Erro ou Acerto? Vou dar a meu filho tudo aquilo que não tive!

Erro ou Acerto? Vou dar a meu filho tudo aquilo que não tive!

Eis aí uma fala que frequentemente é usada na maioria dos lares. Na ânsia de querer mostrar aos filhos que os ama, muitos pais enche-os não somente de carinhos e afetos, mas principalmente de mimos e bens materiais. Desta forma, acreditam que estão evitando que seus filhos passem pelas mesmas dificuldades que provavelmente passaram. Outros ainda, enganados sobre a importância de cada atitude, acreditam que somente os recursos materiais são suficientes para substituir o amor e o carinho que não conseguem oferecer, por julgarem não ter tempo.

Na ilusão de que estão provendo seus filhos nas suas necessidades, acabam deixando-os mal acostumados pelos possíveis excessos que oferecem. Não percebem, mas estão dando a eles pouca disposição para conseguir o que se quer com recursos próprios, já que não estão sendo treinados nem mesmo estimulados para tal. Têm tudo o que querem e na maioria das vezes, além do necessário.

Alguns teóricos da educação e desenvolvimento defendem que a melhor maneira de se desenvolver é através dos estímulos a que somos submetidos. Quando isso acontece, nosso cérebro reage buscando soluções, nossa mente viaja em busca de recursos, nosso ser se fortalece, pois o conjunto, corpo e mente, passa a trabalhar com mais intensidade.

Sem estes estímulos, tendo tudo o que se quer e muitas vezes, em proporção exagerada, estamos sem perceber, ensinando  nossos filhos que para ter, basta pedir. Alguns vão mais longe e aprendem que não é somente pedir, tem que chorar, fazer birra, jogar-se no chão etc. Aí sim conseguem.

Acontece que a vida não é exatamente assim, pois ela é cheia de surpresas e contradições, e temos que estar preparado para enfrenta-las, sendo assim é de sua responsabilidade permitir que seus filhos também tenham recursos para tal.

Nossos pais, devido algumas dificuldades que tinham no passado ou até mesmo pelo ambiente que viviam  exigiam mais de nós, pois começávamos a trabalhar mais cedo e éramos mais cobrados quanto aos resultados na escola, auxilio no lar, etc. Desta forma aprendíamos que não se pode ter tudo o que se quer e que não adiantava chorar, pois tínhamos que fazer jus, tínhamos que merecer.

Quem viveu nesta época, percebe que estes ensinamentos começam a fazer sentido na medida em que a vida lhe obriga a fazer escolhas, ter forças para superar rejeições e solução para as dificuldades que se apresentam.

Hoje infelizmente nossas crianças não estão sendo preparadas para estes enfrentamentos. Os pais estão mais preocupados em livrar-se de um problema do que assumir suas responsabilidades com a educação. Dizer sim é uma escolha muito cômoda, porém agindo assim você está apenas postergando ou até mesmo alimentando um mau costume, pois lá adiante as consequências poderão não ser boas.

Portanto não se esqueça das suas obrigações. Lógico que temos que prover nossos filhos de conforto e bem estar, porém temos que estar atentos aos excessos. Estar preocupados em oferecer aquilo que realmente necessitam, no momento certo, na hora certa. Temos que ensina-los a entender o valor de um não, pois somente assim estaremos preparando-os para terem um futuro sem traumas ou desequilíbrios e principalmente, provendo-os de coragem e recursos para as conquistas de cada um.

Augusto Amaral Dutra.

Psicólogo Clínico – CRP 06-125634 /  Fone (11) 9 9933 5486

e-mail: augustodutra@terra.com.br

skype: Augusto Amaral D

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