Eu Amo meu Oponente! Uma reflexão pelo Brasil
Cena do filme Watchmen

Eu Amo meu Oponente! Uma reflexão pelo Brasil

O ódio cresce ou o ódio aparece?

Não há o que seja exposto que não viva dentro de nós. Escondido. Camuflado. Imperceptível até para nós mesmos. Por isso, não há ódio que seja propagado que não se refere ao grito de nossa própria sombra: “eu existo!”. 

Nas circunstâncias e justificativas mais diversas e sempre extremas e decisivas, se dá o terreno fértil para a sua aparição inesperada. Não somos o ódio, mas parte dele nos pertence. Ninguém sai imune. Até mesmo o ódio contra o ódio é, em essência, ódio. 

E porque ele aparece assim? Porque não há processo de cura que não exija enfrentamento, para enfrentar é preciso conhecer o inimigo. O inconsciente tem que emergir à consciência, se mostrar ferida aberta. Estamos na Terra, o mundo da imperfeição e das provações, onde as curas ainda estão conectadas ao processo de dor. Surgem momentos apocalípticos, como o atual momento do Brasil, para que toda sombra ganhe evidência.

As figuras que representam esse cenário político são apenas instrumentos da sombra coletiva. Diante desse cenário, facilmente nos entristecemos, nos chateamos e sentimos que o Brasil tá perdido: “aonde fomos parar?” Que momento de crise pessoal não sentimos a mesma coisa, como se nada tivesse jeito? Sim, as transformações também acontecem em nível coletivo. 

A avalanche de sombras, em formas de discursos e de agressões, é só o começo, a exposição inicial. O que será feito com o que vemos é o que realmente transmuta e leva à cura. Entenda que tua posição política, nesse momento, não é o que as pessoas precisam ver. 

Para que a sombra se cure, é preciso amar. Enxergar o que há de errado, revisitar e retirar de nosso lar interno o que não mais nos pertence. A Lava Jato, escondida num simples posto de gasolina, tem sua analogia perfeita para o que precisa acontecer dentro de cada um de nós, com cada sombra. 

Quantos bons corações se tornaram vilões? Quantas pessoas de bem se tornaram ladrões? Com isso, elas assim deixaram de ser? É difícil, o perdão nasce desse desafio, mas a cada dedo apontado, lembre-se que há três dobrados, voltados a você. 

Todos os seus motivos e justificativas para o voto, toda sua bandeira e corrente de valores, não serão tão transformadoras quanto a tua capacidade de empatia e de espalhar amor. "Eu amo meu oponente, o diferente, o oposto. Porque eu sou a diferença”. 

O Brasil que você quer não envolve em essência um personagem desse duelo, está representado na forma que você traz ele ao poder. 

Não falo em sermos omissos, falo em sermos amor, antes de tudo. Qualquer medida cabível aos casos assim devem ser tomadas e isso não significa sujar nossas mãos com o mesmo sangue que nos feriu. 

Que nosso voto seja sigilo e que nosso amor seja o grito. 

#PrayForBrazil  #LoveForBrazil

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