Aula 7 ESG – Capitalismo Consciente & Sustentabilidade – Francine Póvoa PFCC – Board Academy Aluno Jorge Escorel Costa
Capitalismo Consciente
O Capitalismo do lucro passou a considerar os Stakeholders, a saúde financeira dos parceiros buscando o equilíbrio dos negócios.
Houve o tempo em que as empresas maiores sangravam o lucro dos fornecedores até sufocá-las, levando elas a falência, e se dirigindo a outro fornecedor que estará pronto para ser novo Stakeholders. Devemos considerar também as pessoas e trabalhadores que são colaboradores importantes, mas que são explorados via seus salários, ou substituídos por outros com salários menores. Essas substituições tanto de stakeholders como de trabalhadores requerem treinamento e tempo para se adaptarem as novas atribuições, isso passou a ser percebido como gastos extras desnecessários.
Nos últimos anos as empresas passaram a dar maior importância as parcerias de empresas e de pessoas que conseguem dar maior equilíbrio ao negócio, do que trocar esses Stakeholders a cada 6 meses a 1 ano, o que desestabilizava a produção criando custos de treinamento e adaptações dos novos Stakeholders. Com a manutenção dos parceiros passaram a ter maior estabilidade na produção e comercio de seus produtos além de trabalhar com melhor segurança na cadeia de produção.
Passamos a ter uma transição do capitalismo do lucro para o que chamamos de Capitalismo de Stakeholders que combinado com a criação de várias ferramentas de controle e observação culminaram com a Governança e o Compliance e finalmente a ESG (ambiental, social e governança).
O novo mercado atento ao impacto social, valores e crenças:
Passamos a observar o cuidado das empresas com o ambiente e o impacto social que elas trazem para a sociedade, abandonando os critérios passados como marcas e preços. A avaliação das pessoas e dos mercados passaram a fazer seus gastos conforme suas crenças e valores modificando o perfil do mercado, exigindo a atenção das empresas ao comportamento desses consumidores que também avaliam o impacto social gerado pelas empresas. Outras atenções que as empresas passaram a dar sobre o tratamento dos trabalhadores, as mudanças climáticas, a discriminação e a imigração. Apareceu um novo mercado menos canibalizado anteriormente pelo lucro
Conselho Consultivo passa a ter um novo perfil:
O novo perfil do Conselho Consultivo deve se adequar ao papel de responsável sobre a estratégia de sustentabilidade, embora exista um paradoxo em relação à sustentabilidade nos conselhos.
Os membros tem consciência sobre a importância das questões ESG, mas não se sentem preparados para endereçar tais questões, faltam-lhes habilidades, o mindset e a coragem, além da diversidade nos conselhos são uma alavanca fundamental para os avanços necessários dos novos mercados nas empresas.
Acredito que a iniciativa da criação do compliance das atividades operacionais e de uma governança corporativa abrangente ajudarão o conselheiro consultivo a avançar sobre as demais questões do ESG.
Por força de determinações da B3 sobre a diversidade de participantes nos conselhos das empresas listadas na Bolsa de valores deverão ter participantes em seus conselhos de: negros, mulheres, indígenas, LGBTQA+, o que acabará se estendendo a todas as empresas.
ESG introduzindo nas empresas através dos conselhos:
Colocar as questões ESG no centro da estratégia, abraçar as iniciativas de educação e reflexões pessoais sobre o tema, garantir a diversidade do conselho (idade, gênero, experiências), sacudir a cultura e dinâmica de funcionamento do conselho.
Capitalismo Consciente (de Stakeholders).
Vem precedido de objetivos de desenvolvimento sustentável - ODS (Organização do Desenvolvimento Sustentável) e os 17 objetivos estabelecidos pela ONU.
Trazendo consigo o ESG (Ambiental, Social e Governança) e a agenda de critérios de boas práticas.
Riscos e valores para manutenção dos negócios:
Os Riscos operacionais, financeiros, regulatórios e reputacionais são os pilares de desenvolvimento das empresas, que passam a dar uma maior importância e ênfase a reputação das empresas.
