Experiência de uso x segurança: como a conta finalmente fechou
Por muitos anos, a cibersegurança foi marcada por uma dura escolha (que também podemos considerar como uma concessão): proteger todos os sistemas e dados conectados, e nesse processo piorar a experiência de uso - ou o contrário. Essa divisão, aparentemente irredutível, também acabou por gerar uma ideia de que medidas de cibersegurança eram associadas a complexidade e dificuldade de uso, criando um impasse para empresas que buscavam a inovação sem comprometer a proteção de suas informações.
A falha ou, em muitos casos, pura impossibilidade de conciliar esses dois aspectos criou um cenário no qual a segurança da informação era frequentemente vista como um obstáculo e um fator que inibia a inovação e o crescimento. No entanto, e ainda bem, essa percepção está mudando à medida que novas tecnologias e seus usos inovadores surgem.
O avanço das tecnologias de Inteligência Artificial e Machine Learning, para trazer dois casos, já nos proporcionam ferramentas capazes de antecipar e reagir a ameaças em tempo real, sem interferir na fluidez das aplicações. Autenticações biométricas e sistemas de detecção de fraudes, por exemplo, oferecem uma segurança reforçada enquanto minimizam a fricção para os usuários finais. Essa integração não só otimiza o tempo, como também reduz o esforço mental necessário ao usuário - o que cria um ambiente não só mais protegido como “amigável”.
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Ainda por um viés mais técnico, a implementação de práticas de design centradas no usuário tem proporcionado uma abordagem de segurança que não sacrifica a usabilidade. Ao envolver os usuários no processo de criação de soluções de segurança, é possível desenhar sistemas que antecipem as necessidades dos consumidores e mitiguem riscos sem criar barreiras desnecessárias.
Além disso, a conscientização do crescente número de ataques cibernéticos também desempenhou um papel fundamenta na transformação dessa narrativa. Empresas passaram a se dar conta de que uma boa experiência do usuário não é apenas sobre estética e simplicidade, mas também sobre confiança. E, no cenário atual, poucas coisas reforçam mais essa preocupação com o usuário do que garantir que seus dados estão bem guardados.
Todos esses pontos mostram que um futuro (ou presente) que visualiza uma “coexistência” entre usabilidade e segurança já é bem possível. Mas, claro, ainda há muito a ser feito - é preciso promover continuamente a ideia de que a segurança eficaz só enriquece a experiência do usuário, além de ser, em última análise, um diferencial estratégico.