Medo e a Moral
Por muito tempo busquei ter coragem e me julguei muito mal por ter medos de algumas coisas. Minha vulnerabilidade foi colocada a prova em diversas situações da minha vida e eu me achei fraco por isso. Até hoje quando lembro de alguns momentos da minha história me sinto por mal por ter sentido medo. Mas será que medo e falta de coragem estão simplesmente ligados a situações emocionais? Será que tem algo de racional no medo? Esses são pontos importantes pra mim, entender como eu funciono diante de circunstâncias adversas.
Mais do que ficar me julgando se deveria ou não sentir medo e mais do que simplesmente buscar coragem para fazer algo, quero saber o que está por traz disso. Partindo do princípio de que o medo é uma das emoções básicas, então ele tem um propósito para existir e não posso mais ignorar isso.
Vamos entender algumas diferenças sobre o que estou chamando de medo. Tenho muito medo de altura, posso voar em quantos aviões forem precisos, porque não tenho a sensação de altura, mas se chego perto de uma janela de um prédio, minhas pernas tremem. Se estou com a minha filha e ela chega perto de algo alto, eu corro em sua direção e tiro ela de lá imediatamente.
Esse medo não me incomoda, parece que ele não fala sobre mim, é como se fosse uma força externa a mim e que não diz sobre a minha falta de coragem, então simplesmente eu evito lugares altos e está tudo bem.
Outro medo que as vezes eu sinto é sobre o meu trabalho. Por trabalhar com palestras e treinamento com muito frequência encaro grandes plenárias com mais de 300 pessoas e públicos muito experientes, isso me traz uma preocupação sobre a qualidade do trabalho que vou entregar e se não tomo cuidado afeta até a minha crença se sou realmente capaz ou não. Essa questão moral, diferente da altura, me traz um movimento diferente, me afetando diretamente sobre quem eu sou e como lido com os meus desafios.
Além disso não tenho e nem quero evitar a situação, mas sim superá-la, por isso, busco me preparar ainda mais, me antecipar a possíveis problemas e encontro forças para fazer a melhor entrega possível deste trabalho, ou seja, eu encontro a coragem no preparo.
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Agora tem algo que me traz muito medo quando o impacto do que está acontecendo ou pode acontecer, afetará diretamente outras pessoas e onde a responsabilidade sobre essa decisão é minha. Estou falando em momentos decisivos, por exemplo, com a minha família ou empresa. Por mais que tenho pessoas por perto e que de alguma forma sempre me auxiliam, tem decisões que a palavra final é minha e o resultado será minha responsabilidade. Neste exemplo o medo me afeta de forma mais avassaladora, a ponto de mudar ou retardar alguns planos.
Por exemplo, estando em Portugal nessas férias e pensando em morar lá, tive momentos de pânico quando me imaginei longe de tudo e todos, assumindo a mudança da minha família e de alguma forma me sentido responsável por tudo que aconteceria diante dessa decisão.
O futuro desconhecido nesse nível de impacto familiar me levou a um grande medo, o bom é que posso controlar o tempo dessa decisão, mas a questão é que existe um desejo e agora preciso de debruçar e entender o que me afeta e como posso de alguma maneira me preparar para o que virá pela frente. Na empresa é bastante parecido, porque vidas estão em jogo, sustentos de famílias estão em jogo, é muita responsabilidade e incertezas num mundo corporativo tão volátil. Então busco dados e apoio para tomarmos as melhores decisões.
Em resumo a vida não é fácil, mas entendi escrevendo aqui para vocês que a maioria dos meus medos estão diretamente ligados a questões morais sobre a minha imagem, de como eu lidarei caso os resultados não sejam os esperados. Mas, também aprendi, que é importante olhar para esses medos, buscar entender a sua importância e propósito para que não abandone meus sonhos e possa construir de forma saudável as melhores decisões, para mim e aqueles que convivem comigo.
Até mais Fabio Abate
CEO / Business Development Manager/ Regional de vendas / Desenvolvimento Humano. Minha paixão é ajudar pessoas a descobrirem seus, talentos e habilidades, e assim alcançarem seu potencial máximo.
9 mExcelente Fábio! Não estamos sozinhos em nossos medos. Refletir sobre esse tema pode ser um processo poderoso para melhorar nossa saúde mental, desempenho profissional e qualidade de vida geral. Ao reconhecer, entender e enfrentar podemos transformar de obstáculos a oportunidades. Disse tudo que gostaria de dizer. Te admiro e não é pouco gigante!
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9 mÓtima reflexão!