Facilitadores e barreiras identificadas para o processo de notificação de eventos adversos

Facilitadores e barreiras identificadas para o processo de notificação de eventos adversos

Dentre as prerrogativas das atividades dos profissionais de saúde é notória que assumem funções bastante amplas e complexas, sendo responsáveis pela notificação de eventos adversos. E quando se conhece a assistência direta ao paciente, os profissionais de saúde se torna íntimo do serviço sabendo a real necessidade de atendimento, a dinâmica, valores e a relação custo benefício dos insumos e procedimentos hospitalares, facilitando desta forma a notificação de eventos adversos.

Verifica-se que o profissional de saúde, tem a preocupação evolutiva ligada à organização hospitalar nos moldes modernos, com a participação nos processos do núcleo de segurança do paciente com a utilização da notificação de eventos adversos.


Os hospitais vivenciam uma realidade em que se refere à comunicação de eventos adversos, com a existência de políticas internas definidas, controles sobre os processos do núcleo de segurança do paciente e as práticas e ferramentas de gestão que ofereçam informações essenciais para a segurança do paciente, como o acompanhamento das notificações realizadas pelas áreas. O setor de saúde necessita de uma gestão profissional, adequada a toda a complexidade que é uma operação hospitalar, para traçar estratégias adequadas e conforme a realidade da instituição quanto a notificação de eventos adversos.


Entender a origem, a frequência e as consequências dos eventos adversos nos serviços hospitalares é o verdadeiro diferencial nos dias atuais, desta forma devemos contar com o apoio dos serviços que articulam nos serviços. Assim, é notável que apesar dos altos investimentos direcionados para assistência, precisa-se entender que ações vinculadas são fundamentais e que oferecem retornos efetivos diante dos obstáculos vivenciados pelas instituições.


Segue as principais características que garantem as notificações de eventos adversos:


·        Mitigar o processo e fluxo de notificação de eventos adversos,

·        Garantir a comunicação efetiva entre as áreas assistências e núcleo de segurança do paciente;

·        Criação de protocolos e orientações quanto a forma de notificação de eventos

·        Participação de auditorias internas

·        Utilização de canais de comunicação para garantir a notificação de todos os eventos adversos;

·        Orientar a forma de notificação ressaltando a descrição de dados completos.


Também acredito ser fundamental a disseminação do conhecimento referente aos impactos na notificação de eventos adversos, desta forma segue nossas considerações referente a segurança do paciente diante dessa realidade:

·        Elaboração de protocolos institucionais para aumentar durante a assistência dos pacientes.

·        Discussões com as equipes multiprofissionais e garantir a adesão dos profissionais aos protocolos de notificação de eventos.

·        Articulação com os setores e alta direção para otimização os processos internos com formação de grupos de melhorias e utilização de ferramentas para notificação.


Segue as principais características que impactam as notificações de eventos adversos:

·        Ausência de fluxo de comunicação de eventos

·        Ferramentas de notificação complexas e com pouca facilidade de acesso

·        Pessoalidade durante a notificação de eventos adversos.

A solução para os problemas enfrentados pelos hospitais no Brasil quanto às notificações de eventos adversos é bastante complexa e envolve vários fatores. Porém, sem sombra de dúvida, parte dela está no conjunto que abrange controle de processos e acesso adequado às informações por parte de seus gestores. Esses sistemas unem os conceitos de gestão utilizados com as práticas do dia a dia dos hospitais. Com processos claros, otimizados e dados atualizados sobre o dia a dia de um hospital, suas demandas poderão controlar melhor seus eventos adversos e negociar melhor com as áreas e investir na tão necessária melhoria nos processos de notificação.

Entendo que é crescente a ocorrência dos eventos adversos nas instituições de saúde relacionados à segurança do paciente. Entender a origem, a frequência e as consequências destes eventos é o verdadeiro diferencial nos dias atuais. Os eventos registrados mais comumente são aqueles relacionados à medicamentos, infecções, cirurgias, quedas e úlceras por pressão. Talvez estes sejam os mais notificados, uma vez que, são os mais “palpáveis” pela equipe multidisciplinar e pelos próprios pacientes/ acompanhantes.

A observação direta da prestação de serviços assistenciais e a revisão de registros (prontuários) são aliados importantes para identificar os eventos ocorridos. Porém, o que na maioria das vezes ocorre é a simples identificação destes eventos e a tratativa aguda e imediata.

Enquanto profissionais de saúde devemos sim, identificar os eventos e tratá-los imediatamente para evitarmos maiores transtornos imediatos, porém o diferencial está em traçar planos de ação a fim de promover processos e ações para controlar e possivelmente eliminar o acontecimento desses eventos. Tal postura é que na maior parte das vezes não é observada pelas instituições, principalmente as públicas. Talvez este seja um ponto importante a ser avaliado. Será que o excesso de demanda assistencial impede a implantação de programas e processos que assegurem a segurança do paciente nas instituições públicas? Acredito que seria mais uma ferramenta fundamental para melhoria e organização dos serviços prestados.

Outro fator que precisa ser aprofundado está relacionado às notificações dos eventos aos órgãos competentes. Infelizmente há uma sub notificação que na maioria das vezes é justificada pelo excesso de serviços assistenciais dos profissionais, da não disponibilização de um setor/serviço específico para tal atividade e por último e não menos importante, o desconhecimento dos profissionais sobre a relevância de tal assunto.

Assim, como definido pela própria OMS, o nosso objetivo é investigar e analisar os eventos adversos, disseminando e implementando ações que realmente promovam mudança nas organizações de saúde. Tal posicionamento será positivo tanto para o bem assistencial como para a vida financeira da instituição, já que, como já conhecido por todos, converter os erros é extremamente oneroso para os serviços.

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