eSports. Você não conhece? Talvez devesse
Há pouco mais de uma semana aconteceu a final do CBLOL, certamente o principal evento de eSports do ano no país. Ok, pode ser que você não tenha entendido nada até aqui e já sinta vontade de sair deste artigo mas, se me permite uma sugestão, resista a este impulso. É sério. Eu mesmo – e fazendo um mea culpa – não conhecia até bem pouco tempo atrás muito sobre o tema, e ainda tenho muito mais a entender, mas queria compartilhar um pouco do que tenho aprendido sobre ele e algumas quebras de paradigmas muito interessantes que julgo dignas de estarem presentes nesse artigo.
Primeiro, vamos começar pelo começo. CBLOL é a sigla de Campeonato Brasileiro de League of Legends, sendo este último – o League of Legends, ou LOL, uma das maiores sensações das plataformas online de jogos multiplayer, misturando ação, estratégia e fantasia em um único jogo. Já os eSports são verdadeiras ligas em que jogadores, reunidos em equipes, participam de campeonatos de jogos como LOL com tudo e muito mais que qualquer esporte tem direito, desde plateia alucinada até cobertura de ESPN e SporTV e todo tipo de merchandising que você puder imaginar.
Um ponto inicial que chamo a atenção: a Riot, criadora de League of Legends, disponibiliza o jogo para download em seu site. Se você for lá agora, nesse instante, sabe quando vai gastar para adquirir o LOL e sair jogando? Zero reais. Isso mesmo. Uma baita quebra de paradigma essa. A empresa tem receita, claro, mas não é dali em essência que ela vem. E sim, é uma empresa de games!
"Sabe quando vai gastar para adquirir o LOL e sair jogando? Zero reais. Isso mesmo. Uma baita quebra de paradigma essa."
Outra: Recentemente tivemos também a final de eSports de Counter Strike, jogo mais clássico do que LOL onde terroristas e contra-terroristas se matam para poder detonar/proteger determinados territórios. A equipe – brasileira, boa! – que venceu o campeonato botou no bolso R$ 1,6 milhão. É isso mesmo: 1 Milhão e 600mil para meia dúzia de garotos que até há algum tempo jogavam despretensiosamente um “joguinho de tiro”, como alguns podem querer chamar. Alguma dúvida de que estes clientes estão fidelizados?
Ainda não basta? Então reflita sobre o seguinte: os gamers – sejam quais forem seus perfis ou “momentos históricos”, afinal em muito o gamer de ontem é diferente do de hoje , têm entre si uma coisa em comum: sua paixão por games. E o que move o esporte senão esse mesmo sentimento inexplicável de pertencimento, de emoção, de amor genuíno por uma causa conjunta – e pelos motivos muitas vezes mais diversos e assimétricos possíveis?
O que os eSports têm feito foi juntar estes dois amores – games e esportes – em um encontro único. E o resultado? Sucesso! E sim, também financeiro. Afinal, ao dar um google por fotos destes encontros, você vai se deparar – além de pessoas felizes e das mais diversas tribos gamers – com uma série de marcas e produtos, posicionando-se das mais diversas maneiras. E sabemos que, sempre que uma marca está em algum lugar, alguém pagou algo para alguém para estar ali.
Novas formas de captar receitas. Reunir duas experiências emocionantes em um mesmo projeto. Premiar seus consumidores. E gerar negócios com tudo isso. É isso que estes encontros têm feito, e é essa reflexão que eu queria propor aqui. Todos estes benefícios não precisam estar necessariamente – e exclusivamente – associados a esta causa, podendo, e talvez devendo, estar presentes na sua empresa também.
"Novas formas de captar receitas. Reunir duas experiências emocionantes em um mesmo projeto. Premiar seus consumidores. E gerar negócios com tudo isso."
Olhe para o que você faz e questione-se: Onde mais é possível captar dinheiro e meu concorrente ainda não se deu conta? Que serviços ou produtos posso agregar à experiência de meus clientes para maximizar o potencial do que eu vendo? Que tipo de extras posso oferecer aos meus consumidores para manter uma relação genuína, saudável e de longo prazo com eles? Essas são, a meu ver, apenas algumas das perguntas que saem destas linhas e que inexoravelmente devemos nos fazer se quisermos manter diferenciados os nossos negócios. Vejo que os eSports estão conseguindo fazer isso, mas acima de tudo, não vejo por que outros mercados também não o poderiam. E esse é o porquê fundamental dessas perguntas. Agora, como respondê-las e fazer isso acontecer? Aí, a solução é você quem deve dar.
E então? Interessou entender mais sobre os eSports?
Pois, e em minha humilde opinião, deveria.