ESG, apenas uma modinha?
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ESG, apenas uma modinha?

As empresas descobriram a agenda ESG, que busca a melhor governança para tratar de assuntos que envolvem o social e o ambiental em seus negócios.

Isso não é algo novo, pois a necessidade das organizações olharem para suas políticas socioambientais assola suas entranhas há muito tempo.

Já ouvi alguns comentários meio desanimados de muitas áreas de gente & gestão e sustentabilidade, afirmando não estarem muito confiantes em tratar da agenda ESG em suas estruturas, porque os executivos ou eram muito descrentes ou entendiam que seria algo apenas para “inglês ver”.

Contudo, as matrizes das grandes empresas estão sendo pressionadas pelos seus governos de origem e pelas fundações muito influentes em seus mercados. As agendas governamentais que tratam das mudanças climáticas e do combate à pobreza acabam atingindo também as empresas privadas, que pensavam estar fora de algum compromisso global com as comunidades que atendem.

As empresas podem ter uma certa preguiça quando o assunto é melhorar sua relação com a sociedade, mas o sono desaparece quando o objetivo é cuidar das suas marcas e reputação. Qualquer arranhão que surge pode causar perdas em valuation e market share, e disso, elas entendem bem.

A agenda ESG fará sentido quando ficar claro o risco reputacional, financeiro e de mercado para aqueles que não se mexerem. Não vejo outra forma do tema decolar.

Organizações que ignoram essa agenda, não possuem um propósito maior, uma causa, uma missão, apesar de martelarem algum texto institucional em suas mídias.

A redução dos males sociais e ambientais não pode mais ser uma agenda apenas dos governos. Grandes organizações possuem budget e pessoas notáveis para mudarem muita coisa pra melhor.

Além da pressa trazida pelo risco reputacional e financeiro, existe sempre o risco das melhores cabeças abandonarem as empresas lenientes em relação à agenda ESG. Afinal, pessoas outstanding não são apenas aquelas com foco em resultados e sim, uma turminha inconformada, a procura de um lugar onde faça sentido o uso do seu talento e principalmente, do seu tempo.

O tempo é agora!

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Como em muitos pensamentos, as pessoas tendem a reproduzir palavras e conceitos como se fossem dotados de valor, e se esquecem das métricas que o aferem. Bela reflexão!

Daniel G.

M&A Director @ Davies Group (Private Equity backed by BC Partners) | University of Oxford

1 a

Oi Fabio, Interessante provocação no teu artigo. Por aqui, eu noto que a agenda ESG ganhou escala, relevância e grande parte das companhias de médio e grande porte têm aderido. Enquanto eu acredito que inicialmente muitas iniciativas foram de fato para "inglês ver", a medida que o eco-sistema corporativo adota práticas ESG como parte do framework que precisa ser atendido (por pressões regulatória inváriavelmente), acredito que um ciclo positivo se inicia. Claro que a maneira mais efetiva de garantir compliance é através de mecânicas que incluem scores mínimos nos pilares ESG que têm peso em RFPs, contratos com o governo entre outros aspectos que impactam receita, lucratividade e reputação. Na minha área, Fusões e Aquisições, avaliar os aspectos relacionados aos pilares ESG faz parte do processo de diligência pré-aquisição. Talvez alguns mercados Europeus estejam alguns passos adiante, mas sou otimista que esse é um caminho sem retorno.   Grande abraço, Daniel

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