ESG, CAPITALISMO CONSCIENTE E SUSTENTABILIDADE

ESG, CAPITALISMO CONSCIENTE E SUSTENTABILIDADE

Artigo: ESG, CAPITALISMO CONSCIENTE E SUSTENTABILIDADE – Parte do PFCC 13 – Programa de Formação e Certificação de Conselheiros da Board Academy Br

Julio Henrique Emrich Pinto

Quem nos guiou através dos temas acima, na sexta aula do Programa de Formação de Conselheiros Consultivos (PFCC#13) da BOARD ACADEMY (BA) foi a professora Francine Póvoa. Diretora na Legacy4Business, Vice Coordenadora do capítulo Minas Gerais do IBGE, Conselheira do Instituto Brasil Capitalismo Consciente -BH, Facilitadora do BOARD ACADEMY (BA), Professora Convidada da Fundação Don Cabral, Coautora do Livro de “ESG: a referência da responsabilidade social empresarial”, 2022 editora Mizuno, graduada e mestre em Administração com formações em ESG pela KPMG e IBGC e 12 anos de experiência com executiva.

Para muitos o Capitalismo atual ainda é o Financeiro, vulgarmente conhecido como Selvagem, marcado pelo protagonismo de lucro e crescimento a qualquer custo. Este modelo vem perdendo força em função de vários fatores, mas principalmente pela pressão da sociedade, onde estão inseridos os clientes, razão principal da existência de qualquer empresa ou organização. Capitalismo Consciente e Humanizado está no alvo de muitas empresas e organizações, já implantado ou em fase de implantação em outras, com tendência crescente, a despeito das barreiras e dificuldades encontradas.

Do Capitalismo dos Acionistas/Proprietários, fundamentado em boa parte na doutrina de Milton Friedman: “A responsabilidade social dos negócios é aumentar seus lucros “para o Capitalismo das Partes Interessadas, no qual a economia mundial trabalha para o progresso, pessoa e planeta” foi o início do processo, hora vigente, para que possamos chegar ao Capitalismo Consciente e Humanizado, que sem dúvida é o melhor para todos. É um caminho sem volta como mostra resultados de pesquisa publicada em 2023 pela Edelman Trust Barometer, ressaltando que no Brasil “consumidores e empregados pressionam as empresas a defende-los”. Também mostra em A Nova Dinâmica da Influência que 60% dos consumidores brasileiros entrevistados disseram “Eu compro e defendo marcas com base nos meus valores e crenças”. Some a isso que 74% disseram que as empresas ou organizações, devem ter impacto positivo no social e no ambiente em que estão inseridas para considerarem avaliar uma vaga de emprego. Essas recentes informações colocam mais um ponto de atenção no Planejamento Estratégico das organizações que quiserem sobreviver e crescer nesse cenário. Terão que conciliar crescimento e lucratividade, essenciais para qualquer empreendimento, com Sustentabilidade, Responsabilidade Social e Ambiental. A resposta para isso é a adoção e a implantação do ESG e alinharem seus valores e crenças com os dos consumidores. A sigla ESG (Environmental, Social, and Governance) ou seja Ambiental, Sociedade e Governança, foi criada em 2004 pela ONU. Como qualquer projeto que muda métodos tradicionais sofreu muita resistência e somente começou a ter mais destaque a partir de 2015 com a Agenda 2030, que teve a adesão de 193 países. Muitas empresas já o adotaram e as demais estão avaliando e iniciando esse processo.

Normalmente começa pelo Governança e precisa estar na pauta de todos os Conselhos independente de qual seja, para ser “vendido e comprado” pelos proprietários, sócios, quadro diretivo e permeabilizado em toda organização e partes interessadas. Paciência e persistência são as chaves do sucesso porque leva tempo essa transição.

