ESG: Do greenwashing para ações efetivas
Estes últimos 4 anos trabalhando em consultoria, percebi um grande aumento no nível de preocupação de vários players importantes, que atuam no segmento de Alimentos e Bebidas, com relação às ações voltadas para ESG. Vários destes players, colocando ESG como tema estratégico em seus planos de médio a longo prazo.
Algumas ações que até alguns anos atrás eram muito mais greenwashing do que ESG efetivo, tem tomado mais espaço nas pautas destas grandes indústrias, que estão buscando ações efetivas (mudanças de embalagens, rastreabilidade da cadeia de produção, melhoria de processos de produção, dentre tantas outras iniciativas).
Uma pesquisa realizada por Akatu e GlobeScan, mostrou que 84% dos brasileiros querem reduzir seu impacto individual sobre o meio ambiente, fazendo com que observem mais e sejam mais cobradas as indústrias por ações que sejam realmente efetivas. Não somente os consumidores, mas também investidores estão avaliando o que as empresas dizem sobre as iniciativas de ESG.
Recomendados pelo LinkedIn
A grande pergunta que fica é até onde o consumidor brasileiro está realmente disposto a desembolsar este custo adicional para neutralizar sua pegada de carbono? Algumas empresas, como a Gol Linhas Aéreas, já oferecem ao passageiro a oportunidade de compensar a emissão de carbono por um custo relativamente baixo (em torno de R$5,55 a ponte aérea SP-RJ-SP). A Localiza também oferece esta possibilidade a partir de R$1,99 por dia de locação.
Opinião minha é de que as empresas mantendo uma comunicação clara e aberta com investidores e consumidores, fazendo reais esforços em iniciativas de ESG, há espaço para o aumento de consumo, mesmo que a custo mais elevado. Dados divulgados pelo Mercado Livre mostrou que em 2022 o consumo de produtos sustentáveis dobrou em relação à 2021. O importante é as empresas identificarem esse ponto de equilíbrio na relação custo/benefício. Cabe também a nós consumidores mudar nosso comportamento de consumo.