Universidade da Vida

Universidade da Vida

Um dos maiores aprendizados que tive no ano passado, aconteceu numa imersão que fiz com Tim Gallway sobre Liderança Interna. Com ele, compreendi que devemos prestar mais atenção a tudo o que acontece ao nosso redor e aproveitar todas as oportunidades que a Vida nos oferece para aprender.

E eu tenho feito este exercício, de estar atenta ao que a vida está me dizendo nos movimentos grandes ou pequenos que ocorrem no ambiente e nos sistemas em que estou inserida.

E domingo, quando eu estava a caminho da casa de uns amigos onde eu passaria o Réveillon, me surpreendi com uma noite linda de luar, após 3 dias de chuva.

Comecei ali a prestar atenção aos ensinamentos desta noite que eu sempre considerei tão especial.

A lua cheia, como símbolo máximo dos ciclos da vida, veio se despedir de 2017, me lembrando do quanto nosso impacto pode aumentar, depois das tormentas. Ou após um período em que perceberemos que será mais sábio nos retirar por um tempo, para poder olhar com mais atenção tudo que está acontecendo ao nosso redor, nos liberando para um período de descanso até reiniciar um novo ciclo.

Assim como a Lua, nós também temos nossos ciclos e devemos respeitá-los, e muitas vezes no nosso momento de maior esplendor, vêm umas nuvens pesadas que tentam nos impedir de alcançar nosso propósito.

Ouando isso acontecer, precisamos lembrar que não somos aquelas nuvens, somos sim a lua que está acima delas, esperando que elas passem para continuar a cumprir a nossa missão. Sabendo quem eu sou e qual o meu propósito, aceito o que não está no meu controle, e não perco a minha energia ou meu brilho por isso. A lua continua sendo a lua apesar das nuvens.

Após confraternizar com meus amigos e fazer a última refeição do ano, pegamos uma pequena trilha que passava pelas dunas com o objetivo de encontrar o mar.

No caminho, encontramos outras famílias e grupos de amigos que estavam com o mesmo objetivo, o que fez com que uma trilha escura e estreita às 23:30h, fosse um caminho leve e divertido, porque estávamos entre amigos e desconhecidos que se cuidavam. E isso torna qualquer caminho mais fácil.

Com os pés afundando na areia fofa das dunas, sentíamos acordar alguns músculos adormecidos e ainda conseguíamos cantar e brincar com as crianças que estavam conosco, tornando aquele momento, um registro que com certeza seria especial nas nossas memórias.

Após algumas subidas e descidas, que me lembraram os altos e baixos de 2017, chegamos em frente ao mar… e parei.

Ao olhar aquele mar imenso, de ondas altas, inspirei profundamente e agradeci.

Contemplei aquele mar agitado, bravo e permiti que suas ondas acariciassem meus pés descalços para sentir toda a energia daquele momento único, com o qual eu havia sonhado há tantos anos.

Embora eu sempre tivesse tido o sonho de passar um Réveillon na praia e pular as sete ondas, nunca havia me dado o direito de vivê-lo. E isso só foi acontecer agora, no primeiro Réveillon de uma fase totalmente nova na minha vida, uma fase que havia começado há exatamente 9 meses e 1 semana. Me sentia naquele momento completando um período de auto gestação.

E eu estava ali, em frente ao mar no dia 31 de dezembro, me sentindo pronta para enfrentar o oceano de oportunidades que a vida estava me reservando.

E o recado que a Vida me deu naquele momento, é de que não navegarei num mar tranquilo ainda. Tenho diante de mim um mar agitado, bravo, e que se eu não me cuidar ele pode me afogar. Mas se eu souber respeitá-lo, dando passos seguros em sua direção, serei bem-vinda nessa nova etapa, desde que eu aproveite tudo o que eu sou e tudo o que eu já tenho.

Neste exato momento em que eu contemplava o mar enquanto meus pensamentos viajavam, duas crianças aproximaram-se de mim, minha afilhada e a filha de uma grande amiga. Chegaram ao meu lado e pegaram na minha mão, me convidando para pular as ondas…

O mar bravo pode ser divertido também. Assim como nossa mente, o oceano profundo oferece uma abundância de possibilidades. E enquanto as aproveitamos, não podemos esquecer de nos divertir, porque é essa leveza que dá sentido a todo trabalho duro. Quando deixamos a criança dentro de nós brincar, permitimos que o nosso lado adulto continue íntegro.

Que venha 2018, com suas oportunidades de desenvolvimento, de trabalho, de diversão, de música e de relacionamentos saudáveis!

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