Fé para o consumo

Fé para o consumo

No Brasil a fé católica mobiliza 57% da população – aproximadamente 116 milhões de pessoas –, enquanto as igrejas evangélicas arrebanham perto de 42 milhões de fiéis (25%), de acordo com pesquisas feitas pelo Datafolha em 2013.

Este público estimula a realização de eventos no País e movimenta a economia com a construção de templos e igrejas; instalação de sistemas de segurança; vendas de artigos religiosos e shows. Festas e romarias turbinam o turismo religioso, com a movimentação de aproximadamente R$15 bilhões, segundo o Instituto Data Popular.

Os destinos mais procurados pelos católicos são o Santuário Nacional de  Aparecida (São Paulo), Círio de Nazaré (Belém), Juazeiro do Norte (Ceará) e Nova Trento (Santa Catarina). Os evangélicos têm movimentado o Templo de Salomão (São Paulo). A Marcha para Jesus, promovida pela igreja Renascer, em São Paulo, Rio de Janeiro e outras capitais também está na agenda de milhares de cristãos e integra o calendário oficial do País desde 2009.

Central gospel, Editora Sara Brasil, Star gospel, MK music e Eu escolhi esperar, São 5 empresas que tem arrastado multidões desde a cena musical até a parte escrita, por sua mensagem que é enviada a seu público final que é enviada para atender sua demanda, sua comunicação.

A fé de seus seguidores é seu maior triunfo, pois a pessoa adepta a determinada denominação ou movimento como por exemplo o movimento “Eu escolhi esperar” que traz a mensagem de um namoro “corte” que é aquele namoro puro segundo a religião, trazendo uma visão de casamento próspero segundo a religião trazendo assim a seus seguidores vontade de transmitir essa mesma mensagem a seus próximos e amigos.

Esse mercado se tornou essencial para sociedade atual, graças às mudanças que a religião traz para a vida das pessoas. Já imaginou a quantidade de dependentes químicos fora das ruas? Centenas, talvez milhares. A religião é uma peça fundamental para a sociedade.

No livro “Criatividade S/A”, Ed Catmull afirma que sem a fé hoje não chegamos a lugar algum. Sem acreditar e nos apegar a algo, é impossível seguir em frente. A religião emite mensagens que trazem benefícios reais à sociedade.

A mídia em torno do mercado gospel é sempre portadora de polêmicas e tem como ponto negativo declarações de pastores influentes como Silas Malafaia e Marco Feliciano contendo palavras homofóbicas em nome da sua religião. assim como qualquer movimento extremista e militante a religião não é diferente, quando olhamos as restrições e julgamentos que os religiosos extremistas impõem para a sociedade.

O mercado religioso muda a vida das pessoas em sua maioria, mas infelizmente existe aquela minoria que utiliza a imagem da religião como argumento para julgar e ofender ao próximo.

A cultura religiosa passa por transformações que confluem para um modo de vida extremista e consumista, apoiado por causa de seus líderes. este cenário é altamente atrativo para cantores que apesar de não pertencerem à religião, ingressam neste mercado, onde tecnicamente não se faz necessário o uso do pensamento crítico e sim o poder da fé de seus seguidores.

Moldar o entendimento de fé para consumo é um dos resultados da propaganda massiva e extravagante, que tem por objetivo a arrecadação de fundos. A compra de produtos e artigos religiosos parece simples à primeira vista, mas é preocupante quando se usa a fé dos fiéis contra eles mesmos.

Seguir à risca a liturgia é prática fundamental para o bom funcionamento desse mercado, pois  a fé e o ato da obediência fazem a roda girar. no texto Religião e Mercado: A Mídia Empresarial-Religiosa, de Luther King de Andrade Santana a máxima que prevalece é:“A maior regra do mercado religioso é sua obediência pois só assim a parte empresarial-administrativa da religião se sustenta”.

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