A Evolução das Questões Ambientais nas Empresas

A Evolução das Questões Ambientais nas Empresas

A questão ambiental dentro das empresas nunca foi tão inclusa quanto é hoje. Atualmente, esse fator está intimamente relacionado com a sua gestão empresarial que enxerga o meio ambiente como parte integrante de sua responsabilidade de produção.

Para dar entendimento da importância da mudança de mentalidade, exemplificarei a evolução dos posicionamentos empresariais em relação as abordagens ambientais.

 

“ 1 - O problema não existe”.

 

 Devido ao crescimento industrial e à todos os incentivos que foram desenvolvidos para sua expansão, o meio ambiente sempre foi deixado de lado pelo fato de que nosso planeta poderia facilmente absorver os impactos de todos os resíduos gerados. Esse pensamento seguiu até o final dos anos 1960 e início dos 1970, onde o pensamento sempre foi de inexistência de danos ambientais.

 

“ 2 - Existe o problema, mas não tenho responsabilidade por ele.”

 

A partir da Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente, realizada em Estocolmo na Suécia, no ano de 1972 foi onde deu-se início as discussões ambientais. O meio corporativo se viu obrigado a reagir às pressões sociais e aos movimentos ambientalistas. Essas pressões promoveram a criação de leis de regulação/monitoramento das emissões fabris, devido as altas contaminações no ar, no solo e na água.

 

“ 3 - Existe o problema, tenho capacidade para resolvê-lo.”

 

Já no final dos Anos 1970 e início dos anos 1980, as primeiras abordagens de mitigação de problemas ambientais começaram a ser trabalhadas. Com soluções voltadas no final do processo, as chamadas fim-de-tubo tinham uma característica reacionária e emergencial, visando apenas o tratamento dos resíduos gerados no final da produção para que estivessem de acordo com padrões legais. A partir dessa solução paliativa ou mitigadora, a poluição era tratada de uma maneira externa e seu único intuito era reduzir os impactos que a disposição final do resíduo poderia trazer. Esse processo era visto como custo adicional pela alta gerência, pelo fato de não agregar uma qualidade maior ao produto, necessitar de mão de obra cara e especializada e não reduzir o gasto/consumo de matéria-prima, água e ou energia.

 

“ 4 - Posso eliminar ou reduzir o problema logo em sua origem.”

 

A abordagem ambiental nos dias de hoje amplia o foco não somente para o final do processo, mas também começa a buscar oportunidades e soluções de prevenção a poluição logo na origem do produto. Movimentos mais recentes são voltados para a produção mais limpa onde as mudanças são feitas desde a aquisição da matéria-prima ou insumo, caminhando para a redução de desperdício e diminuição de água e/ou energia durante o processo produtivo. Voltada com o intuito de prevenção, as abordagens de hoje estão cada vez mais integradas, abrangendo a cadeia de produção como um todo. O que antes tarefa de só especialistas competentes, hoje em dia se torna responsabilidade de todos, contribuindo para estar inserido cada vez mais nas mentalidades empresariais.

 

“ 5 - Posso eliminar ou reduzir o problema se ele estiver inserido em serviços regionais.”

 

O que se caminha para o futuro é cada vez mais a integração das indústrias de maneira regional. Não considerar a atividade de maneira isolada, mas sim como uma espécie de ecossistema regional vem se tornado cada vez mais comum na abordagem ambiental das grandes empresas. Dessa forma, o fluxo de material, informação e energia que uma empresa descarta pode servir como insumo ou matéria-prima para outra, promovendo uma interação de maneira cíclica de resíduos e um ambiente mais cooperativo. Isso contribui para a diminuição da quantidade de resíduos que são produzidos.

 

Como podemos ver, a abordagem das questões ambientais somente visavam as soluções de problemas internos da produção, tais como a emissão de poluentes, disposição de resíduos e eventuais multas ou sanções com órgãos fiscalizadores. A evolução foi de negligenciar o problema, passando para uma percepção de que ele existe e abordá-lo somente no final do processo e evoluindo para uma abordagem com foco durante o processo produtivo.

Hoje em dia, a mudança de mentalidade da alta diretoria fez com que as questões pertinentes ao meio ambiente não fossem mais vistas de maneira onerosa aquela que gera custos para a produção. Os comandantes empresariais conseguiram enxergar que preocupação ambiental é uma forma de investimento que se torna um diferencial no mercado que a cada vez mais pressionam as empresas por bons costumes ambientais.

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Marcelo de Melo Bernini Conte

Engenheiro Ambiental e Pós Graduando em Direito e Gestão do Meio Ambiente

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