A agenda ODS para 2030 somadas as questões ambientais, sociais e de governança passam a nortear o comportamento das empresas.
Os valores e as oportunidades observam os novos mercados, novos produtos, posicionamentos e a reputação.
Tudo isso está alicerçado no Capitalista Consciente (de Stakeholders), onde o propósito, a liderança, os stakeholders e a cultura são suas bases principais.
Riscos Sociais para os negócios operarem passam por:
1 – Aumento do custo de vida,
2 – Desastres naturais e eventos relacionados ao clima extremo,
3 – Confronto geopolíticos,
4 – Falência em mitigar as mudanças climáticas,
5 – Erosão da coesão social,
6 – Prejuízos com eventos climáticos em larga escala,
7 – Falência na adaptação às mudanças climáticas,
8 – Questões relacionadas à segurança de dados,
9 – Perda de recursos naturais,
10 – Migração involuntária em larga escala,
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Os 3 C’s são o que vão trazer as empresas para a adequação ao novo mercado:
Constrangimento, Convicção, Conveniência.
Fundamentos para o Capitalismo de Stakeholders = Capitalismo Consciente
Negócio Consciente: Propósito consciente, Orientação para Stakeholders, Liderança consciente, Cultura Consciente.
Propósitos: as empresas passaram a reforçar a importância de definirem seu propósito, sua razão de existir, estabelecer as oportunidades perseguidas e as necessidades que buscará atender com seus produtos, serviços ou causas. É daí que se direciona a estratégia e fundamenta a cultura da organização, servindo de bússola para um processo decisório estratégico ancorado em princípios éticos. A divulgação ampla e vivência diária de um propósito favorecem a geração e proteção de valor tangível e intangível contribuindo positivamente para a reputação da organização e a confiança e o engajamento de todas as pessoas envolvidas.
Os propósitos ficam claros quando essas perguntas são respondidas: Que diferença queremos fazer no mundo com esse negócio? O mundo ficará melhor com a nossa presença? Sentirão nossa falta se deixarmos de existir?
Pergunte a empresa e conselheiros: Qual é o propósito desta empresa, todos sabem? As decisões estratégicas levam em consideração este propósito? Como isto acontece na prática? Os sistemas de avaliação e recompensas estão alinhados à estratégia e ao propósito da empresa?
Liderança consciente: caracterizam por: Inteligência Sistêmica, Inteligência Emocional (sensibilidade), Inteligência Espiritual (clareza de propósito, potencial, conhece suas limitações), Amor (generoso) e Cuidado (liderança humanizada, ser cuidadoso com os Stakeholders), Liderança Servidora, Integridade, Impacto e Influência.
Pergunte ao líder: Quais são os critérios que adotamos para contratar e promover lideranças? Estes critérios extrapolam questões técnicas e levam em consideração dimensões como inteligência emocional e capacidade de influenciar as pessoas em torno de uma causa?
Como se comportar com os Stakeholders:
Etapas:
1 – Mapear os stakeholders da empresa,
2 – Realizar uma avaliação inicial sobre como sua empresa se relaciona com os Stakeholders,
3 – Identificar as necessidades dos seus stakeholders,
4 – Alinhar as decisões e práticas de gestão ao propósito e às necessidades dos stakeholders,
5 – Comunicar sua proposta de valor posicionamento e reputacional.
Questione-se:
Se esta decisão for tomada, quem será beneficiado e quem será prejudicado?
Esta decisão reforça os direitos e valores de quem?
Que tipo de pessoa eu me tornarei se tomar esta decisão? Qual será o meu legado?
Cultura Consciente:
Confiança, Reponsabilidade, Cuidado, Transparência, Integridade, Equidade, Lealdade.
Verifique a Cultura:
A cultura atual viabiliza e promove o propósito e as estratégia corporativa?
As crenças e os valores da organização são praticados no dia a dia e orientam os processos decisórios?
A cultura é percebida como um diferencial competitivo e um fator de identidade?
“Cultura engole a estratégia no café da manhã”.