Como lidar com as críticas?

Como lidar com as críticas?

Imagina isto. Você está de bom humor hoje. Algo que te deixou muito feliz e você decidiu contar a um amigo, para compartilhar com ele essa alegria que te impulsiona. Mas este amigo ouve com meia orelha enquanto você exulta.

Pior ainda, ele começa a te dar a opinião dele sobre o assunto, e te critica explicando por que não é tão bom. Que desgosto! E antes que você perceba, seu humor deu uma guinada de 180 graus de alegria para decepção e irritação.

Soa familiar? Esse é o comportamento típico de quem critica. Pessoas críticas podem ser realmente desanimadoras. Não importa o que você diga, eles sempre encontrarão uma maneira de matá-lo durante a conversa. Você nem consegue se lembrar da última vez que eles te elogiaram ou te encorajaram.

Eles têm essa incrível capacidade de examinar e ampliar todos os seus pequenos problemas. Então eles se fixam nessas questões e dão sua opinião sobre isso, mesmo que ninguém tenha pedido sua opinião. E como se isso não bastasse, eles imaginam com você todas as possíveis situações ruins que podem surgir.

Você é um pouco aberto emocionalmente? Tenha cuidado, porque esses críticos são emocionalmente mesquinhos. Eles adoram lembrá-lo das “falhas” em tudo que você faz. Parecem ter um filtro que bloqueia automaticamente qualquer ideia de "bom" em qualquer coisa. Em vez de elogiar, eles só sabem criticar.

Após algumas leituras, descobri algumas estratégias muito simples para aprender a entender melhor as críticas e gostaria de compartilhar aqui, mas primeiro, vamos enquadrar um pouco mais esse assunto. 

Quando falamos de censuras, na verdade, distinguimos dois tipos de críticas negativas:

Em primeiro lugar, existe a crítica livre. Esta é o que “pica”. A crítica livre é formulada para te colocar para baixo. Infelizmente, essa é uma forma de culpa bastante comum, pois muitas vezes vem de uma resposta impulsiva e impensada. Além disso, pode-se encontrar massivamente exemplos disso lendo os comentários de qualquer vídeo do YouTube que seja um pouco engajado. Uma censura pode causar muitos danos. Perda de autoconfiança, dúvida, remorso... Esse tipo de crítica consome energia e é completamente inútil. Ela não promove ninguém e só podem, na melhor das hipóteses, irritar ambas as partes durante um diálogo.

Exemplo:

Seu artigo é péssimo. Ler foi uma tremenda perda de tempo. É melhor você fazer outra coisa, talvez se torne mais útil para a humanidade.

Você vê? Nem precisa ser vulgar!

Por outro lado, encontramos críticas construtivas. Desta vez, há lições a serem aprendidas com esse tipo de crítica. Eles estão lá para levá-lo adiante. Quem faz essa crítica não está tentando menosprezá-lo, mas destacar pontos que podem ser melhorados, para ajudá-lo a progredir. 

Um bom conselho: mantenha perto de você as pessoas que estão prontas para enchê-lo de críticas construtivas, porque é preciso tanta coragem para receber críticas em retrospectiva quanto para repreender alguém que nos é querido.

Vamos ao mesmo exemplo:

Seu artigo falta um pouco de conteúdo. Acho que ganharia mais crédito se você pudesse incluir referências de autores ou links para outros artigos sobre o mesmo tema.

Agora que definimos o assunto com um pouco mais de precisão, é hora de passar para as técnicas que facilitam lidar com a culpa. 

Reflexos ruins para superar

Existem muitos comportamentos de reação “comuns” para culpar. São reflexos naturais que dependem do temperamento e da personalidade de cada um. Mas esses “antivírus” pré-instalados no seu sistema infelizmente, não valem muito e é importante saber reconhecê-los para poder atualizá-los.

Para constar, este assunto é particularmente próximo ao meu coração porque me enquadro em uma das três categorias de “maus reflexos” abaixo.

Fugindo das críticas

Abalado pela censura, você prefere sair do local ou se trancar em um silêncio pesado, com os braços firmemente cruzados sobre o peito. Você fica em silêncio por um tempo, escolhendo ignorar completamente a censura, que foi dirigida a você.

Esse reflexo é muitas vezes uma reação a críticas duras. Seja a crítica muito violenta em sua forma (quando vocês gritam um com o outro em total desacordo, por exemplo) ou em sua substância (por palavras muito duras destinadas a ferir o outro), esse mecanismo de defesa age para protegê-lo. No entanto, fugir é desistir de enfrentar o problema. Fugir é rejeitar uma potencial solução; é adiar a inevitável expiração do desacordo, adiando o problema para uma data posterior. Não é porque você escolhe não ouvi-lo que o problema não está presente, certo?