Existe um paradoxo entre SUSTENTABILIDADE e ESG, mesmo a segunda estando sob o guarda-chuvas da primeira. SUSTENTABILIDADE é a Visão Estratégica da empresa em um modelo de negócios voltado a geração de maior impacto para a SOCIEDADE, crescimento e lucratividade. A maioria das organizações sabem da necessidade da ESG, mas precisamos mais. Consciência, mudança de maneira de pensar e coragem para adotá-la na sua totalidade. Aí entra a maior vantagem do Conselho Consultivo, com diversidade de gênero, idade, conhecimento e experiência, flexibilidade aliado ao Administrativo. Isto porque a VISÃO, principalmente nos momentos de crise, tende a ficar míope. Muitos projetos ficam de lado porque a redução de custo é visto como a única maneira de sobrevivência. Geralmente apresenta resultado de curto prazo, mas com grande probabilidade de comprometer o crescimento e longevidade das organizações. Ao contrário do que possa parecer é nestes momentos que a ESG e o Conselho Consultivo aparecem como oportunidades de agregar valor reputacional e financeiro as organizações. São os valores de pegada ecológica, respeito aos direitos humanos, ética nas relações institucionais, trabalho e comunicação às partes interessadas, mas principalmente VISÃO DE FUTURO, que irão gerar diferenciais competitivos.

O Consumidor é quem vai decidir o que comprar, mesmo considerando que uma grande faixa do mercado ainda não paga por esses diferenciais. As organizações precisam responder as perguntas abaixo antes de tomar qualquer decisão:

1)Teremos clientes para nossos produtos e serviços?

2)Vamos com o modelo atual conseguir entregar o que o cliente quer? Até quando?

Diferenciais competitivos, em tempo cada vez mais curto, são copiados pelos concorrentes. Mas sempre ficará na mente do Consumidor a organização que criou o produto ou serviço inovador. Esse processo não pode parar, ser colocado de lado nos momentos de desafios, e isso é que que o Conselho Consultivo pode entregar de melhor dentro de suas atividades. Olhar para frente, “Visão de para-brisas”.

No que se refere ao respeito dos Direitos Humanos e Responsabilidade Social a avalição de novos projetos e tecnologia, principalmente as que reduzem vagas de trabalho, e não agregam VALOR PERCEBIDO PELOS CLIENTES aos produtos e serviços, o pay back não pode ser o fator de maior peso na aprovação. Nossa professora citou um exemplo simples: “Realmente compensa trocar vigilância humana por uma solução tecnológica”?

A longevidade da população vem aumentando, necessitando mais vagas de emprego, recursos com saúde, moradia,segurança , educação.... ou teremos uma sociedade cada vez mais marginalizada, restringindo sem precisar de leis, a liberdade, oportunidades e não direitos, iguais a todos. Não é responsabilidade somente do estado mas muito do setor privado. Estado não gera riqueza, quando honesto e transparente, sem favoritismo a setores privilegiados é ferramenta de distribuição da riqueza gerada pelas organizações.

A concentração de riquezas vem aumentando nos diferentes setores, organizações e indivíduos, inviabilizando médias e pequenas empresas e organizações. Cenário preocupante por gerarem mais vagas e conhecerem melhor o ambiente no qual estão inseridas. Consumo elitizado não é salutar para nenhuma SOCIEDADE. Monopólios e oligopólios reduzem o consumo e a competividade. Poderia citar vários exemplos no Brasil e no Mundo. O transporte aéreo no Brasil é um. Passagens cada vez mais caras, pior qualidade e cobrança dos serviços prestados, chegando ao total desrespeito aos clientes. Saudades da TAM do comandante Rolin.

Agregando minha opinião a mensagem final da nossa professora Francine Póvoa, as organizações, o mundo estão precisando de mais “INTELIGÊNCIA ESPIRITUAL, que não tem nada a ver com escolha religiosa, mas sim com “VALORES, PRINCÍPIOS DE AMOR, CUIDADO”, PERDÃO e CARIDADE. Assim teríamos o CAPITALISMO CONSCIENTE e um MUNDO HUMANIZADO em menor espaço de tempo.


Entre para ver ou adicionar um comentário

Outras pessoas também visualizaram

Conferir tópicos