Fé e esperança em meio ao caos causado pelo coronavírus
Alguma vez alguém perguntou a você: “afinal, o que é a fé?
Você é capaz de definir em poucas palavras o que é a fé?
Mas pensar em fé, não significa religião, embora essa seja a primeira ideia que vem à mente da maioria das pessoas. É possível ter fé em algo ou alguém sem necessariamente ter um enquadramento religioso.
O ser humano precisa ser motivado para viver em harmonia, é saudável depositar energia em algo para aliviar a grande carga emocional que todos nós possuímos. É necessário ao ser humano ter confiança para seguir em frente, pois a fé é que dá sentido aos valores da nossa vida, de maneira a dar significado de nossa existência. O famoso ditado “a fé move montanhas” é o que define muito bem esse sentido.
A fé nos abre para o mundo do sentido. Como resposta a proposta divina, a fé me proporciona a experiência do que realmente vale a pena. Ela me indica e me mostra que a vida tem um sentido profundo e verdadeiro.
A fé virou sinônimo de alienação e injustiça. Para o mundo moderno, a religiosidade seria apenas um limite, uma espécie de prisão que impede o homem de alçar voo e descobrir sua verdadeira natureza.
O Ocidente contemporâneo, em sentido inverso, morre dia após dia porque se esqueceu de suas raízes, julgou desnecessária a vida interior e passou a viver apenas de aparência e tolerância. Uma civilização que não sabe quem é, não tem por que lutar.
A pandemia global da Covid-19 não respeita fronteiras, culturas ou classes sociais; passa e deixa um lastro de enfermidades destruindo e matando.
Em meio aos recordes de mortos, seja na Itália ou na Espanha; ao comboio fúnebre de caminhões do Exército carregando caixões; às cidades vazias e à luta desesperada, surge a figura do Papa Francisco, só, em prece na praça de São Pedro, pedindo pela humanidade.
Num contexto marcado pela pandemia de COVID-19, o Papa Francisco pronunciou-se durante todo este mês de março, agradecendo a todos os que rezam nestes momentos difíceis, sem distinção de tradições religiosas. Fazendo uma referência especial aos doentes e aos que mais sofrem, pediu que rezássemos juntos.
Na quarta-feira, 25 de março, em que se recorda a Solenidade da Anunciação do Senhor, o Pontífice convidou também “todos os líderes das Igrejas, os responsáveis de todas as comunidades cristãs e todos os cristãos das diferentes confissões a invocar o Altíssimo e Deus onipotente” e a rezar o Pai-Nosso ao meio-dia. Por fim, o Santo Padre fez na última sexta-feira, 27 de março, um tempo de oração e adoração do Santíssimo Sacramento, no fim deu a bênção Urbi et Orbi, com a “possibilidade de obter a indulgência plenária”.
A Praça São Pedro vazia e as bênçãos papais ao mundo só refletem e nos faz pensar, que mundo queremos? Qual será o grande aprendizado desta pandemia? Quantos entes queridos nos deixaram para pararmos, não em quarentena de isolamento forçoso, mas será que sairemos de nossos isolamentos da indiferença e do egoísmo?
Juntemo-nos às orações de Francisco, seja você católico ou não.
Como diz a canção; “Andá com fé eu vou que a fé não costuma faiá”...
Por Erika Verde, advogada (OAB/MA 15.840) e escritora, um forte abraço e até a próxima!