Eu descobri porque empresas tradicionais têm medo de inovar
Esses dias eu me peguei perguntando porque as empresas tradicionais têm medo de inovar em seus mercados. Será que é porque acham esse um investimento complicado, caro e arriscado demais? Cheguei à conclusão de que essa definição é comum, mas um erro.
Primeiro, porque a inovação não tem que ser cara, complicada ou arriscada. Depois, porque quando se investe em temas como esse, da inovação e tecnologia, os ganhos podem ser incríveis para a empresa. Eu mesmo vivi na pele essa experiência.
Em 2001 fui para Juiz de Fora (MG) e criei uma empresa na área de materiais de construção civil. Ou seja, uma empresa que teria tudo para seguir os mesmos caminhos de outras empresas tradicionais. Só que eu modernizei o empreendimento todo.
E o meu legado se mantém há mais de 20 anos devido a esses investimentos em inovação. E posso falar uma coisa com propriedade: a inovação não tem que custar tanto. E você não deve ficar com receio de apostar nisso se quiser resultados diferentes e melhores.
Eu vou voltar a falar mais dessa minha história pessoal e profissional no decorrer do artigo, só que antes preciso contextualizar alguns temas importantes. Por exemplo, o que é a inovação que tanto se fala hoje em dia?
O que é inovação?
Inovar é criar um produto exclusivo, com uma tecnologia avançada e vender por um preço super alto para o mercado consumidor? Pode ser. Só que não quero focar nesse tipo de inovação hoje. Eu quero que você entenda que inovar é muito mais do que isso.
Por exemplo, tornar o atendimento ao cliente mais rápido. Simples assim. Ou digitalizar as informações da sua loja. Também pode ser sobre automatizar o processo financeiro e contábil da sua empresa.
Por isso, ao menos nesse momento, esqueça essa ideia de que inovar é gastar dinheiro, que pode ser um valor que você não tem no momento. Eu quero que você considere além dessa bolha: inovar é pensar diferente!
Em 2019, a GEM apontou que o país atingiu 23,3% de empreendedorismo inicial, sendo que esse foi o segundo melhor patamar total, considerando brasileiros entre 18 e 64 anos, desde 2002. E esse dado indica uma retomada após a queda que ficou entre 2016 e 2018.
Já o potencial de empreendedorismo no país foi de 30,2%. Isso quer dizer que, na prática, a cada 10 brasileiros na fase adulta que ainda não são empreendedores três deles pretendem abrir um negócio próprio – em um prazo de até 3 anos.
E se você acha pouco, saiba que esse resultado colocou o Brasil na frente de países do BRICS, como Estados Unidos, Colômbia, México e até mesmo Alemanha. A pesquisa foi feita em parceria com o Sebrae.
Só que tem algo que não está fechando essa conta aqui. Se a inovação é uma área tão importante e o brasileiro é visto como um empreendedor nato, então, de onde vem esse medo de investir nessa área? É isso que vou comentar no próximo tópico.
O medo de inovar
A mesma pesquisa que citei acima diz mais do que falar que o brasileiro é um povo que empreende muito bem. Ela diz que apenas 7,5% de nós temos um produto ou serviço novo para oferecer aos consumidores. Está bom, mas o que isso quer dizer na prática? Que o Brasil é um país empreendedor, só que com pouco investimento e conhecimento em temas como ciência, tecnologia e inovação.
E agora volto à pergunta inicial do meu artigo: porque as empresas tradicionais têm medo de inovar? Porque acham caro e arriscado demais.
No entanto, essa definição está equivocada, amigos empreendedores. E já posso garantir uma coisa: inovar não é apenas para grandes marcas, como Nike e Coca-Cola está bem? O pequeno empresário, da marca tradicional, também pode fazer isso.
O fato é que, quando a gente traduz os melhores resultados para “inovação”, a gente encontra algo como “converter ideias em resultados”. E isso não precisa ser caro ou complicado. A questão agora passa a ser: por que investir em inovação na sua empresa?
Por que inovar?
Eu confesso que travei um pouco na hora de escrever esse tópico. O motivo é que não é fácil encontrar uma resposta para uma pergunta que possui tantas variáveis. Ou seja, poderia escrever muitas respostas para mostrar a você porque inovar é tão necessário hoje em dia.
No entanto, após muito pensar consegui chegar a uma resposta que vai servir para você. Isso porque é uma resposta geral, para todo tipo de empresa, para todo tipo de negócio, para quem já nasceu tecnológico ou para quem é mais tradicional: a competitividade.
