Estamos correndo atrás do que mesmo?
Keli Pires
@kelipirespsi / Psicóloga Organizacional, Especialista em Programas de Aprendizagem e Desenvolvimento de Pessoas, e empresas Consultoria na área de RH e Gestão de Carreira. Mestranda em Psicologia Org.
“Quero me encontrar, mais não sei onde estou, vem comigo procurar um lugar mais calmo, longe dessa confusão, e dessa gente que não se respeita, tenho quase certeza que eu não sou daqui.” Esse é o trecho da música Meninos e Meninas da Legião Urbana de 1989.
Como pode uma música que foi escrita a mais de 30 anos, fazer tanto sentido nos dias de hoje? Pelo menos para mim, ela descreve exatamente o que sinto sobre toda essa cultura do “eu primeiro” do “vencer a qualquer custo” de encontrar “o meu lugar ao Sol”. Que lugar é esse? E será que eu realmente preciso chegar lá sozinha?
Um bom emprego? Um "mega" salário? Um empresa ou cargo de prestigio?
E se eu não quiser? Não terei o meu sonhado “sucesso profissional”? Afinal, o que é de fato esse “sucesso”?
Bater de frente contra o sistema, remar contra a maré, não desejar o que todos estão desejando. Sim, eu já quis muito fazer parte de tudo isso. Mas hoje não sei, deixou de fazer tanto sentido.
Hoje, procuro olhar a vida de outra forma, repensado muitas coisas, talvez seja em decorrência de um Burnout que passei no final do ano passado. Sim amigos, e confesso que ainda estou no processo de recuperação. Excesso de trabalho, nível elevado de auto cobrança, assumir mais projetos do que posso abraçar, acreditar que dou conta sozinha. Mas não dou...
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E olha que eu ainda tenho a desculpa de trabalhar com o que gosto, não ter “chefe”, essa vibe de viver do empreendedorismo em muitos momento é solitária e desafiadora, todos os dias.
E SIM, eu realmente gosto muito do que eu escolhi fazer profissionalmente, amo a minha liberdade, a flexibilidade de horário que tenho, desempenhar muitas atividades diferentes, estar em contato e conhecer tantas pessoas incríveis, ser reconhecida pelo meu trabalho e desempenho. Mas a que preço?
Esse texto não sem pretensão alguma, é só um desabafo, mas se ele fizer sentido para você, te convido a refletir sobre toda esse loucura que estamos vivendo, toda essa correria. Afinal, estamos correndo atrás do que mesmo?