Experiência de Viktor Frankl Para Lidarmos Com o Coronavírus
Neste momento pandémico atravessamos uma guerra com um inimigo invisível. Assim importa procurarmos a sabedoria dos antigos que também passaram por momentos difíceis e conseguiram ultrapassá-los. Neste caso falarei de um grande médico e psicoterapeuta do século XX – Viktor Frankl. E o que tem de importante este médico? Passou pelos campos de concentração na Segunda Grande Guerra Mundial e a partir da sua experiência pessoal criou uma psicoterapia – a Logoterapia. Não me estenderei sobre esse tipo de psicoterapia, mas sobre a aprendizagem do seu autor.
A Segunda Guerra Mundial começou em Setembro de 1930 com a invasão da Polónia pela Alemanha. Em 1938 a Alemanha anexou a Áustria, começando a discriminação contra os judeus e o desrespeito pela dignidade humana (La Logoterapia de Viktor e. Frankl, s.d.;). Frankl casou-se pela primeira vez, em Dezembro de 1941, com Tilly Grosser e em 1942, foram enviados para os campos de concentração, nos quais faleceram a sua esposa que estava grávida, os seus pais, o seu irmão Walter e a sua cunhada Elsa. A sua irmã Stella conseguiu fugir pelos Alpes e foi para a Austrália (La Logoterapia de Viktor E. Frankl, s.d.;). Frankl foi para o campo de concentração de Theresienstadt, no qual prestou os seus serviços de médico e de psiquiatria. Entre 1942 e 1945, esteve prisioneiro nos campos alemães de concentração de Auschwitz e Danchau (La Logoterapia de Viktor e. Frankl, s.d.).
Foram os anos que passou nos campos de concentração que fizeram Frankl elaborar a base para a sua Logoterapia, e dentro das suas possibilidades, a ajudar os seus semelhantes, bem como aos seus verdugos, usando as suas habilidades como médico (La Logoterapia de Viktor e. Frankl, s.d.). As suas experiências nos campos de concentração e o seu método psicoterapêutico para encontrar sentido em todas as formas de existência, incluindo nas mais perturbadoras, estão descritas no seu livro “A Busca do Homem por Sentido”. Segundo ele é dar sentido à existência que cria um motivo para continuarmos a viver apesar das circunstâncias .“O homem, por força da sua dimensão espiritual, pode encontrar sentido em cada situação da vida e dar-lhe uma resposta adequada.” (Frankl, 1946). O mesmo acrescenta mais tarde que “é possível dizer sim à vida apesar de todos os aspetos trágicos da existência humana. Espera-se que um certo “otimismo” com relação ao nosso futuro possa fluir das lições retiradas do nosso “trágico” passado”. Ainda no mesmo livro indica “Não procurem o sucesso. Quanto mais o procurarem e o transformarem num alvo, mais vão errar. Porque o sucesso, como a felicidade, não pode ser perseguido; ele deve acontecer, e só tem lugar como efeito colateral de uma dedicação pessoal a uma causa maior que a pessoa, ou como subproduto da rendição pessoal a outro ser.” Frankl ainda aconselha “Quero que vocês escutem o que a vossa consciência diz que devem fazer e coloquem-no em prática da melhor maneira possível. E então verão que a longo prazo – estou a dizer a longo prazo! – O sucesso vai persegui-los, precisamente porque se esqueceram dele.” “Nós que vivemos nos campos de concentração podemos lembrar de homens que andavam pelos alojamentos a confortar os outros, dando o seu último pedaço de pão. Eles devem ter sido poucos em número, mas oferecem prova suficiente que tudo pode ser tirado do homem, menos uma coisa: a última das liberdades humanas – escolher a sua atitude em qualquer circunstância, escolher o próprio caminho.”
Assim, com base na sua experiência pessoal, o que podemos aprender com Frankl é que devemos escolher o otimismo e ter metas que dêem sentido à nossa própria existência para podermos superar qualquer experiência. Nesta medida devemos incluir na nossa vida temas de Fé, Amor e Esperança, visto que estes sempre fizeram parte do ser Humano.
Referências Bibliográficas
Frankl, V. (1991). El Hombre en Busca de Sentido. Barcelona: Editorial Herder.
s.a. (s.d) La Logoterapia de Viktor E. Frankl. Consultado no dia 20 de Novembro de 2010, através do site: http://www.google.pt/.
Imagem: google imagens