Contra-ataque após a lesão

Irritado, você responde à censura de outro, pressionando um ponto particularmente sensível do seu interlocutor. Você direciona o problema para ele e transfere sua censura para ele com um toque de agressão. Você entra em um face a face desconcertante onde o acusado se torna o juiz, em um confronto do qual nada de bom virá.

Essa técnica de defesa é a pior de todas, porque alimenta o conflito em vez de desarmá-lo. Em alguns casos, atacar é uma excelente estratégia de defesa, mas não quando você está sendo repreendido. Isso elimina todas as chances de obter algum benefício do diálogo. 

Manipular para dissuadir

Você ouve a repreensão, balançando a cabeça, pensando nos mil e um contra-argumentos que você vai opor ao seu interlocutor para dissuadi-lo do mérito de sua crítica. Você o manipula para acreditar que ele interpretou ou julgou mal as coisas, e que o problema não é você, mas sim o seu mal-entendido da situação.

A manipulação, nesse contexto, pode ser apresentada por meio do humor, da intimidação ou mesmo de uma argumentação avassaladora por seu peso, que habilmente desvia a perspectiva inicial. No final, com essa estratégia, seu ego permanece intacto, não importa o que aconteça. Mas, infelizmente, você se convence de ser um sabe-tudo insuportável, equipado com um colete à prova de balas anti-culpa. Infelizmente, você nunca aprenderá nada com seus erros acreditando que os problemas necessariamente vêm dos outros.

Estratégias para aceitar a culpa

Mude a “postura”

Não importa sua posição social, sua profissão, sua idade ou seu conhecimento; ao receber uma reprovação, você deve mudar de quadro e adotar uma “posição baixa”.

Na comunicação, a posição baixa corresponde a uma postura de humildade, na qual você decide deixar a liderança para o seu interlocutor. Na prática, isso significa simplesmente propor, sem nunca impor nada.

Nesta posição, você deixa seu interlocutor “dono do conteúdo”, permitindo que ele faça valer plenamente suas opiniões e assuma total responsabilidade por elas. Ao fazê-lo, a pessoa que o critica se sentirá confiante, à vontade na troca, dando-lhe a mesma oportunidade de ser honesto e sincero na formulação de sua crítica.

De sua parte, sair de sua zona de conhecimento permitirá que você pegue a informação com distância, aceite-a com mais humildade, deixando de lado suas chamadas certezas que podem obstruir sua visão da situação.

Tenha cuidado, colocar-se em uma posição baixa não é semelhante à manipulação. Seu objetivo não deve ser fazer com que seu interlocutor se solte para que ele possa esvaziar a bolsa. Uma verdadeira posição baixa é semelhante a um gesto humilde de aceitação, onde você se posiciona como um companheiro do diálogo, não seu líder.

Aceite as críticas

Quando você for criticado, aceite. Não aponte o dedo em outra direção para ricochetear essas palavras difíceis de ouvir. Afunde-se na cadeira e aceite o que a pessoa tem a lhe dizer como uma opinião.

Se é justificado ou não, não é importante. Se a crítica for gratuita, deixe-a passar por cima de você, simplesmente concordando em considerá-la como a opinião de seu interlocutor. É sua escolha perceber as coisas dessa maneira. Não precisa chegar até você. Eu não posso enfatizar isso o suficiente, mas lembre-se disso: as coisas têm o valor que você decide dar a elas. Uma vez que você se conscientize disso, você poderá explorar seu personagem com maior profundidade, porque você não reagirá mais como “convenções sociais” ou como ditam as normas, mas em ressonância com sua personalidade.

Mude a perspectiva

O objetivo aqui é se colocar no lugar do seu interlocutor. Há tantas situações de conflito que surgem de mal-entendidos. Uma pessoa quer expressar uma censura a outra porque se sente mal, mas a diferença entre sua intenção original, o cerne da mensagem e o jeito como ela é transmitida são tão diferentes que, na chegada, o conflito estoura.

Sempre se pergunte: por que ela disse essas coisas para mim? Certamente não pela diversão e pela vibração que vem da culpa. Não, esta pessoa tem uma mensagem para você.

Coloque-se no lugar dela e tente entender como ela interpretou a situação que a levou a repreendê-lo. Não julgue seu ponto de vista, não critique sua opinião. O que importa é entender a intenção por trás da mensagem. 

Em conclusão: aceitar, digerir e questionar!

Essas estratégias têm me ajudado muito a mudar minha forma de reagir à crítica.

Entre os bilhões de pessoas na Terra, a massa de informações, conteúdos e mensagens transmitidas diariamente, sempre haverá aqueles que criticam você ou suas ações. É assim e não vai mudar. Poupe a sua energia em caso de críticas gratuitas e saiba aprender com todas as críticas construtivas que lhe serão dirigidas. De resto, continue fazendo sempre o seu melhor. 

Então, como você lida com as críticas e não perde a autoconfiança?

Dmitiry Vasilchenko

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2 m

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