Exclusivo - Lojas Americanas em xeque: Felipe Miranda e Marcos Elias opinam sobre o que fazer com ações

Exclusivo - Lojas Americanas em xeque: Felipe Miranda e Marcos Elias opinam sobre o que fazer com ações

As ações da Lojas Americanas (AMER3) caíram 72% desde que uma notícia inesperada revelou, segundo um comunicado enviado ao mercadoum comunicado enviado ao mercado por uma das varejistas mais famosas do Brasil na noite de quarta-feira (11), inconsistências contábeis de R$ 20 bilhões em vários balanços anuais até o final de setembro de 2022.

Após uma queda de 77% em um dia, a recuperação veio dos R$ 2,72 a R$ 3,34 por ação. Ainda muito distante dos R$ 12 anotados antes da derrocada. Atenta aos possíveis efeitos sobre os "covenants" - obrigações financeiras da empresa - dos títulos de dívida da Americanas, a Fitch para BB de brA.

"Esses passivos adicionais em uma base pró-forma aumentariam a relação dívida líquida ajustada/EBITDAR da Fitch para Americanas para 11,9 vezes para os últimos doze meses encerrados em 30 de setembro de 2022 do índice calculado anteriormente de 5,5 vezes", escreveu a analista Gisele Paolino e sua equipe.

Mas além da opinião da Fitch, dois profissionais de casas de análise divergem sobre a enorme reação do mercado e a postura a ser adotada diante do rombo que também motivou a saída do CEO Sergio Rial e do Diretor de Relações com Investidores André Covre após uma disputadíssima teleconferência com acionistas na manhã de sexta-feira. João Guerra irá acumular as duas funções.

Ainda segundo a Fitch, a capacidade dos acionistas da Americanas de injetar uma quantidade significativa de capital na empresa é crucial para atender às necessidades de capital de giro e evitar a inadimplência de obrigações financeiras, mas permanece altamente incerta.

Ségio Rial admitiu que a empresa precisa de uma injeção de bilhões de reais antes de uma renegociação de sua dívida. Felipe Miranda, estrategista da Empiricus Investimentos entende que ainda é impossível saber a real dimensão da bagunça contábil da companhia controlada pelos investidores Jorge Paulo Lemann, Carlos Alberto Sicupira e Marcel Telles. O grupo é conhecido como 3G.

"Qual o real tamanho do rombo? O 3G fará aumento de capital? A quanto? Qual tamanho? Os bancos irão renegociar as dívidas? De que forma? É um tiro no escuro", avalia Miranda. Segundo ele, não há nenhuma margem de segurança para comprar ou vender as ações.

A Empiricus recomenda a venda dos papéis da Ambev, dos mesmos controladores, com base na queda da produção de cerveja e danos a reputação do controlador.

Marcos Elias, estrategista da Contra Corrente, entende que o valor para retificação no balanço deve ficar entre R$ 2 bilhões a R$ 3 bilhões e sem incomodar os covenants. "Se afetar, será na margem e renegociada sem estresse. Ele acredita que as ações tendem a continuar subindo.

A Americanas também pediu uma "tutela de urgência" para preservar a continuidade da oferta de serviços, dentro dos compromissos assumidos com todos os seus stakeholders, preservar o valor da companhia, e assegurar a manutenção da continuidade de seu negócio e sua função social.

Segundo fontes da Bloomberg, os sócios irão propor um aporte de capital no valor de R$ 6 bilhões, enquanto os bancos buscam R$ 10 bilhões.

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