ESG traz expansão e gera valor também para as pequenas e médias empresas

ESG traz expansão e gera valor também para as pequenas e médias empresas

Investir nas práticas de melhorias ambientais, sociais e de governança impacta positivamente a reputação e a valoração do negócio

Derivada da sigla em inglês, ESG é o tripé que busca elevar o nível de gestão das

empresas e organizações a partir dos critérios ambientais (E, em inglês), sociais (S) e

de governança corporativa (G). Não é verdade que somente as grandes companhias

podem seguir essa orientação, mesmo elas, as empresas de grande porte, estão no

caminho de aprendizagem e aprimoramento dessas iniciativas. Para as Pequenas e

Médias Empresas, as chamadas PMEs, alinhar suas decisões de negócios a partir

desses critérios pode ser um forte aliado para seu crescimento.

O momento que vivemos nos estimula também a ampliar o olhar para questões que

vão além das premissas que desde sempre regem as empresas - caixa saudável,

respeito às normas trabalhistas e tributárias, equilíbrio nos investimentos que possam

gerar expansão e outros. A fase que vivemos recentemente com a pandemia reforçou

a necessidade de que todos, independentemente do tamanho, segmento ou região em

que atuam, necessitam pensar no coletivo. Questões como inclusão, diversidade e

transparência, precisam estar na agenda de qualquer empresário.

Alinhar as análises e decisões da empresa para esse contexto vai trazer benefícios na

relação com os consumidores e mercados, uma vez que empresta valor à reputação

da empresa. Pode ser um diferencial quando for necessário buscar investimentos,

demonstra conhecimento e responsabilidade dos empreendedores e líderes da

companhia. Isso são ativos importantes para qualquer negócio, não somente para uma

grande organização.

Não à toa, esses princípios estão destacados na Agenda 2030 da ONU (Organização

das Nações Unidas), que estabeleceu os 17 ODS (Objetivos de Desenvolvimento

Sustentáveis) e as metas, prevendo melhorias no meio ambiente, na economia e na

sociedade. A intenção é que a ideia possa sensibilizar a todos, globalmente, e

promover ações em cada empresa e instituição, de todos os lugares.

O que sempre escuto é que as PMEs têm vontade de seguir nessa trilha, mas muitas

vezes não sabem por onde começar. Minha sugestão é começar pelo ponto crucial:

conhecimento. Há muita informação disponível hoje, não só em cursos ministrados em

escolas de negócios e instituições promotoras das boas práticas de gestão, como o

IBGC (Instituto Brasileiro de Governança Corporativa), como artigos, seminários e

publicações, nacionais e internacionais que aprofundam as discussões desse tema.

Seguindo na linha do que prevê a sigla - ESG - mesmo um negócio pequeno

deve ser um cuidador do meio ambiente, à medida que reduz o desperdício de materiais,

consome de forma inteligente energia e água, além de cuidar do ar (emissões), do solo e dos resíduos (lixo). É fundamental incorporar ações sustentáveis no seu dia a dia e incentivar sua equipe nesse sentido.

No aspecto social, o S da sigla ESG, um bom começo é ter políticas de respeito pelos

consumidores, fornecedores, comunidade onde atua. Valorize seus colaboradores,

promova ações que possam ter um impacto positivo na comunidade em que está

inserido. Seja mais inclusivo ao pensar em novas contratações e seja atento à

manutenção do bom ambiente de trabalho. Isso vai ser muito benéfico também para

os negócios, refletindo positivamente na reputação da marca e na baixa rotatividade

dos colaboradores.

A governança vem traduzida em transparência e conduta responsável quanto às finanças, pagamentos de impostos e obrigações trabalhistas. Na vigilância combativa às iniciativas de

corrupção, seja em que nível for, na criação de manuais de conduta para as relações

com colaboradores e fornecedores, assumindo um papel responsável com todos os

interlocutores. Também sempre recomendo que as PME's tenham desde o começo

uma boa gestão de riscos - para acidentes, finanças e outros pontos sensíveis da

operação. Outra boa iniciativa é ter um conselho consultivo, ou um Conselheiro, que possa compartilhar experiência e contribuir com a empresa a adotar as políticas de ESG com disciplina e cuidado.

Tudo isso traz valor ao empreendimento. Aumenta o controle das atividades de forma

positiva, reflete de forma benéfica na imagem da empresa e proporciona as condições

para um crescimento mais estruturado. O caminho é esse. As melhorias são para

todos na sociedade.

*Artigo originalmente publicado na edição nº 11 da Revista Economy & Law

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