Mas tu não sente falta do teu trabalho? #sabático

Mas tu não sente falta do teu trabalho? #sabático

Essa é a pergunta que mais ouço dentro desse período sabático. E eu que achei que a maior parte da preocupação das pessoas era financeira.

Talvez seja as duas coisas. Não sei.

Mas voltando a pergunta, que acho bem pertinente aliás, pois eu mesma achei por muito tempo da minha vida que não daria conta de não trabalhar no mundo corporativo. Até que a vida me tirou o chão. Até que tive que ficar hospitalizada em repouso total por 20 dias. Até que tirei uma licença médica de 6 meses.

E apesar de ter gastado a maior parte do tempo me curando, descobri algo inusitado naquele período.

Eu existo sem um emprego. Sem uma empresa.

Sou um ser funcional. Não me entedio fácil. Sou extremamente criativa e ocupo meu tempo das mais diversas formas.

Foi uma verdadeira Eureka!

Mas aquele afastamento do mundo corporativo em 2019, teve outro gosto. Outra cor do que vivencio hoje. Não era um sabático.

Já em 2022, tive a oportunidade de tirar 12 semanas sabáticas. Um benefício da empresa para colaboradores que completaram 10 anos de casa (eu tenho hoje 12 anos). E nem preciso dizer que foi divino!

12 semanas para eu fazer o que eu quisesse, sendo remunerada por isso. Um belo de um benefício.

E nessa segunda parada, aprendi que a vida pode ter outros gostos. Foi quando comecei explorar outros fazeres. E foi também quando descobri que podia expandir minha paixão de compartilhar conhecimento, há muito feito com excelência e sendo reconhecida globalmente por isso na empresa, para o mundo exterior. Agora usando as redes sociais.

Explorei vários campos de fazeres.

Mentoria individual de carreira. Rodas de conversa sobre liderança feminina. Mentorias de vida (como estruturar sua carreira de acordo com a vida que você deseja ter). Rodas de conversas técnicas de planejamento financeiro. Cursos e mentorias de educação financeira pessoal. Uma avalanche de coisas.

Foi quando não só percebi, mas consolidei a minha visão sobre mim mesma do meu potencial criativo.

Sou uma pessoa abundante de ideias.

Então o que antes era um sonho de um futuro distante, uma vida onde eu pudesse ter mais tempo para mim mesma e colocar no mundo meu conhecimento, passou a ser um desejo urgente.

E quando voltei a trabalhar, descobri que aquilo já não me satisfazia mais, pois me descobri completamente apaixonada por desenvolvimento de pessoas, lideranças, processos eficientes com foco na felicidade das pessoas e trazendo maior alinhamento com a estratégia de longo prazo da empresa.

Ainda sim, nos últimos doze meses antes da decisão de tirar meu ano sabático, ajudei a empresa enfrentar o início da maior crise financeira vivida até então. Me dediquei horas e horas alinhando líderes de 18 países a tomarem as melhores decisões. Foram meses de análises e cenários que ninguém queria acreditar.

Enfim, me vi num lugar onde já tinha vivido quase tudo que uma pessoa de FP&A gostaria de viver, estava completando meu décimo segundo ano de empresa, então decidi que eu precisava experimentar outras estruturas de trabalho. Além de aprender outras habilidades. E assim, me joguei no mundo para entender o que farei com os próximos anos de minha vida.

Uma volta inteira para responder a pergunta, eu senti falta do trabalho?

Em nenhum desses períodos fora do mundo corporativo, eu senti falta do meu trabalho. Pois na verdade, eu nunca parei de trabalhar. Em mim e com os outros.

Muitas pessoas, me incluindo, vive uma vida inteira acreditando que só existe vida e coisas a se fazer dentro das empresas. E essa é uma falácia vendida para gente nos nossos primeiros anos de vida. Pois, na verdade, para nossos ancestrais isso foi verdade. Os empregos corporativos mudaram o estilo de vida de muita gente das gerações anteriores.

Mas precisamos questionar essa “verdade”, pois o mundo mudou. Nós mudamos. E ampliar nossos horizontes é preciso.

Agora, claro que toda escolha há uma renúncia. E eu me debati muito com as renúncias que eu precisava fazer para poder viver o que estou vivendo hoje.

E por isso escrevo, para que você encontre algumas pistas entre essas linhas para fazer as apostas e escolhas que vai fazer seu coração voltar a vibrar como tu tinhas 18 anos.

Pois eu estou vibrando com as novas descobertas.

Um abraço,

Dani

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