Eu poderia .... Eu deveria ...
Você utiliza alguma dessas frases ou ambas? Talvez seja um bom sinal para começar a olhar para o seu crítico interno.
Mas, quem é ele, do que se alimenta, como vive e age?
O autor da Inteligência Positiva, Shirzad Chamine diz que o nosso maior sabotador da mente é o crítico. Ele é literalmente o líder da gangue e se está em evidência pode acionar seus sabotadores cúmplices mais fortes e te levar a picos de stress, tristeza, infelicidade, ansiedade, vergonha e culpa.
Nenhum de nós gosta de ser criticado e talvez seja por isso que o feedback por exemplo ainda é desafiador para muitas pessoas. Porque muitos percebem como crítica e não como uma oportunidade de crescimento e desenvolvimento.
O meu crítico interno eu dei o nome de Jason dos filmes de terror do sexta-feira 13, porque quando criança era um dos filmes que eu tinha mais medo e quis dar o nome de um cara mal rs. Essa foi uma das muitas dicas que eu aprendi fazendo um curso do Shirzad e testando um aplicativo de inteligência positiva.
Sim, dar nome e rotular por si só já ajuda a enfraquecer e neutralizar. Todos temos este líder da gangue e alguns sabotadores cúmplices que se destacam mais, então a questão não é lutar contra ele, mas aceitar e deslocar começando por dar nome.
“A não ser que você detenha e enfraqueça seus próprios inimigos internos, eles farão o melhor que puderem para roubar de você qualquer melhoria”. Shirzad Chamine
De 0 a 10 que nota você se dá para sua autocrítica?
E talvez possamos mergulhar ainda mais nisso e dividir essa nota em três perguntas e categorias diferentes.
1. Que nota você se dá para o quanto você critica as circunstâncias ao seu redor?
2. Que nota você escolhe agora para o quanto você critica os outros?
3. E por fim, mas muito importante que nota você se dá para o quanto você se critica?
O meu chama Jason e critica especialmente a mim mesma. E o seu, que nome você vai dar e qual categoria está mais forte? O crítico trás muitos prejuízos como: ansiedade, stress, focar no negativo, excesso de defeitos, culpa, perfeccionismo exagerado, medo de errar e as vezes até perda de oportunidades.
Independente de em qual fase da nossa vida o nosso crítico começou a atuar de maneira mais dominante, quanto mais temos consciência disso, mais fácil é neutralizar e assumir o controle.
O título do artigo começou com: eu poderia, eu deveria ... Comece assim e complete a frase considerando seu dia a dia. Poderia ter feito aquela apresentação mais detalhada, deveria estar calma, feliz, equilibrado. Com essa idade eu deveria ter 3 filhos, ter escrito um livro, plantado uma árvore e viajado o mundo. Eu deveria fazer melhor.
Toda vez que pensamos no que deveríamos ou poderíamos nós tiramos a nossa força interna, reduzimos nossa energia, a intuição e as emoções positivas. Quando pensamos dessa forma, não estamos no presente e perdemos o momento pensando, julgando e criticando.
Eu não sei se eu vou dar conta.
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E quem disse que você tem que dar conta de algo? “Cada um faz o melhor que pode com os recursos que tem, até que tenha mais recursos para fazer melhor ainda”. Cortella
O crítico na nossa mente pode dizer coisas como: se não fosse eu te alertar você não faria bem-feito, se eu não te dissesse que você não é bom o suficiente você passaria vergonha, se for para fazer meia boca melhor nem fazer, você não consegue, você não merece essa conquista ...
E então isso se reflete na sua mente em frases como: eu não vou conseguir, eu vou passar vergonha, eu não sou bom nisso, eu não tenho como aprender isso, eu sou burra, eu sou um idiota, eu não mereço nada de bom.
Eu morria de medo de fazer apresentações e nas primeiras vezes parecia que eu ia ter uma parada cardíaca. Vinham coisas na minha cabeça como: eu não sei se vou dar conta. Eu não sei se isso é para mim. Eu não sou boa o suficiente. Muito medo de parecer ridícula, do que os outros iam pensar de mim, de que poderiam não gostar. Muito gasto de energia à toa com as interferências da mente jogando a minha energia e performance lá para baixo.
Modo chicotinho ativado e com isso muito gasto de energia que leva trabalho para repor.
O autor Shirzad afirma que quanto maior é nossa inteligência positiva maior é a nossa felicidade. Em resumo, ela depende muito mais da nossa mente do que das circunstâncias em que vivemos.
Porque se estivermos num paraíso com o modo Jason – crítico ativo, perderemos tempo, dinheiro, energia e qualidade de vida.
O que mais podemos fazer?
Você já se deu nota para as três categorias (crítica a si mesmo, aos outros e as circunstâncias), pegue a que você mais precisa melhorar e coloque atenção nisso buscando os opostos mesmo que não seja natural no início.
Como fazer isso?
Troque a crítica quando você notar por um elogio. Elogie a si mesmo, aos outros e as circunstâncias.
E o que mais?
Agradeça. Seja ao acordar ou no final do dia foque em tudo que aconteceu de bom. O ato de agradecer leva sua mente para o modo sábio e positivo.
Ao final de uma reunião ou apresentação em que você normalmente só se criticaria você pode se perguntar: o que fiz bem que merece ser comemorado? E o que posso melhorar? Sendo que as respostas devem ser do mesmo tamanho. Não vale uma lista gigantesca de pontos a melhorar e um ponto a celebrar.
Outra dica é você se expor ao aparentemente ridículo, a situações em que normalmente você criticaria a si mesmo ou morreria de medo dos outros te criticarem. Exs: um curso de palhaço, improviso, dançar, gravar um vídeo e postar, fazer uma live.... Basicamente qualquer coisa que seria um prato cheio para o seu crítico vir a tona.
Uma dica final é a aceitação. Aceitar a vida como ela é e exercitar o olhar do sábio onde: toda circunstância pode ser transformada em uma dádiva ou oportunidade.
Vamos juntos trabalhar na nossa felicidade? Me conta o que você colocou em prática e compartilhe suas dicas.
Instigo Líderes a se desenvolverem com Alta Performance Sustentável. Especialista em Segurança Psicológica de Times. Escritora. Professora. Psicóloga & Executive Coach-ICF(ACC).Partner Ecossistema Great People-GPTW
3 aEu poderia, eu deveria.....ah, que linda reflexão Renata Klingelfus Andraus. Não dá pra fazer gestão de stress sem tomarmos consciência e colocarmos "luz" nos fatores internos que nos geram tanto stress e nessas nossas "vozes" que tanto nos fazer paralisar, atacar, fugir, sofrer....