Eu preciso aparecer no LinkedIn!

Ultimamente tenho recebido muitos convites para um café virtual e uma prosa sobre LinkedIn.

Por incrível que pareça, bastam alguns poucos minutos, para que as pessoas se encham de coragem e compartilhem uma frase parecida com o título deste artigo.

Eram pessoas preocupadas com sua empregabilidade e que, muitas vezes, acreditavam que bastava compartilhar fotos de seus cursos e certificados para mostrar sua relevância e autoridade.

Infelizmente, eu também já pensei assim.

Muitas vezes, essa convicção vinha de um contexto social, ou seja, pressão por parte do chefe ou  empregador para que usassem seus perfis pessoais para promover uma marca corporativa.

E isso nos leva à duas perguntas:

• Será que as crenças e comportamentos que estão por trás desses dois cenários nos ajudam a fazer uma gestão estratégica efetiva de nossas marcas pessoais?
• Será que entender o LinkedIn como um fim ao invés de um meio é mesmo o melhor caminho para fortalecermos a nossa reputação?

Pouco provável, né? Essas são apenas algumas das perguntas (com suas possíveis respostas) que visitaremos no artigo de hoje.

Mais do que prescrever uma fórmula infalível, o meu objetivo é compartilhar o que acredito ser necessário para posicionarmos nossas marcas nessa que é uma das principais plataformas de negócio ─ tudo de forma orgânica, sustentável e estratégica.

Para isso, começaremos lá do início, pois

As mais longas caminhadas sempre começam com os primeiros passos.

Não pretendo me alongar muito aqui, mas para falarmos de posicionamento no LinkedIn, precisamos conhecer minimamente os conceitos de marca e marca pessoal.

No contraponto da sátira apresentada pelo Porta dos Fundos, a marca é muito mais do que “uma experiência gourmet de atividades destinadas a gestão e posicionamento de mercado.”

Gosto muito do conceito apresentado por Marty Neumeier, estrategista de marcas:

Uma marca não é uma logo, um produto, uma promessa ou uma impressão. Uma marca é um resultado – é a intuição de uma pessoa sobre um produto, serviço ou empresa. Está em suas cabeças e em seus corações.

Isso se conecta diretamente com um outro conceito, trazido por Jeff Bezos, fundador da Amazon:

Sua marca é o que outras pessoas falam sobre você quando você não está na sala.

Ao juntarmos esses dois conceitos, chegamos a conclusão de que uma marca, seja ela pessoal ou corporativa, nada mais é a do que a forma como somos percebidos ─ a nossa reputação!

E onde entra o LinkedIn nesta história toda?

Quando olhamos para o nosso mundo digital, virtual e hiperconectado, o LinkedIn surge como um dos principais ambientes digitais de negócios.

Mesmo sendo bombardeados com os mais diversos tipos de publicações diariamente, o fato é que apenas 0,36% dos perfis compartilha algum tipo de conteúdo semanalmente e 0,12% já publicou um artigo na plataforma.

Contando com mais de 830 milhões de usuários (Fev/22), a plataforma é um imenso campo de oportunidades (ou de batalhas), onde as marcas estão interagindo e disputando um dos bens mais preciosos que existe:

A nossa atenção!

Particularmente, acredito que estar no LinkedIn é muito mais do que criar um personagem e sair compartilhando a primeira coisa que nos vem a mente, como se estivéssemos num imenso caça-níqueis em busca de likes e comentários.

Para obtermos os melhores resultados, precisamos ter clareza sobre os elementos da nossa marca e sobre quais experiências proporcionaremos às pessoas durante a nossa caminhada na plataforma.

Mas, se você não faz a menor ideia de como fazer isso, deixa eu te dar um pista:

As perguntas guiam o caminho!

Que tal começar se perguntando qual problema você ajuda os outros a resolver?

Isso é importante pois nossos conteúdos despertam a atenção das pessoas quando conversam com necessidades que, quando não atendidas, tem o péssimo hábito de virar problemas!

E essa pergunta nos leva a uma quebra de paradigma que precisamos fazer:

O conteúdo que você publica não é para você, mas sim para o outro. Dessa forma, ele precisa se conectar com as dores, necessidades, frustrações, desejos e aspirações daqueles com quem queremos nos relacionar.

Esse é o caminho da relevância e da autoridade!

No sentido contrário, compartilhar apenas títulos, conquistas, certificados e oferecer produtos e serviços é falar de nós mesmos, é escrever para satisfazer o nosso próprio ego.

Só que pra saber o que é relevante para o outro, você precisará responder a seguinte pergunta: com quem você quer se relacionar?

Conhecer o comportamento do seu público alvo é essencial para construir uma comunicação direcionada para eles. Sei que não é uma tarefa fácil, mas uma ferramenta que pode te ajudar bastante nessa descoberta é a criação de Persona.

