Escassez de mão de obra desafia construção civil

Escassez de mão de obra desafia construção civil

Com o mercado de trabalho aquecido no Brasil, a escassez de mão de obra tem desafiado diversos setores, como a construção civil, a encontrar alternativas para manter e aumentar a produção.

Segundo levantamento da FGV, em setembro deste ano, 29,4% dos players do setor apontaram a falta de trabalhadores qualificados como um fator que limita o crescimento dos negócios - o maior índice desde 2014.

Para contornar a dificuldade de contratação, muitos têm adotado estratégias como investimento em treinamento (51,5%), rodízio de equipes entre obras (46%) e aumento da remuneração (33,1%).

Até encontrar terrenos para as construções nos grandes centros urbanos também está difícil, mas nem por isso as incorporadoras têm se deixado levar, inovando em espaços menores.   

Para se manter resiliente também é importante observar o cenário econômico do país, com os reflexos da inflação na construção e o impacto da taxa de juros, que foi elevada para 11,25% a.a. na última semana pelo Banco Central.

Diante desse cenário, tomadores de decisão do mercado imobiliário e gestores globais já começam a se posicionar para entender como aproveitar as oportunidades que 2025 reserva em cada classe de ativos no país.

Eles se encontram na próxima quarta-feira (13), em São Paulo, para a 15ª edição do Brazil GRI 2024, onde o apetite dos investidores internacionais pelo mercado imobiliário brasileiro também será um dos temas centrais, com a presença de players internacionais.

Além disso, outros 22 debates a portas fechadas contribuirão para tecer as conexões que definirão o futuro do mercado. 

Confira os assuntos que estarão em pauta.


Não pode parar

(Divulgação/ALLOS)

Com uma janela de captação de recursos mais estreita, e investidores mais seletivos, os fundos de investimento imobiliário (FIIs) estão recorrendo a alternativas para seguir com aquisições no mercado.

De acordo com Rodrigo Abbud, sócio fundador da VBI Real Estate - agora incorporada ao Patria - a estratégia para não perder negócios está sendo efetuar os pagamentos com cotas, principalmente em fundos maiores.

Outra modelo levantado por Adriano Sartori, presidente da CBRE Brasil, é o seller finance, quando o fundo comprador paga a aquisição de modo parcelado e usufrui da receita integral do imóvel com o fechamento da aquisição.

Um exemplo disso é a aquisição de R$1,75 bilhão realizada pelo BTG Pactual no setor logístico. A transação foi estruturada este ano com um pagamento inicial de 65% do valor e uma parcela adicional de 35% prevista para 18 meses. O fundo, entretanto, começará a receber imediatamente a receita total dos aluguéis dos imóveis.

Independente da estratégia, as operações realmente continuam acontecendo. No setor de shoppings, por exemplo, a ALLOS assinou acordos para vender uma parcela de participações em três ativos para o fundo XP Malls

Foram 20% do Carioca Shopping, 10% do Shopping Tijuca e 9,9% do Plaza Sul Shopping por R$393 milhões e um cap rate de 7,3% considerando o NOI de 2024. A companhia continua com controle e administração dos empreendimentos.


Locação social no Brasil

(Reprodução/Freepik)

Com um déficit habitacional expressivo no Brasil, o governo federal busca parcerias com o setor privado para implementar a primeira Parceria Público-Privada (PPP) voltada à locação social

Em entrevista exclusiva ao GRI Club, Bartira Nunes, Diretora do Programa de Parcerias de Investimentos da Casa Civil, detalha o projeto mais avançado, situado em Recife (PE). 

🎙️ "Nosso desafio é demonstrar ao setor privado que esta é uma oportunidade de negócio atrativa, capaz de gerar um fluxo de receita estável ao longo do tempo", afirma.

A iniciativa integra o Programa Minha Casa, Minha Vida e está sendo estruturada pela CAIXA, com recursos do Fundo de Estruturação de Parcerias (FEP). O projeto em Recife prevê a construção de mais de 1.100 unidades habitacionais, com um investimento estimado em R$220 milhões ao longo de 25 anos e uma contraprestação mensal máxima de aproximadamente R$2 milhões.

Vem mais por aí. A expectativa do PPI é adicionar mais 10 projetos à sua carteira. Outro caso avançado é de Campo Grande (MS) que finaliza os estudos para abrir consulta pública sobre seu próprio projeto de locação social. 

🎬 Confira mais detalhes no vídeo completo, disponível no YouTube do GRI Club.


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