“EU ODEIO A CLASSE MÉDIA”
“Porque eu odeio a classe média, a classe média é uma estupidez, é o que tem de mais reacionário” .
Os gritos alucinados vindo do palco, emitidos por Marilene Chauí há 10 anos , esbravejando as palavras acima, nunca foram muito bem compreendidos pelas pessoas centradas.
Afinal, o que teria acontecido com os miolos de uma pessoa de formação acadêmica tão ampla, exalado tanto ódio e rancor com esta fala tão deseducada e preconceituosa?
Vale lembrar que os ineptos do entorno, tanto no palco quanto na plateia, aplaudiram-na entusiasticamente, corroborando portanto com esta atitude desrespeitosa com uma parcela gigantesca da população brasileira.
A resposta deste questionamento somente ocorreu, anos depois, agora em 2022, logo após findado o segundo turno, e que levou milhares manifestantes da mesma classe média às ruas.
E a resposta é bem simples: a classe média é tão odiada por ela/companheiros, pois não constituí massa de manobra.
E mais... representa uma fundamental parcela econômica de 60% que sustenta a nação com impostos, sendo portanto um “influencer” orgânico e natural do restante do país.
Para esta parcela gigantesca de agentes econômicos, discurso vale pouco e 1+ 1 é o que interessa.
Instalada no centro da pirâmide, pensamentos “extremos” pouco ou nada representa.
Por outro, a esquerda vive somente dos extremos.
Numa ponta, gente rica, como os donos do Itaú, Magazine Luísa ou Natura, que apoiam a esquerda por motivos que cabe a cada um julgar porquê .
Na outra ponta, infelizes desatendidos por 40 anos de desgovernos civis, que sucumbem, compreensivelmente, diante do sibiliar hipinotizante da serpente, sonhando que esses falsários seriam uma saída para a desgraça cotidiana.
E a classe média?
Bem, Marilena Chauí sabe que o caminhoneiro, o uberistas, o dono de uma mercearia, um médico, engenheiro ou empreendedor de qualquer espécie, estão justamente no “centro” estatístico, gerando riqueza econômica determinante no consumo do PIB... mas menos manipuláveis.
São pessoas potencialmente mais difíceis de serem assediadas, pois estando no meio da régua, no geral são forjadas em 100% de prática, e zero de “teoria”, no sentido Stricto sensu
E sendo assim, a realidade cotidiana da vida, os ensina muito mais que livro de Karl Marx.
Mesmo que tenham estudado “O Capital”, descobriram através do suor do trabalho cotidiano, que a teoria de Marx, é uma utopia, pois se fosse teoria, a mesma seria comprovada na prática... e não foi.
Afinal, o princípio sine qua non para teorias, é a viabilidade pratica, assim como a Teoria da Relatividade se comprovou aos físicos e cientistas.
Portanto, essa massa crítica abandona rapidamente falsas teorias, substituindo-as por exemplos práticos da vida.
Aquelas germinadas de autores do cotidiano, quer seja aquelas que aprendemos batendo um papo com um uberista, ou através de um famoso Phd de Harvard.
É esta massa de aproximadamente 58 milhões de pessoas, que pagam impostos direta ou indiretamente que substancialmente tocam este país para frente ... e da forma que entendem adequada, cada um a sua maneira.
Quem pode qualificar um caminhoneiro como vagabundo, sabendo que este trabalhador, fica 2 ou 3 meses fora de casa, viajando milhares de quilômetros?
Somente um lunático, instalado numa “chair” , mas que nunca sentou num banco duro de ônibus, ou que tenha interesses duvidosos.
Em suma, essa massa é constituída por pessoas difíceis de manipular com “discurso”.
Além do mais, apresentam princípios bem mais elevados que megaempresários que constrangem as pessoas de bem, através de associações estranhas com gente até de passado e presente criminosos.
Portanto, é mais fácil encontrar a solidariedade num caminhoneiro, forjada na estrada da vida onde aprendeu a socorrer um acidentado na via pública, que contar com avião de megaempresário para levar auxílio a quem quer que seja.
Pelo contrário, esses aviões, invariavelmente são vistos transportando políticos gratuitamente, em parcerias prá la de suspeitas.
Exceto se forem aqueles que hoje são ricos, porém vieram das plantações de tomate deste mundão, e que cresceram na vida, como gente de povo, local ideal para encontramos a solidariedade e a compreensão bem instalada.
Mas para herdeiros de fortunas, que cresceram passando férias entre a Sardenha e Paris, este “entendimento” da vida é muito difícil, sendo portanto “parceiros” adequados de uma extremada Marilena Chauí.
Assim, finalmente , consegue-se em 2022 entender a alma desta “filosofa” dos bancos da cátedra numa ponta... e por conseguinte referendar a dos caminhoneiros e trabalhadores noutra.
Portanto, está sendo apresentando para Dra. Marilena Chauí, a filosofia de para-choque de caminhão, aquela alicerçada na construção da vida pelos integrantes da classe média.
Dificilmente Marilena poderá entendê-los, mas finalmente agora ficou bem fácil compreendê-la.
Dra. Marilena, aceite-os que dói menos.
Roberto Mangraviti