Persona é uma representação fictícia específica ─ construída a partir de dados reais (comportamento, objetivos, desafios, características demográficas e histórias pessoais) ─ de um cliente ideal de seu negócio.

Em seguida, que tal olhar para aquilo que você naturalmente faz muito bem? Quais são os seus talentos e como pretende usá-los?

Talentos são padrões naturais de pensamento, sentimento e comportamento. É a forma como percebemos, entendemos e nos colocamos no mundo.

Ficou curioso e quer conhecer mais? Dá uma olhadinha nesses dois artigos ─ eles podem te ajudar:

A beleza dos talentos é que cada um de nós tem sua própria combinação única, que nos ajuda a manifestar a nossa autenticidade e nos ajuda a responder a próxima pergunta: Como você irá se destacar?

Mais do que se encaixar em estereótipos predeterminados de aceitação social e profissional, acredito que a pessoa profissional de sucesso é aquela que se permite ser autêntica, original e diferente!

É o somatório das nossas experiências, medos, necessidades, virtudes e aprendizados é o que torna a nossa jornada única e constitui o nosso verdadeiro diferencial.

E finalmente chegamos a última pergunta: qual será a sua estratégia de posicionamento?

Lembra que há alguns minutos eu disse que se posicionar era muito mais do que sair compartilhando a primeira coisa que nos vinha à mente? A reputação e a autoridade que conquistaremos para nossa marca será um resultado de alguns fatores:

• Clareza de onde queremos chegar e o que queremos conquistar;
• Equilíbrio entre metas de curto, médio e longo prazo bem declaradas;
• Um plano de ação que viabilize as metas;
• Disciplina e comprometimento para executar as ações;
• Reflexão contínua para avaliar os resultados e
• Adaptabilidade para mudar aquilo que não está funcionando.

Lembre-se: Meta sem ação é sonho!

Juntando tudo!

A construção da reputação de nossa marca dentro do LinkedIn é o fruto de uma jornada que começa ao olharmos para dentro ─ para nossas vulnerabilidades, aspirações, valores, talentos e, principalmente, o nosso jeitão de ser ─ a nossa autenticidade!

Feito isso, a partir de nossas experiências de vida e das coisas que fazemos bem, identificamos quais os problemas que os nossos talentos ajudam os outros a resolver.

Ao termos clareza sobre esses dois pontos (quem eu sou e no que posso apoiar), construímos um perfil que tenha o poder de transmitir a nossa verdade, a nossa mensagem.

Essa é a base para estabelecermos uma marca pessoal diferenciada, que faz com que as pessoas queiram saber mais sobre nós e nos possibilita sermos lembrados pelo valor que agregamos aos outros.

O próximo passo é identificar os temas (as palavras-chave) que “orbitam” a nossa marca pessoal e desenvolver a sua linha editorial, ou seja, precisamos planejar as publicações que iremos compartilhar ─ isso envolve a escolha dos temas, os tipos de publicação e as datas e horários em que os conteúdos serão publicados.

Nesse ponto, é muito comum adquirirmos uma coisa chamada “Síndrome do F5”, ou seja, segundos após a publicação do texto, pressionamos a tecla F5 que nem doidos para atualizar a publicação e vermos os milhões de likes que tanto desejamos entrarem.

 É aí que as frustrações acontecem.

Pode até ser que todos os planetas se alinhem e você tenha um conteúdo que viralize logo no início, mas para a maioria dos mortais, o caminho do engajamento se chama consistência (conteúdo de boa qualidade e alinhado à sua marca) e persistência (insistir publicando, independente do engajamento). 

A partir do momento em que as pessoas começam a interagir com nosso conteúdo, nossa audiência vai se formando e com ela, as possibilidades de networking.

E onde existe networking existe oportunidade de negócio.

Essa sequência de atividades faz com que aquilo que compartilhamos vá se tornando cada vez mais relevante para um determinado grupo de pessoas. Uma relevância que nos leva à credibilidade e à autoridade. 

Lembre-se:

A repetição gera reputação.

Esse é o ciclo que considero como virtuoso em uma gestão estratégica de marca utilizando o marketing de conteúdo no LinkedIn.

Praticá-lo, pressupõe uma boa dose de clareza onde se quer chegar, força de vontade, paciência e, principalmente, dedicação.

Nos vemos no próximo artigo.

E se você se perguntar: mas, afinal, quem é o Marcio Araújo?

Sou um produtor de conteúdo e, nos últimos 10 anos, venho atuando na liderança de movimentos de transformação cultural, desenvolvendo lideranças e atuando como mentor nos temas gestão de talentos, carreira e marca pessoal.

Ah, eu também adoro Rock´n Roll e Cultura Pop.

Se quiser conversar, me chame por aqui ou envie um e-mail para: marciosoaraujo@gmail.com