Existe vida pessoal nas redes sociais?
Há um bom tempo que tenho presenciado algumas discussões sobre o que postar ou não nas redes sociais e o que se deve postar em cada uma delas. Por exemplo, no meu LinkedIn coloco conteúdos que sejam relevantes para minha rede profissional, enquanto no facebook eu deixo para postar mais sobre minha vida pessoal.
Até aí tudo bem, cada rede tem um público e o conteúdo que postamos em cada uma delas faz diferença. Mas, tem uma grande questão que é: quando as publicações pessoais, com opiniões políticas, religiosas e afins, interferem na sua vida profissional. Por exemplo, você se candidata a uma vaga de emprego e a empresa resolve checar qual seu comportamento em redes sociais. Até que ponto suas opiniões vão interferir na sua vida? Muito e vou explicar o porquê.
Nos últimos meses, venho discutindo bastante esse tema com amigos e colegas de trabalho, afinal, trabalho com comunicação e gosto de saber a opinião sobre as pessoas que me cercam. Alguns discordam com veemência sobre o fato do que se é postado nas redes sociais interfira em suas vidas profissionais, outros acreditam não ser mais possível haver essa separação e outros ainda acreditam que é melhor postar o menos possível sobre suas opiniões.
Por um tempo, eu fui da turma que acreditava que eu podia postar o que eu quisesse nas minhas redes, afinal, aquele era um lugar para expor minhas opiniões e isso não poderia ser usado contra mim. Me parece que eu estava totalmente enganado.
Hoje, se torna praticamente impossível essa separação, afinal, muitas pessoas mostram sua verdadeira personalidade e opiniões nas redes e é preciso avaliar isso antes de uma contratação, da mesma forma como queremos avaliações reais das empresas antes de aceitarmos uma proposta de emprego.
Algumas áreas, como a de comunicação, essa premissa é ainda mais forte, pois não temos como fazer essa separação entre pessoal e profissional sem passar por julgamentos. Não faz sentido que eu faça longos textos criticando testes em animais e trabalhe em uma empresa de cosmético, entende? Esse é um exemplo básico, mas serve para ilustrar como a linha entre profissional e pessoal é muito tênue.
Redes como facebook e twitter, por exemplo, são lugares onde estamos acostumados ler discursos de ódio e preconceito, como também discussões bem inteligentes, logicamente. Nos últimos anos, devido ao caos político em que o país se encontra, vimos o facebook virar um grande tribunal onde todos eram juízes – acredito que seja por isso que essa discussão tenha tomado corpo.
Meu conselho, enquanto Relações Públicas, é o de você tentar se expor o menos possível. Tente não entrar em discussões muito acaloradas, não ser radical em seus posicionamentos e, se for opinar sobre algum tema muito delicado, que o faça com parcimônia. Deixe essas discussões longe das redes, onde você pode conversar e dialogar sem ser julgado por juízes que entendem o que querem e o sentenciam da maneira que bem entendem!