Falando de Propósito

Falando de Propósito


Hoje eu venho falar de um tema que foi incorporado pelo mercado e talvez banalizado pelo conceito distorcido do que seria de fato o que te motiva sair da cama todos os dias e o que além de tudo faz do mundo um lugar melhor

O Propósito.

Hoje em dia, a sensação que eu tenho, é que se não sabemos responder à pergunta: Qual o seu propósito? Você está fora de órbita. Ou, como um barco à deriva no imenso oceano. Tenho estudado sobre o tema Propósito, e uma parte bem interessante, é como existem profundidade que realmente definem o propósito de cada um na essência.

Não é tão simples responder à pergunta, e muito menos saber de fato se você encontrou o seu verdadeiro propósito de vida. E isso é muito comum!

Fiz um curso de coach de carreira durante a pandemia, e adivinha? Rolou a perguntinha do propósito! Bateu aquela angústia, o sentimento de pressão por ter que saber a qualquer custo qual o meu propósito.

Ter um propósito se tornou mais uma coisa, que “tem que fazer”; o que nos deixa angustiados por conta da cobrança de sermos decididos, principalmente porque “O tempo voa”.

A proposta do vídeo que iria fazer sobre o tema é trazer um pouco sobre Propósito. Sobretudo, com intuito de tentar clarear o conceito dessa palavrinha e deixar um ponto de vista, de que ninguém precisa perder noites de sono por conta disso.

Hoje confunde-se muito propósito, ou sentido de vida, com objetivos particulares.

Ou seja, querer comprar um apartamento, casar-se, abrir uma empresa, escrever um livro... Um objetivo é algo temporário, e você não tem como saber se ele é bom ou mal se ele não está inserido harmoniosamente dentro de um propósito. Propósito está sempre no campo do “ser”, e não do “ter”, e justifica a vida como um todo.

Viver guiado por objetivos pessoais pode ser muito angustiante, porque eles só trazem satisfação temporária quando são alcançados. Lembrando que a ideia de propósito não exclui uma vida material digna de nenhuma forma.

As coisas materiais podem ser muito boas quando conectadas a um fim maior do que elas. A nossa esperança depositada em um propósito pode fazer com que a caminhada seja válida e que nos traga preenchimento e felicidade. Há quem diga que sem nenhum tipo de direção nós somos jogados para lá e para cá pelas marés e estamos passando por uma muito forte agora. Vamos falar sobre os tipos de consciência mais a frente, e uma delas é a consciência externa, o ego. A mais comum e que a que geralmente é firmado no propósito de muita gente, de forma superficial que não cultiva a essência de valores humanos, que também traz qualidade de vida, porque vai te deixando em
maior harmonia com todo o resto. A essência de valores humanos, traz a paz de
saber que você está deixando rastros de humanidade por onde passa. Em uma
reportagem de uma revista eletrônica, A Gama, a psicóloga Flavia afirma que não há propósito grande ou pequeno demais —
"o que importa é que seja um reflexo da personalidade de cada um. Escolher
algo desconectado de sua realidade por ambição é que pode levar à infelicidade,
uma das lógicas que leva à demonização do trabalho com propósito. Por outro lado,
é difícil entender que tem um motivo para as pessoas não trabalharem com
propósito: o motivo seria pagar as contas", diz. 

Faz a gente pensar, então que quem trabalhar para pagar as contas, é sem rumo? Sem propósito? Fica a reflexão.

Buscar fazer o que a gente ama, é louvável; mas daí esperar que o trabalho seja o paraíso na terra, o ápice da alegria, uma diversão, não é realista!
E que só encontramos propósito, depois que descobrimos o sentido através do
nosso trabalho, caso contrário estamos por fora de contexto, isso é loucura.
Todo trabalho tem ossos do ofício, que pelo fato de eu gostar que faço, posso tolerar os dessabores que são comuns e fazem parte do percurso. Precisamos ter um
discernimento, principalmente considerando os dias atuais em que encontrar um trabalho,
principalmente para os mais jovens, tem se tornado cada vez mais difícil. Onde,
se eu hoje consegui um trabalho para pagar as contas, não quer dizer que estou
por fora e que não sou uma pessoa sem propósito por isso. 

