ESG: uma estratégia de ganha-ganha

ESG: uma estratégia de ganha-ganha

Muito tem se falado em um mundo pós-pandemia, onde a valorização da vida no planeta ganha nova dimensão, e sobre a responsabilidade das empresas em atuar de forma ainda mais responsável por meio das práticas ESG, movimento que chega com força no Brasil. Aspectos ambientais, sociais e de governança passam a ser observados com mais atenção pelas empresas que têm um olhar voltado para o futuro. Elas estão conscientes de que não há outro caminho a não ser o de expandir a sua missão, englobando de forma organizada em suas metas, além do retorno para os seus acionistas, a proteção ao meio ambiente e o desenvolvimento social das comunidades onde estão inseridas, com a garantia da governança adequada.

Os investimentos feitos com base nos princípios ESG estão ganhando força e relevância em todo o mundo. E deve continuar! Um estudo da PwC aponta que, até 2025, 57% dos ativos na Europa estarão em fundos que consideram os critérios ESG – isso equivale a 7,6 trilhões de euros. Aqui no Brasil, os fundos que seguem estes padrões dobraram de tamanho no último ano e chegaram a 1 bilhão de reais, segundo a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).

Cada vez mais são cobradas novas formas e estratégias para se considerar nas atividades das empresas. As companhias têm que responder, por exemplo, a perguntas do tipo:  Como ela interage com o meio ambiente? Como lida com a questão da diversidade e inclusão? Ela mantém um sólido relacionamento com todos os indivíduos e organizações que de alguma forma são impactados por ela? Quais são os parâmetros de ética que a empresa impõe em suas atividades e em sua cadeia produtiva? Ela treina e supervisiona corretamente os seus colaboradores para que tenham segurança e saúde em suas atividades?

A sustentabilidade como estratégia é um processo transformador. A partir dela, é possível estimular que a condução das atividades corporativas esteja em consonância com diretrizes que garantam perenidade sustentável, resiliência, gestão dos riscos sociais, ambientais e de governança. Nesse contexto, modelos e ferramentas são aprimorados no sentido de assegurar que a cultura dos negócios tenha um olhar mais atento às Pessoas e ao Planeta, completando com a Performance, tanto financeira quanto não-financeira, o atual tripé da sustentabilidade.

No pilar ambiental, chamo atenção para as mudanças climáticas. O consumo eficiente de energia e o investimento em fontes renováveis são caminhos para diminuir as emissões de gases do efeito estufa na atmosfera. Mas, para além disso, é vital ter iniciativas e estabelecer metas concretas de redução de carbono das atividades das empresas. Para se ter uma ideia do impacto do setor de energia neste tema, em relatório recente, a Agência Internacional de Energia (AIE) propôs, por exemplo, uma moratória de perfuração de poços de petróleo e gás. Sem isso, disse a Agência, não será possível cumprir a meta de limitar o aquecimento da temperatura global em 1,5°C neste século, evitando cenários climáticos mais negativos.

Outra frente fundamental para as companhias é a política de tolerância zero com condutas que configurem corrupção, fraude ou desvios éticos. Esses aspectos ganham mais espaço e são mais valorizados na avaliação da empresa, dentre todas as dimensões analisadas - da reputação e imagem ao seu desempenho no mercado financeiro.

Portanto, é necessário que as empresas tenham controle e gestão financeiros eficazes e rigorosos, integrados à alta performance em sustentabilidade e ESG. Tal prática se traduz nos resultados apresentados ao mercado e no nível de confiança de acionistas, investidores e colaboradores. 

Um instrumento essencial para prestar contas não só ao mercado, mas a toda a sociedade é o Relatório de Sustentabilidade, documento que visa reportar, de modo claro e consolidado, todas as práticas, investimentos e resultados financeiros que refletem a consistência com as políticas de ESG das companhias.

Os investidores e agentes de financiamento têm dado sinais evidentes que procuram projetos sólidos e com bons resultados, sem dissociá-los da atuação não-financeira das companhias. Vemos uma interdependência crescente dessas duas frentes de atuação. Desse modo, o ESG avalia os atributos da liderança, de uma gestão atenta às pressões externas e à capacidade de adaptação.

Enxergo no horizonte a oportunidade para as empresas de não só disseminar as práticas ESG, mas também tornar a atuação mais integrada e conectada com as demandas das comunidades e de outros públicos de interesse. No universo corporativo, cumprir o papel social se traduz em investir, gerar lucro, empregos, competitividade e inovação. Ao mesmo tempo, nos mostra que é importante desenvolver ações e iniciativas socioambientais, promover a diversidade e a inclusão, tendo como base uma postura ética, responsável e transparente.

Mas as empresas que estão dando os primeiros passos rumo a práticas ESG mais elevadas devem saber que esse é um caminho que requer uma transformação interna e externa, envolvendo seus clientes, fornecedores, colaboradores, parceiros e acionistas. O assunto tem que estar no nível mais alto na organização, e precisa ter engajamento interno. Muitas vezes requer a disposição de implementar uma nova cultura empresarial, ao implementar mudanças no seu modelo de negócio, se necessário. Requer o estabelecimento de novas rotinas e objetivos claros, de longo prazo. Por fim, requer a capacidade de demonstrar aos seus stakeholders que a empresa está de fato avançando nessa direção que levará a sociedade a ser melhor, cuidando das pessoas e de nosso planeta.

Onara Lima

Impulsionando a Estratégia Empresarial Sustentável | ESG | Membro do Conselho Consultivo | Comitê de Sustentabilidade | ESG no Mercado de Capitais | Professora | Palestrante | Escritora | Eterna Aprendiz

2 a

Muito bom ver o CEO falando de Sustentabilidade com propriedade, entusiasmo e fortalecendo a importância do ESG. . Animador. Parabéns Mauricio Bähr e todos do time ENGIE Brasil .

Ronnie Nogueira

Publisher e Diretor Editorial, Revista RI

2 a

Excelente artigo!! Parabéns pelo brilhante trabalho que a Engie vem realizando na Agenda ESG...

Dr. Gilberto Ururahy

Diretor Médico Med-Rio Check-up

2 a

👏👏👏👏👏👏👏👏

Halley Dias de Oliveira

Engenheiro Civil / Gerente de obras e projetos

2 a

Tendo consciência que o texto foi escrito pelo CEO da ENGIE Brasil podemos inferir que a ENGIE Brasil está no caminho certo no que tange #esg O caminho ainda é longo mas com engajamento da diretoria fica mais fácil implementar uma política tão importante nas empresas. Parabéns Mauricio Bähr 😷💯

Excelente artigo, Mauricio Bähr ! De fato, não há mais como dissociar crescimento de práticas sustentáveis.

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