A era do descartável chegou ao empreendedorismo?
Ultimamente tenho lido alguns textos e ouvido alguns podcasts sobre empreendedorismo, muitos deles voltados para startups, mas outros também focados em novos negócios no geral. Como sempre fui um empreendedor também fico muito de olho nas novas ideias que surgem. De uns tempos para cá algo começou a chamar minha atenção, comecei a notar uma linha de pensamento que prega criar um “produto” muito rápido e colocar no mercado mesmo que em estágio bastante preliminar para testar, arrumar um pouco e se não der tração, não perder tempo e partir para a próxima “grande” ideia.
Eu entendo o conceito de que é importante testar o produto e não investir tempo e recursos demais em uma ideia que ainda não temos certeza de que será um sucesso. Mas vejo que existe um limite. Cada vez mais vejo boas ideias que poderiam sim tornar-se um sucesso, cada vez mais terrivelmente executadas e colocadas para teste no mercado tão cedo que fica impossível o resultado ser diferente do fracasso.
Mas tudo bem! Afinal o lance é esse certo? Colocar para testar e se não for para frente partimos para a próxima, e para a próxima, e para a próxima... e quando o empreendedor cai em si, já está há 5 anos tendo ideias (muitas vezes ao mesmo tempo) que são sempre um fracasso.
Proponho aqui um meio termo, claro que existe um limite em que a ideia deve ser abandonada por realmente não funcionar, mas temos que deixar de lado esse conceito de que ideias são descartáveis. Capriche um pouco mais no seu produto, trabalhe um pouco mais no seu modelo de negócios, converse com pessoas de áreas próximas, converse com pessoas mais experientes e de áreas em que não é especialista, crie algo um pouco mais estruturado e aí sim vá para o mercado! Com um produto ou uma solução bem-feita você realmente vai saber se você tem ou não uma grande ideia.
As ideias descartáveis geram frustração e acredite, alguém VAI ter uma ideia semelhante à sua, vai criar algo mais bem trabalhado e vai funcionar! Enquanto você está no ciclo das ideias descartáveis, a ideia que jogou fora é um sucesso no mercado na mão de alguém que se esforçou um pouco mais.
Outro ponto é que na maioria das vezes a grande ideia vai precisar sofrer alterações, e nesse momento trabalhe mais! Não descarte sua ideia, ela está chegando próximo de ser um sucesso.
Quantas grandes ideias você já teve e após fazer um MVP (minimum viable product) que não passava de um rascunho e jogar para o mercado foi um fracasso? Você se lembra? Quantas ideias você desistiu após um simples bate papo com um amigo que nem especialista na área é?
Que tal pegar algumas dessas ideias e realmente se aprofundar um pouco mais? Que tal revirar sua lata de lixo de ideias? Tenho certeza que #vai achar algum muito bom e que acabou jogando fora.
Concorda comigo? O que acha sobre a geração de empreendedores com ideias descartáveis?
Um abraço!
Diretora Comercial na INCORPI
8 aOlá Ivan! Muito bem colocado! O empreendedorismo, de certa forma, virou "moda" e muito tem se falado, mas nada muito novo. Muitos cursos são lançados para que você vire um empreendedor de sucesso em tantos passos, mas não preparam estas pessoas para entender todas as fases que um novo projeto tem de passar, das dificuldades que ele pode encontrar e de como ler o mercado. Ficar pulando de ideia em ideia, principalmente sem entender o que ele fez de errado, além de não trazer sucesso para o empreendedor, fere sua imagem no mercado, que deixará de confiar em suas propostas.
Sócio na PEDALERIA, o maior canal sobre bikes do Brasil | Produção de vídeos
8 aMuito bom mesmo! E isso tudo na área das ideias e conceitos, na visão do empreendedor. Ele muitas vezes pensa e fica demais no produto é esquece do respeito ao cliente, o que ele vai experimentar com esse "teste" jogado no mercado sem muito cuidado e carinho. Já desenvolvemos uns dois ou 3 produtos aqui e, independente se vai "pegar" ou não, a entrega para quem vai consumir sempre tem que ser percebida como um produto de escala, bem feito, bem pensado e não somente satisfatório. Acho que isso ajuda a fortalecer a ideia original. Grande abraço meu amigo
Consultor de Processos e Gestão Financeira | Especialista em Empresas de Economia Criativa | Mentor de Negócios | Professor | Estudante | Publicitário
8 aMuito bom Ivan Cassola! Se apropriando do termo do Bauman, estamos na era das empresas líquidas.