prática, a ocorrência de ações dissonantes ou pouco convergentes. Então, como lidar com essas situações?
O espaço de atuação do gestor é limitado por fatores políticos, culturais, estruturais e de outras ordens e, como todo espaço do convívio humano, está cercado de contradições.
Por isso, em vez de ser uma zona de conforto, muitas vezes é palco do desconforto entre os ideais institucionais descritos em documentos e as tensões resultantes das apreensões individuais.
Acredito que a construção coletiva do conhecimento seja um caminho possível, estabelecendo-se dinâmicas de diálogos e compartilhamentos entre as pessoas de um mesmo grupo e grupos distintos.
À medida que as conversas são estimuladas, os valores desejados poderão ser apresentados e defendidos, assim como dúvidas terão um lugar para a sua expressão.
A comunicação passa ser mais fluída e as ações dissonantes tende a diminuir, uma vez que os, propósitos originais passam a ser disseminados em várias configurações.
Na prática, observo que ainda temos muita dificuldade de dialogar. As pessoas costumam estar em reuniões armadas com suas verdades, prontas para contra-argumentar, considerando como certo o seu ponto de vista, e pouco dispostas a abrir mão de suas certezas.
Tem dificuldade de escutar o argumento diferente e se mostram abertas ao que estiver convergente ao seu pensamento.
Suas expectativas se voltam para ouvir as respostas que já definiram como as corretas previamente.
Mantendo-se essa dinâmica tudo ficará onde sempre esteve.
Mudar essa circunstância é um importante exercício para as organizações e gestores, se desejarmos estar em permanente estado de trocas, de aprendizagens e de transformações.
Vamos em frente!
Assistente Administrativo Grupo Gente
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