Era uma vez...
Se há algum tempo eu ficava relaxado e preparava-me para ouvir o que me tinham a dizer depois de um...
Era uma vez....
Hoje em dia, acho que quando ouço estas três palavras preparo-me para cortar os pulsos.
Mas antes deixa-me fazer-te uma pergunta:
"Qual é o prato típico do Porto?"
Olha que perguntei pelo prato típico, e não por um dos pratos típicos.
Se a tua resposta imediata foi "Francesinha", deixa-me contrapôr com Tripas.
Sim, à moda do Porto.
Para mim, a Francesinha é um dos pratos típicos do Porto.
Mas se só pudermos escolher um, eu escolheria Tripas.
Acho que a Francesinha tem uma melhor equipa de PR.
É visualmente mais apelativa, é vendável e talvez tenha um sabor mais fácil de agradar.
No entanto, qualquer café no Porto apresenta Francesinha no menu, feita sabe-se lá como...
Já as Tripas, não facilitam a venda.
Visualmente não são sexy.
A história delas é desenxabida.
E não são fáceis de confecionar, nem sequer de encontrar onde as provar.
No entanto, conheço turistas que comeram mais de 4 francesinhas numa estadia de uma semana no Porto e nunca ouviram falar das Tripas.
Provavelmente quando lhes perguntarem que tal é a comida do Porto terão uma resposta mediana porque não provaram as comidas típicas do Porto, apenas Francesinhas.
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E agora volto ao Era uma vez...
Nos últimos anos, a palavra Storytelling entrou no mundo do Marketing de conteúdo.
E para muitos A jornada do herói foi encarada como a Francesinha do Storytelling.
(espero que saibas o que é a Jornada do herói, se não souberes deixa comentário e explico-te noutro texto...)
Sim, eu fiz muitas apresentações da Jornada do herói com referência ao Star Wars e ao Harry Potter.
No entanto, parece que sempre que alguém tenta trabalhar storytelling, cai na Jornada do herói.
E ainda por cima simplificam tudo começando com Era uma vez...
E seguem até história até chegarem ao: Foram felizes para sempre...
Storytelling é uma arte e técnica que vai muito além da jornada do herói.
Uma história bem contada pode evocar uma ampla gama de emoções e oferecer pontos de vista nunca antes considerados.
Cabe a um contador de histórias experimentar novas maneiras de contar as suas histórias.
Ou seja, a imprevisibilidade da história capta a nossa atenção, mas o formato e estrutura também.
Lembro-me do Pulp Fiction do Quentin Tarantino com uma narrativa não linear.
Ou ainda do filme 'Magnolia' que usa uma narrativa baseada em múltiplas perspectivas. Neste caso, seguimos as vidas de diversos personagens que se cruzaram ao longo de um único dia.
E temos ainda a possibilidade de usar narrativas circulares, em várias linhas de tempo, episódicas, espelhadas entre muitas outras.
Estas são apenas algumas das muitas possibilidades disponíveis para contadores de histórias, pelo que é tão redutor recorrermos ao Era uma vez...
Cada estrutura tem suas próprias vantagens e deve ser escolhida para servir melhor o tema, o estilo e os objetivos da narrativa.
Gostavas de saber mais sobre estas estruturas?
Para que as possas entender, identificar e utilizar?
Deixa-me um comentário com a tua resposta.
Tudo de bom,
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6 mTripas é claro 😀 Mas eu adoro Francesinhas, na Câmara de Matosinhos no Requinte Francesinhas é de comer e chorar por mais ... ! Eu a primeira vez que fui lá recomendado por amigos, usei o google maps mas enganei-me só um pouco até fazer refresh da rota 😂
Pai | Um tipo porreiro 🤞🏾| Artista de Colagens | Estratégia de Marketing🎯| Marketing Comunicacional💬. | Marketing Digital/Redes Sociais🚀 | Grupo B&M | A tentar mudar o mundo 🌎
6 mA jornada do heroi é muitas vezes encarada como um livro de receitas. Por vezes seguir a receita à risca dá um prato efetivamente bonito e quiçá com um certo sabor, mas de vez em quando trocar o sal por piri-piri é o que basta para que um prato passe de "não me lembro o que comi na terça passada" para um "cum catano, nem sabes o que comi na semana passada!" Venham de lá essas dicas - Mr. Nobody com o Jared Leto PS: Adoro Tripas