Estratégias e soluções para a Economia Brasileira
O presente artigo pretende inicialmente apresentar a atual situação da Economia Brasileira, concentrando a avaliação na Macroeconomia, nos seguintes elementos: PIB, EMPREGO, INFLAÇÃO, JUROS, CAMBIO E BALANÇA COMERCIAL.
De acordo com o último boletim da FOCUS CONSULTORIA, a previsão para este ano é de termos um PIB de aproximadamente -3,81 %, com um quadro atual de 11,1 milhões de desempregados, ou uma taxa de desemprego de 12,5%, com uma tendência de aumento. A inflação de acordo com a última ata do copom até o mês de marco de 9,39%, muito longe da meta de inflação de 4,5% para o ano de 2016. Por último, com a perspectiva do processo de retomada da confiança, após o processo de impeachment da Presidente Dilma, o mercado financeiro está trabalhando com uma taxa de R$ 3,50/US$, o que implica numa menor pressão sobre itens importados que podem impactar na inflação futura.
As estratégias a serem tomadas, passam inevitavelmente por um processo da retomada de confiança, é preciso estimular o crescimento do PIB através de investimentos a serem realizados por empresários nacionais ou estrangeiros, primordialmente na área de infraestrutura, através de modelos de concessão.
Este modelo de concessão, seja para segmentos como aeroportos, portos, rodovias, irá permitir que as empresas voltem a contratar, gerando um movimento cíclico de empregos, e gradativamente a volta do consumo, que irá reduzir os estoques, permitindo que o mercado financeiro ou mesmo o mercado de capitais possam incentivar esta retomada concedendo crédito ou pela volta dos investidores estrangeiros.
Este ciclo positivo entre PIB e EMPREGO, em concordância com o avanço de medidas na Política Fiscal, de austeridade, com o controle rígido das finanças públicas, melhor aplicação dos recursos do orçamento da União, demonstrará para o mercado financeiro nacional e internacional, a preocupação com a evolução da dívida pública brasileira, que passara por um processo natural de estabilização, e consequente diminuição dos juros, visto que, a economia crescendo de forma gradativa, a inflação ficara sob controle, o que permitirá ao Banco Central reduzir a taxa de juros, favorecendo a concessão de créditos pelas instituições financeiras, como também, a diminuição e a percepção do empresariado em relação a riscos.
Teremos elementos suficientes, para permitir que as empresas e pessoas, além do processo natural de consumo e produção, possam se planejar para horizontes mais longos, voltando novamente a discutir em novos investimentos.
Por outro lado, com a entrada gradual de dólares e a retomada de investimentos estrangeiros irá favorecer o saldo da balança comercial, resultando no aumento das reserva internacional, e por termos um excesso de dólares no mercado, irá traduzir numa taxa de cambio em processo de decréscimo.
A interação e integração entre os fatores macroeconômicos e as políticas fiscal, monetária e cambial, possibilitará a retomada do crescimento econômico e a volta da confiança por todo o mercado empresarial e consumidor.
O êxito destas práticas favorecerá uma nova percepção e avaliação por parte das agências de risco internacional, sabendo que o processo deverá ser lento e gradativo para que não haja possíveis bolhas, especulações, e possíveis rupturas no mercado o que poderia levar a novamente um quadro de descrédito.
No tocante a política fiscal, não podemos e não temos tempo para cometer novos erros ou suicídios financeiros, é necessário que haja um processo de estimulo a livre concorrência, os setores da economia brasileira, deverão obrigatoriamente investir no processo de tecnologia e produtividade, principalmente a indústria, que durante estes últimos 50 anos, viu e observou a sua partição no PIB reduzir de forma acentuada. Já está claro, que a política de desoneração não funciona e gerar comodismos nas empresas brasileiras.
E fundamental que haja equilíbrio na microeconomia, entre a oferta e a demanda, para isto, a estratégia para economia brasileira passa por um processo forte de investimento no setor de educação, desde o ensino fundamental até o ensino médio, não é possível e nem inteligente que o governo federal procure equilibrar a balança do desiquilíbrio de renda e social, por mecanismos de cotas para universidades.
Temos vários exemplos, pelo mundo afora, Coréia do Sul, China, que se dedicaram a investir pesadamente na educação, o conceito é a melhora da qualidade das exportações, agregando sempre valor aos produtos, além de tecnologia de ponta.
Apesar de ser repetitivo, este novo ciclo da educação em parceria com as empresas brasileiras ou multinacionais irá permitir que tenhamos o devido equilíbrio na oferta e procura, sem haver processos de inflação de custos (possíveis ajustes nos salários)
Na medida em que tenhamos investimentos pesados em educação e ao longo dos anos, começamos a colher os frutos desta estratégia, a curva de despesas de bem estar, uma política fiscal discricionária deverá ser descendente, menos pessoas dependerão das políticas de transferências de renda (Bolsa Família).
Reforçando a ideia, é melhor termos crescimentos no PIB de forma crescente e equilibrada do que termos explosões, ou milagres econômicos, ascendendo grande parte das classes C, D e E, porém por terem efeito de curtíssimo prazo, podem gerar uma crise sem precedentes, tal e qual, o que estamos vivendo atualmente na nossa economia.