Quer entender de vez como funcionam as relações de poder? Então esse livro é para você!

Aventurar-se no delicado campo das relações humanas não é para os fracos não!

Desde que nossos antepassados ousaram sair das cavernas, passamos a nos organizar em grupos sociais cada vez maiores e melhor estruturados para fazermos frente aos inúmeros perigos existentes. 

E não é que ficamos bom nisso?

Gradativamente, esse movimento natural gerou relações sociais mais complexas e elaboradas e as disputas de poder acabaram se tornando mais evidentes.

Mesmo que muitos acreditem que essa questão de poder nas relações é uma grande baboseira, o fato é que, a menos que sejamos náufragos em uma ilha deserta ou eremitas em uma caverna isolada, direta ou indiretamente, consciente ou inconscientemente, todos nós impactamos e somos impactados pelas nossas relações.

Quando olhamos especificamente para o mundo corporativo e as relações institucionais, ahhhh, aí o “Game of Thrones” corre solto e muitas vezes acabamos sendo esbofeteados pelas disputas de poder e engolidos pelo sistema.

Então, para que possamos entender melhor sobre como as relações sociais se dão no dia a dia, no artigo de hoje conversaremos sobre algumas leis que, com frequência, estão presentes nas relações de poder.

Nossa jornada será inspirada em um livro que foi um grande divisor de águas em minha carreira e que considero ser um clássico da estratégia.

Provavelmente você deve estar pensando que estou me referindo a Maquiavel ou Sun Tzu, não é mesmo? Na verdade, estou falando de 

Robert Greene e as 48 Leis do Poder.

Lançado em parceria com Joost Elffers, o livro as 48 Leis do Poder logo se tornou um sucesso de vendas ao mostrar uma visão ácida do mundo e ensinar a jogar o jogo do poder.

Nas palavras dos autores, 

“Para aprender o jogo do poder é preciso ver o mundo de uma certa maneira, mudar de perspectiva. É preciso esforço e anos de prática, pois grande parte do jogo talvez não surja naturalmente. São necessárias certas habilidade básicas, e uma vez dominando-as você será capaz de aplicar as leis do poder com mais facilidade.”

Conhecer as 48 leis do poder nos permite entender as agendas ocultas e motivações que estão por trás da nuvem de poeira dos comportamentos e ações humanas. E como a disputa pelo poder é por si só um grande jogo social, precisamos desenvolver a capacidade de observar e compreender as pessoas.

Para Greene e Elffers, existem 48 leis que regem as relações de poder. São elas:

1. Não ofusque o brilho do mestre;
2. Não confie demais nos amigos. Aprenda a usar os inimigos;
3. Oculte as suas intenções;
4. Diga sempre menos do que o necessário;
5. Muito depende da reputação - Dê a própria vida para defendê-la;
6. Chame atenção a qualquer preço;
7. Faça os outros trabalharem por você, mas sempre fique com o crédito;
8. Faça as pessoas virem até você ─ use uma isca, se for preciso;
9. Vença por suas atitudes, não discuta;
10. Contágio: evite o infeliz e o azarado;
11. Aprenda a manter as pessoas dependentes de você; 
12. Use a honestidade e a generosidade seletivas para desarmar a vítima;
13. Ao pedir ajuda, apele para o egoísmo das pessoas, jamais para a sua misericórdia ou perdão;
14. Banque o amigo, aja como o espião;
15. Aniquile totalmente o inimigo;
16. Use a ausência para aumentar o respeito e a honra;
17. Mantenha os outros em um estado latente de terror: cultive uma atmosfera de imprevisibilidade;
18. Não construa fortalezas para se proteger. O isolamento é perigoso;
19. Saiba com quem está lidando ─ Não ofenda a pessoa errada;
20. Não se comprometa com ninguém;
21. Faça-se de otário para pegar os otários ─ pareça mais bobo do que o normal;
22. Use a tática da rendição: Transforme a fraqueza em poder;
23. Concentre as suas forças;
24. Represente o cortesão perfeito;
25. Recrie-se;
26. Mantenha as mãos limpas;
27. Jogue com a necessidade que as pessoas têm de acreditar em alguma coisa para criar um séquito de devotos;
28. Seja ousado;
29. Planeje até o fim;
30. Faça as suas conquistas parecerem fáceis;
31. Controle as opções: Quem dá as cartas é você;
32. Desperte a fantasia das pessoas;
33. Descubra o ponto fraco de cada um;
34. Seja aristocrático ao seu próprio modo: aja como um rei para ser tratado com tal;
35. Domine a arte de saber o tempo certo;
36. Despreze o que não puder ter: ignorar é a melhor vingança;
37. Crie espetáculos atraentes;
38. Pense como quiser, mas comporte-se como os outros;
39. Agite as águas para atrair os peixes;
40. Despreze o que vier de graça;
41. Evite seguir as pegadas de um grande homem;
42. Ataque o pastor e as ovelhas dispersam;
43. Conquiste corações e mentes;
44. Desarme e enfureça com o efeito espelho;
45. Pregue a necessidade de mudança, mas não mude mesma coisa ao mesmo tempo;
46. Não pareça perfeito demais;
47. Não ultrapasse a meta estabelecida;
48. Evite ter uma forma definida.

