A era da maçã acabou?

A era da maçã acabou?

Teve uma época que ter um Apple era uma das coisas mais legais do mundo. Por ter qualquer um dos produtos da marca, automaticamente duas coisas eram rotuladas em você: primeiro, tu tinha muita grana, e segundo, era descolado.

Imagina que loucura, em 2000 e poucos, um celular sem teclas e números? Ou aqueles notebooks coloridos? Um aparelhinho de nada, que dava pra esconder na palma da mão, e que cabia um monte de música, com o qual você ficava horas ouvindo e quando viajava ou, para se mostrar o maioral, usava na academia enquanto fazia os exercícios?

E a grande sacada era que os aplicativos que eram escritos para esses aparelhos, eram só para eles. Logo, não tinha essa coisa de ter um programa no celular deles é ter algo igual no seu computador de casa. No máximo, existiam coisas semelhantes.

Quem tinha um Apple, de qualquer estilo e modelo, era rotulado como o senhor ou a senhora maçã, logo, como alguém além dos seres normais. Mas até quando?

A diversidade das marcas

Claro que o mundo não ficou trancado só em uma marca. Claro que ainda existem os apaixonados pela Apple e que não vão trocar seus produtos por nenhum outro. Mas com a abertura que a marca deu, mostrando para as outras que não era pra ter medo, que as pessoas não iriam se assustar com celulares somente com telas, Nokia, Motorola, LG, entre outras, entraram no mercado competitivo. A grande diferença é que essas marcas se juntaram a uma grande empresa - o tio Google - e utilizaram em seus telefones e outros aparelhos o sistema Android.

Agora, imaginem a seguinte visão apocalíptica do mundo: nós estamos dando todos os nossos dados para duas empresas do mundo, basicamente: ou a Apple, ou o Google (e olha que o Google tá ganhando em disparada). Tudo o que fizemos, tudo o que escrevemos, tudo o que salvamos hoje em dia, para ter um “backup”, vai pra nuvem, e essa nuvem eh de uma dessas empresas. Ok, não vamos esquecer da Microsoft também, eles tem seus méritos - mas o Bing não é um deles…

Vocês já imaginaram que essa gente é dona da nossa vida? Eles sabem tudo sobre nós, e nos direcionam para o que querem que vejamos.

Um exemplo: se você quer emagrecer, e pesquisou isso no Google, é certo que quando entrar em algum blog ou site - que não tem nada a ver com dieta - vai aparecer alguma propaganda de emagrecimento ali. Isso acontece simplesmente porque um algoritmo sabe que um dos seus interesses é esse e acaba te mostrando propagandas direcionadas para essa área, as quais você acaba clicando e, assim, entrando em um círculo vicioso no qual dá mais informações para o algoritmo e ele te mostra mais sobre o que você mais clica.

Sério, tem vezes que tenho vontade de usar aquelas camisetas escritas “I ❤ Google”, de tão interessante que acho a forma que esses caras criaram de direcionar nossas vidas somente para aquilo que, ao menos eles, acham que é do nosso interesse real. Porque imagem que maluquice seria todo o dia ter de garimpar, dentro do mundo gigante que é a internet, as notícias reais e que nos interessam de verdade?

Às vezes dá uma saudade daqueles jornais de sextas pela manhã, impressos durante a madrugada e entregues nas nossas casas, com o resumo da semana, não? A vida parecia tão mais fácil naquela época.

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