Eu já gritei muito: Uma pequena reflexão sobre ser mulher e priorizar minha carreira.
Coragem tem como definição: firmeza de espírito para enfrentar situação emocional ou moralmente difícil. Acho que para mim pode ter sido um pouco mais "fácil” criar coragem de tomar a decisão de priorizar minha carreira, porque sempre fui teimosa. Minha mãe diz até hoje que depois que eu coloco algo na minha cabeça, não tem quem tire. Mas eu vou contar um segredo para você, isso me atrapalha muito.
Esses tempos estava conversando com uma amiga que trabalha em um mercado parecido ao meu, e ela me falou: Recebi um feedback que não me posiciono nas reuniões, e estou pedindo para falar com você, porque se posiciona bem. O que eu contei para ela é o mesmo que vou contar para você: NEM SEMPRE FOI ASSIM.
No começo da minha carreira eu gritava. Talvez por ter 11 primos e ter criado muito próxima a eles eu criei esse hábito na infância, e quando entrei no mercado de trabalho, levei esse comportamento. Eu gritava porque não entendia a força que eu tinha. Gritava por querer ser ouvida. Não vou mentir, hoje eu dia talvez eu ainda grite, mas o que eu entendi é que se estou em uma reunião, a minha opinião é importante para aquele assunto. Entendi que se alguém pergunta minha opinião é porque quer realmente ouvir ela. E principalmente, eu amadureci.
Tomar a coragem de aceitar que você foca em si mesma e na sua carreira tem ligação com amadurecimento também. A maturidade me ensinou que está tudo bem eu escolher por mim e pela minha carreira. E sim, ESTÁ TUDO BEM, isso é o que a minha terapeuta mais me repete nas minhas sessões, e é isso que quero passar para você que está lendo.
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Mas é muito lindo escrever sobre coragem, difícil é escrever sobre o medo. Como diria Ambrose Moon: “Coragem não é a ausência de medo, mas o entendimento de que algo é mais importante do que o medo”. Mas sejamos honestas, isso ainda é muito lindo de se escrever.
O medo é algo obscuro. Ele age de maneiras diferentes para cada ser humano neste mundo. Às vezes ele chega em silêncio e se senta na sala sem ninguém perceber, às vezes ele escancara a porta de uma maneira que a casa toda se abala. Quando o medo escancara a porta, é mais fácil de identificar e diria que talvez até mais fácil de tratar. O maior problema é quando ele chega em silêncio, senta na sala e acaba se tornando um amigo estranho, que não conversa muito, mas em alguns momentos ele se levanta e começa a dançar a macarena.
O medo silencioso é o que te faz se questionar muitas vezes se você merece estar no local que está. A famosa síndrome da impostora, uma velha amiga minha e talvez sua também. Coragem de tomar a decisão de focar em si e na sua carreira também significa abraçar a síndrome da impostora e saber que ela vai te acompanhar, o negócio é só você gritar mais alto que ela.
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9 mParabéns, não apenas pelo texto, mas por toda sua trajetória, e como você consegue conectar pontos para amadurecimento profissional (e pessoal). Tem um frase que me impacta muito sobre medo (e que carrego até hoje): "quem vive com medo, vive pela metade". Nem sempre é simples vencê-los, mas é essencial reconhecê-los para cuidar de cada um deles no momento certo.