Expectativas Mútuas: Empresa e Comunidades em Relacionamento
Frequentemente, discutimos a expectativa das comunidades em relação às empresas, especialmente quando essas decidem se estabelecer em um novo território ou quando vão passar por algum processo de expansão de suas operações. Por óbvio, as comunidades têm esperanças, preocupações e uma série de perguntas sobre como as empresas afetarão seu dia a dia, sua cultura, seu ambiente, sua saúde, segurança e a dinâmica econômica, tanto da família quanto da comunidade e do município. No entanto, é preciso sabedoria e vivência pra compreender que as empresas também acabam tendo expectativas com relação à forma como as comunidades e territórios reagirão à sua chegada ou a seus projetos.
A rua da expectativa tem sempre mão dupla.
As empresas buscam um ambiente estável, receptivo e colaborativo para prosperar e também esperam que as comunidades compreendam e, em muitos casos, internalizem os custos dos impactos negativos, já que as empresa também trarão impactos positivos. O foco da gestão das empresas nos impactos positivos gera a percepção, nem sempre verdadeira, de que as comunidades, em prol dos impactos positivos, serão capazes de absorver os impactos negativos de forma mais otimista.
O que acontece na prática é que a expectativa das empresas pela resiliência dos territórios não se confirma, já que muitas vezes essa comunidades já lidam com impactos de outros empreendimento que não foram bem trabalhados. Soma-se a isso que a mitigação dos impactos previstos nos Estudo de Impacto Ambiental (EIA) nem sempre acontece da forma prevista - é preciso sempre lembrar que o papel aceita tudo, mas o território não; lembrar que na prática, a teoria é outra.
Assim, expectativas geradas de ambos e múltiplos lados, tem-se o ambiente perfeito para o atrito, a disputa o conflito e a manutenção e crescimento de expectativas negativas sobre os envolvidos.
Como sair dessa situação?
Sabemos que o diálogo é o caminho, mas que tipo de diálogo?
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Somente diálogos francos, verdadeiros e honestos contribuirão para a transformação da realidade, aliás, diálogos francos, verdadeiros e honestos deveriam ser a base de todo sistema de governança de qualquer empresa, ainda mais daquelas que buscam atuar de acordo com as premissas propostas pelo ESG.
Ao iniciar a implementação de ações de relacionamento no território, as empresas não estão apenas tentando atender às expectativas da comunidade. Elas também estão estabelecendo as bases para uma relação de longo prazo, onde ambas as partes devem se beneficiar mutuamente. Para isso, é crucial que todos os lados entendam e reconheçam essa dinâmica e estejam dispostas a dialogar, colaborar e construir juntos.
Construir pontes entre empresas e comunidades é um processo que requer clareza, constância, consistência, criatividade e, acima de tudo, comunicação aberta. Ambas as partes têm papéis vitais a desempenhar, e o sucesso depende da compreensão e respeito mútuos para que o benefício também seja mútuo.
Na dinâmica nos territórios só existe um tipo de sucesso - o da comunidade E da empresa, que aprendem com o tempo, o atrito, o conflito, o diálogo e o convívio do dia a dia, como construir uma relação positiva e propositiva de longo prazo. Quando empresa e comunidade se unem com objetivos alinhados, os resultados podem ser incrivelmente positivos para todos. Há que se trabalhar com técnica e ética para isso.
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Assistente Social | Comunicação Social | Diálogo Social | Relacionamento com Stakeholders | Relacionamento com comunidades | Pesquisador de Campo
1 a👏🏼👏🏼👏🏼
Especialista em Comunicação at ArcelorMittal Long Carbon LATAM
1 aPerfeito.