E tem mais: o Brasil tem como pedra no sapato, hoje em dia, uma cultura conservadora, instaurada na vida dos médios e pequenos empreendedores que acham que investir ou inovar é caro demais. No entanto, quando se põe do outro lado da balança a competitividade, a conversa muda de tom. Inovar pode ser simples como se adaptar às novas circunstâncias que o mercado e o mundo exigem. A pandemia, que já dura mais de um ano, é a maior prova disso.
Então, pergunto a você: o que você fez durante esse tempo para inovar? E não estou perguntando sobre quanto gastou para isso e sim sobre o que mudou na sua rotina de trabalho, na performance dos funcionários, nas operações digitais.
A inovação em empresas tradicionais
Antes de começar a citar uma parte da minha carreira de empreendedor aqui, gostaria que você entendesse que há muitas outras ótimas histórias que poderiam ser contadas que unem a inovação com o aumento da competitividade.
Aliás, um ponto curioso é conseguir enxergar o que as empresas que inovam possuem em comum: fazendo uma autoanálise, vejo que se trata de pensar de forma diferente, que é o que mais mencionei aqui neste artigo.
Também podemos considerar a entrega de valor para o seu consumidor. Entregar valor é fazer ele ter uma boa experiência de consumo. E, como sabemos hoje em dia, isso tem mais peso do que ficar pensando apenas no preço ou no benefício do seu produto.
Por último, talvez se pudesse resumir tudo o que foi dito aqui, eu poderia dizer que inovar não é algo que acontece da noite para o dia. No entanto, é um processo que cabe e vale para qualquer empresa, desde uma fintech até uma loja da construção civil tradicional.
Esse caminho demanda, especialmente, comprometimento. Por isso, pergunto a você o que me pergunto todos os dias: o quanto você tem se dedicado para inovar na sua empresa? E só para lembrar: não estou falando sobre investimentos financeiros apenas.
Como inovei em uma empresa de construção civil
Vou contar, de forma muito rápida, uma parte da minha história com a UAI Distribuidora. Esse foi o meu primeiro empreendimento independente do zero. No ano de 2020, mesmo com a pandemia, teve um faturamento de R$ 100 milhões.
Só que muito mais do que esse faturamento, sabe o que mais me deixa orgulhoso? É que, nesse tempo tão difícil, não precisei deixar nenhum colaborador desempregado. Como explico isso? Inovação. E você vai entender os motivos.
Comecei a pensar diferente quando vi que toda loja que atua no mercado de construção civil era chamada de tradicional. Mais do que isso, elas eram offline. Só que consegui ver uma brecha nisso: o poder da transformação digital. E sim, isso é uma inovação e tanto.
O resultado foi positivo em todos os sentidos. Estou falando de ganhos operacionais, de ganhos gerenciais, da melhor performance da equipe, da competitividade no mercado, entre tantos.
A partir dessa transformação, não só tive ótimos números com a UAI Distribuidora como consegui fazer nascer mais de 25 empresas. Hoje, tenho uma fintech própria, chamada Dupay. O objetivo dela é dar apoio pontual aos empreendedores de menor porte.
Afinal, a inovação sempre foi o meu carro-chefe e o que faço hoje é mostrar para esses empreendedores brasileiros a importância de se considerar essa área. Se uma empresa da construção civil se modernizou e teve sucesso, você também pode, não acha?
Aproveite para compartilhar esse artigo com aquelas pessoas que você acha que tem um potencial incrível para inovar, porém, ainda não conseguiram sair do sofá para fazer porque acham que isso é caro, complicado e arriscado demais.
Acredito, de verdade, que esse bicho-papão da inovação que muita gente vê, seja apenas reflexo de uma cultura tradicionalista que temos instalada no nosso país. É algo muito próximo do Mito da Caverna, que é uma história narrada por Platão.
O Mito da Caverna
Em resumo, trata-se de uma caverna onde homens vivem acorrentados desde sempre. Eles só veem uma parede que mostra as sombras das pessoas que são projetadas por uma chama de fogo. Eles ouvem o eco dos gritos. Assim, sombras e ecos são projeções distorcidas da realidade que eles compreendem.
No entanto, um dia um prisioneiro se liberta e tem o primeiro contato com a luz solar. O que acontece após isso? O prisioneiro pode voltar até a caverna e soltar os outros prisioneiros ou pode seguir o seu caminho.
O que importa para mim, nesse artigo e com essa metáfora, é que você observe que sombras e ecos podem ser opiniões e preconceitos que trazemos a partir do senso comum e da cultura tradicional.
O sair da caverna, que representa a libertação do prisioneiro na história de Platão, pode ser algo que chegue bem próximo a ideia de inovar na sua empresa. É isso que vai ajudar você a deixar para trás a ideia de que empresas tradicionais não podem inovar.
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3 aMais que um incentivo, o Giovani nos convida a ousar, sempre planejando muito para minimizar as surpresas! arnaldo.santos@techvet.com.br