Faça o favor de me atender!
Dona Tereza vai ao mercado, vai ao shopping e vai salão de beleza. Dona Tereza não sabe a importância que tem para nós que vendemos produtos e prestamos serviços. É, Dona Tereza, nos amamos você! Só que uns amam mais do que outros.
Se Dona Tereza vai ao salão, e gasta bem pouquinho, pegam o seu casaco, são gentis perguntando como está. Oferecem-lhe uma revista enquanto espera e até um capuccino!
Agora, se Dona Tereza vai pagar por um celular muito caro, mais as faturas mensais, tem que ficar numa fila interminável e ser atendida por vendedores que simplesmente não conhecem o produto!
Assim que o inverno começa, as vendedoras ligam, com exclusividade, e falam que a promoção desta estação já começou e que as roupas recém desfiladas estarão sendo lançadas num coquetel, para o qual ela está sendo convidada (cliente top). Dona Tereza olha a revista da loja que recebe em sua casa. Gosta muito de uma peça. Chegando à loja é atendida pela sua vendedora habitual, que já havia separado várias peças de seu estilo e de seu tamanho, inclusive a peça em questão. A mesma loja lhe envia newsletter, Dona Tereza tem um login exclusivo para clientes no site. E muitas vezes recebe convites para desfiles regados a champanhe.
Mas se a mesma cliente, Dona Tereza em questão, for ao banco pagar uma conta, tem que ficar de pé, na fila do caixa, suando. Dona Tereza quer “morrer” toda vez que vai ao banco! Será que Dona Tereza vai querer colocar dinheiro neste banco? Dona Tereza pensa na fila enquanto espera: - Por que gastam tanto dinheiro em campanhas e economizam no atendimento? Afinal esses pobres coitados não representam a instituição? Onde está o sujeito simpático que aperta a sua mão no comercial?