Capítulo a capítulo, os autores nos dão uma grande aula de história ao apresentar exemplos de pessoas que entenderam ou não essas leis e o resultado de suas ações.  

Preciso ressaltar que não estou defendendo que adotemos os comportamentos inerentes às 48 leis. Na verdade, acredito que muitas delas, se aplicadas literalmente, têm grande potencial de criar ou estimular comportamentos sociopatas.

Ao compartilhá-las, meu objetivo é apenas trazer clareza sobre as dinâmicas das relações de poder em que nos inserimos e como, muitas vezes, as pessoas tentam veladamente nos prender nessa trama refinada.

Olhando para trás.

Quando revisito a minha caminhada profissional, percebo o quão real é a presença de algumas dessas leis no dia a dia das relações humanas, sejam elas pessoais ou corporativas.

Se lá no início eu conhecesse e praticasse as leis “Não ofusque o brilho do mestre”, “Oculte as suas intenções” e “Domine a arte de saber o tempo certo”, muito provavelmente teria acelerado algumas conquistas e evitado algumas expectativas e sofrimentos.

Mais ainda, se soubesse que muitos praticam “Faça os outros trabalharem por você, mas sempre fique com o crédito” e “Represente o cortesão perfeito”, teria me resguardado e protegido melhor o meu trabalho.

Já “Muito depende da reputação - Dê a própria vida para defendê-la”, “Vença por suas atitudes, não discuta”,  “Não construa fortalezas para se proteger. O isolamento é perigoso” e  “Concentre as suas forças “ me mostraram o quanto é importante trabalharmos nossa marca pessoal, investirmos na construção de uma rede de relacionamento de qualidade e focarmos em nossos pontos fortes.

Conhecimento é poder!

No meio de nossa conversa, tive bastante cuidado ao ressaltar que o objetivo deste artigo era o de ampliar o nosso repertório sobre a natureza das relações humanas.

Longe de defender a adoção irrestrita das leis, comportamentos e inúmeros exemplos trazidos pelos autores, acredito fortemente que, querendo ou não, essas leis se manifestam fortemente nas relações institucionais, trazendo melhores ou piores resultados a depender da consciência que temos e do lugar em que nos encontramos.

Identificar os padrões e reconhecer a aplicação das leis no dia a dia nos permite fortalecer nossa inteligência emocional, ampliar nossas rotas de ação e, em última instância, a termos uma maior qualidade em nossa tomada de decisões.

E, quando fazemos isso, passamos a ter mais clareza sobre as relações e ganhamos mais consciência e maturidade em nossa jornada.

Ah, e se assim como aconteceu comigo, o título de alguma dessas leis também te incomodou muito, sugiro que você se provoque a fazer uma leitura mais pausada, criteriosa e atenta sobre esse tema específico, pois aí estão excelentes oportunidades de você ter grandes insights.

Nos vemos no próximo artigo!  

Desde que comecei a publicar no LinkedIn conteúdos sobre carreira e marca pessoal, algumas pessoas têm me procurado para ajudá-las nesse tema tão importante.

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E se você se perguntar: mas, afinal, quem é o Marcio Araújo?

Sou coach de pontos fortes certificado pela Gallup, co-autor do livro A Essência do Agile Leader, que aborda o lado humano da cultura ágil, Top Voice do Linkedin e fundador do Carreira Pop.

Ah, eu também adoro Rock´n Roll e Cultura Pop.