Exame seriado da medicina, como será a prova e o que acho disso tudo até agora
Aloísio Mercadante, no dia 01 de abril assinou a criação da avaliação seriada dos cursos de medicina. Essa nova portaria vem na sequência dos fatos iniciados em 2013 com a criação da Lei dos Mais Médicos.
Como você pode ver esta Lei fez muito mais do que trazer médicos estrangeiros para o país. Ela mexeu com todo o sistema educacional médico brasileiro, criando vagas em medicina em instituições sem os mínimos requisitos necessários para abrigar a demanda gerada. Um ato de populismo que elevará para 27 mil formandos ao ano até 2022, sabe-se lá a que condições.
Até o dia primeiro de abril cabia apenas ao Ministério da Educação avaliar as instituições autorizadas a funcionar, sendo ele o único responsável por auditar e punir as faculdades insuficientes. Raramente esse trabalho foi realizado com a qualidade necessária. Isso por diversos motivos, entre eles a falta de capacidade de auditar todos os cursos e a impopular atitude de fechar vagas ou escolas médicas.
Ao que foi anunciado pelo Ministro no dia 01 de abril, aquele aluno que não conseguir ser aprovado no exame do 6º ano do curso não poderá exercer a medicina plenamente a profissão. Isso significa punir alunos pela incapacidade do próprio MEC em avaliar a escola médica aprovada pelo Ministério. Vale lembrar que tal afirmação ainda não foi escrita ou regulamentada, o que talvez deva ocorrer nos próximos dias ou meses através de uma nova portaria do MEC.
O conteúdo da prova (única, para o 2º, 4º e 6º anos) deve obedecer a Resolução das Diretrizes Curriculares do Curso de Medicina de 2014 (a primeira vez na história que uma diretriz curricular é definida pelo Governo e não pela autonomia universitária), que como vocês podem ler AQUI e AQUI, são um pouco vagas . Não fica claro a validade das notas no segundo e quarto anos. O indicado pelos escritos abaixo é que as notas irão somar para concursos públicos estatais. Uma outra falha neste modelo é que os exames seriados não avaliam o ciclo fundamental e nem o clínico, isoladamente, como deveria ser para estudar em qual dos períodos a formação universitária está mais deficiente (ou eficiente).
Uma das coisas que me chama a atenção nos escritos abaixo publicados hoje (04/04/2016) no Diário Oficial da União é a composição da Comissão Gestora de Avaliação. A Portaria coloca a DENEM como uma das integrantes da comissão e exclui a Associação Nacional dos Médicos Residentes (ANMR), também interessada e com força representativa dos mais de 35 mil médicos Residentes do País. A representação não é completa sem os Médicos Residentes e os acadêmicos que não concordam com os ditames da DENEM, como é o caso da Associação dos Estudantes de Medicina do Brasil – AEMED (ainda sem reconhecimento). Ainda neste quesito, a maior responsável pela ciência médica no país, a Associação Médica Brasileira – AMB, também não integra os avaliadores do ANASEM.
Leia a portria competa no AcademiaMedica.combr
Médica Ultrassonografia Hospital Santa Casa de Misericordia de Recife PE
8 aO unilateralismo completamente equivocado e precipitado comum a esse governo. Resta a esperança que as ordens de classe se manifestem.