Espelho, espelho meu: vencendo o duelo contra a sabotagem interna
Francisco Carlos, jornalista e CEO do Mundo RH

Espelho, espelho meu: vencendo o duelo contra a sabotagem interna

Quando o auto-sabotador, bate à porta: uma crônica da comparação profissional

Numa manhã não muito distante, enquanto o sol ainda brigava com as nuvens por um espaço no céu, um vilão sorrateiro e quase invisível decidiu fazer uma visita inesperada. Não, não estou falando de um super-herói mal-ajambrado de capa e máscara, mas de um antagonista muito mais familiar para todos nós: o auto-sabotador.

Ele não bate à porta, não pede licença; apenas se instala confortavelmente no sofá da nossa mente, preparado para uma longa temporada de críticas e comparações. A vítima da vez? Um profissional comum, tal como você e eu, que comete o equívoco crônico de medir seu valor pelas conquistas alheias.

O auto-sabotador é astuto. Ele sabe que nada é mais paralisante do que o bom e velho hábito de comparar nossas falhas às vitórias estrondosas de outros profissionais. "Olhe para Fulano", sussurra ele, apontando para o LinkedIn recheado de sucessos de um conhecido. "Você já viu alguém tão competente? Certamente não está olhando no espelho!"

Ah, o espelho. Aquele que deveria refletir nossas próprias conquistas, mas que, sob a influência do auto-sabotador, apenas ecoa as dúvidas e inseguranças. Nesse reflexo distorcido, cada sucesso alheio parece um lembrete cruel de nossas próprias limitações, cada postagem sobre um novo cargo ou projeto parece uma afronta pessoal.

Mas há algo que o auto-sabotador prefere ignorar: a singularidade da jornada de cada um. Ele detesta lembranças de que comparações são, na melhor das hipóteses, inúteis, e, na pior, destrutivas. Ele ignora o fato de que, enquanto Fulano brilha em seu caminho, existem milhares de trilhas diferentes a serem exploradas, cada uma com suas próprias belezas e desafios.

E é aqui que o auto-sabotador revela sua verdadeira fraqueza: ele teme a ação. O comodismo é o seu playground, o lugar onde ele exerce seu domínio supremo. "Por que tentar, se você já sabe que vai falhar?" ele zomba, confortavelmente instalado na cadeira do medo e da inação.

Contudo, em um belo dia, o profissional comum decide que já basta. Cansado das comparações sem sentido e das críticas internas, ele se levanta. Com um gesto simples, mas poderoso, desliga o computador, afasta as sombras do auto-sabotador e decide tomar as rédeas de sua própria história.

Com cada passo em direção ao desconhecido, com cada falha transformada em aprendizado, o auto-sabotador perde um pouco mais de seu poder. Afinal, ele descobre, meio perplexo, que sua maior fraqueza nunca foi comparar-se aos outros, mas permitir que essas comparações o definissem.

No fim das contas, a jornada contra o auto-sabotador é diária e pessoal. Envolve reconhecer suas táticas, sim, mas, acima de tudo, compreender que o único comparativo válido é aquele que fazemos com nós mesmos, no passado. E a única competição que realmente vale a pena é a que travamos para ser uma versão melhor do que fomos ontem.

Então, da próxima vez que o auto-sabotador bater à sua porta, ofereça-lhe uma xícara de chá, agradeça pelas lições e gentilmente mostre-lhe a saída. Afinal, você tem uma jornada única a seguir, e ela certamente não inclui espaço para passageiros indesejados.


Fica a dica!

VALDOMIRO APARECIDO MARQUES

Gerente Comercial | Executivo de Contas Sênior | Desenvolvimento de Negócios | Inteligência de Negócios | SaaS | HaaS | Service Desk | Field Sales | Vendas Corporativas | Head Commercial | Gerente de Projetos |

9 m

Francisco Carlos, inspirador!

Emerson Ciociorowski

Economista | MKT NYU | Conselho Consultivo Grupo Aliança da Bahia | Membro Advisory Council Team exGV | Secretário Geral AOTS Brasil| Planej.Estratégico, Coaching & Mentoria Carreira Comunicação| Gerenciamento Stress

9 m

Muito boa provocação!

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