Acho importante rever os conceitos de propósito e trabalho. Este que pode ser uma das “fatias da pizza” propósito da nossa vida, mas não o absoluto!

Nossa vida é composta por família, saúde, trabalho, financeiro, espiritual…e todo o resto.

 

Falando um pouquinho sobre os conceito por Carl Iung, criador da psicanalise analítica, o O IKIGAI

Repare esta figura:

Se perguntarem para nós quem é você? Certamente vamos responder falando nosso nome, onde nascemos, onde moramos etc… E essa consciência de nós mesmos é o que Carl chama de Ego, que é o que sabemos e temos consciência de nós mesmos. Imagina agora um círculo representando a nossa consciência, este círculo contém todos os conteúdos os quais somos conscientes, incluindo o nosso ego. Mas nós somos mais que este círculo. Imagina agora um segundo círculo um pouco menor dentro do primeiro, sendo que os dois tem o mesmo centro. Este círculo mais no centro é a nosso inconsciente pessoal, que guarda lembranças de vida que não foram assimiladas pelo EGO (consciente). Agora imagina, dentro desse círculo, do inconsciente pessoal, um círculo um pouco menor, ele representa a dimensão do inconsciente coletivo, a qual compartilhado com nossa humanidade. No interior do inconsciente coletivo, imagine um outro círculo, que é chamado de Self, como Iung o chamou. Este é o centro da nossa essência, alma, espírito…representa nossa dimensão espiritual. Fica a reflexão, qual dessas essências ou camadas, representa o nosso eu verdadeiro? Trago a reflexão de onde realmente está vindo a essência do seu propósito? Do seu Self que está ligado aos seus valores, sua raiz? Do seu ego, que se relaciona com o mundo externo? Há certas coisas que o Self deseja manifestar no mundo externo, e não é à toa…tem um propósito. Iung tem uma metáfora sobre o percurso do sol: visto da terra, o sol nasce, se ergue até atingir o ponto máximo ao meio-dia, e depois declina até se por. Segundo Regina Gianet, jornalista e especialista em podcast de mindfulness, faz a analogia que, do nascimento até os 40 anos, seria uma fase de construção. Primeiro o ego se constitui, durante a infância de adolescência, vai criando uma identidade e se adaptando as exigências da vida. Essa fase vai produzir experiencias dolorosas, feridas, complexos…entulhos do processo de construção do ego que são enterrados no inconsciente pessoal. Nessa fase da vida, a gente ta voltada para coisas do mundo exterior…como estudos, carreira, progresso, bem material… as bases da vida. O ponto em que o sol está no auge, ao meio-dia, chamado de Metanoia por Iung, seria uma fase de mudanças. É quando já temos construídas as bases da vida. Como família, profissão, e começamos fazer questionamentos.

 

O sol inicia sua trajetória de declínio, e entramos na segunda fase da vida. Aquilo que nos motiva na juventude, deixa de ter o mesmo brilho. Revemos o que tem valores e importância pra nós. É o momento que começamos a nos voltar pra dentro, e a buscar
um sentido maior da existência. Essa é a fase que a vida interior ganha importância e os entulhos enterrados no inconsciente, a gente vai
precisar olhar pra ele. Curar as feridas emocionais, resolver o que ficou mal
resolvido. Essa é uma fase em que reconhecemos e integramos o que antes era
desconhecido, mas faz parte de nós. E Esse processo de integração, depende á
muito do quanto nosso ego aceitará a se entregar…para que sejamos a partir de então sermos conduzidos pelo
Self(pela alma) e não mais por ele, o Ego(externo). Segundo Gianet esse seria o proposito maior da
existência…nos conhecer por completo. Realizar a totalidade do que
somos. O que Iung chamou de individuação. Um desafio…ir soltando o controle… e ir confiando… