A fake news e o mercado empresarial
Os Agilistas Indicam
Quando falamos em eleições, é bem comum que o tema fake news também surja junto com a pauta. Porém, mais que nas decisões governamentais, elas também afetam as empresas.
Você sabia que mais de 60% dos brasileiros já assumiram uma fake news como uma informação verdadeira? É o que diz um levantamento global do Instituto de pesquisas Ipsos.
O termo ‘fake news’ - ou notícia falsa - ficou popularmente conhecido depois do caso das eleições americanas em 2016, onde foram disparadas notícias que não eram verdadeiras e favoreciam, de alguma forma, o candidato Donald Trump.
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Como as fakes news interferem no mercado empresarial?
Em um mundo digital como o nosso, cada vez mais, o consumo de informações costuma ser rápido e, muitas vezes, sem a conferência de fontes confiáveis antes do seu compartilhamento.
O resultado disso é uma visão deturpada dos fatos, o que pode ser prejudicial para as empresas. Na prática, temos um caso que ficou famoso em 2016 que se relaciona com este assunto:
No ano em si, a PepsiCo sofreu uma diminuição de 35% na venda dos seus produtos e uma queda drástica de ações. O motivo? Os simpatizantes do então candidato Donald Trump resolveram boicotar os produtos da marca após uma declaração que a CEO da empresa fez. O mais curioso é que, essa declaração jamais foi feita.
Conclusão: a fake news gera dinheiro através da publicidade que vem junto com os milhares de acessos. Segundo um levantamento de dados do BuzzFeed, as notícias falsas da campanha americana geraram mais engajamento que as verdadeiras, ou seja, mais faturamento. Dessa forma, é importante consumir conteúdos de fontes confiáveis e mais que isso, é preciso que as empresas tenham um plano para lidar com crises, foi isso que salvou a Pepsi rapidamente.
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Fraude eleitoral nas urnas: é possível?
Ainda falando sobre fake news, uma outra questão popularmente divulgada de forma incorreta é sobre a veracidade das urnas eletrônicas. Elas são confiáveis? Para falar sobre isso, o podcast Entre Chaves, da dti digital, conversou com o Professor da UFMG Jeroen Van de Graaf, que há 20 anos estuda sobre o assunto.
Para ele, tanto o voto eletrônico, quanto o voto impresso, apresentam problemas de transparência. O primeiro, por depender de um software e de especialistas técnicos, acaba não sendo 100% transparente, mas em uma possível adulteração do software, o hardware avisaria sobre a mudança, o que é um ponto positivo.
Já o segundo modelo, nos permite fazer uma recontagem de votos, que pode ser feita por pessoas comuns. A princípio, pode parecer mais positivo, mas já foi provado que a recontagem de votos por humanos é falha.
Enfim, para o professor, a fraude no modelo atual utilizado não é impossível de acontecer, mas em grande escala, o que poderia interferir no resultado final, é muito difícil. Para isso, o software de muitas urnas precisaria ser alterado, o que seria um trabalho imenso e inviável em um curto período de tempo.
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Dica do mês
E qual seria uma boa solução para garantir a transparência do sistema de votos? O Professor Jeroen traz alguns caminhos que podem ser eficazes:
“20 anos atrás e até hoje tem pesquisas nesta área e um dos conceitos importantes é o que é chamado de independência do software. A ideia é que, para verificar um bom funcionamento, para poder auditar, você não precisa do software. Este é o grande problema da urna, porque uma verificação com 1 milhão de linhas de código simplesmente ‘não dá’. Então, a pesquisa que tem nesta área está buscando sistemas que não dependem de software [...]
Eu tenho trabalhado em sistemas que o eleitor recebe o comprovante que não revela nada sobre o seu voto e que, mesmo assim, é possível verificá-lo e ter provas matemáticas que o comprovante na mão do eleitor bate com o valor que está aparecendo na página da eleição. Assim, você tem certeza que a apuração foi feita de forma correta.
O desafio nosso, dos pesquisadores, foi exatamente resolver esta contradição aparente entre a integridade da apuração, ou seja, a correção do resultado de um lado e o sigilo do voto do outro lado, porque isso que faz as coisas serem complicadas.”
Gostou da discussão? Então, confira na íntegra o papo entre o Professor Jeroen e o time de segurança da dti digital para o Entre Chaves:
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Citação do mês
“A dúvida é o princípio da sabedoria”
Sócrates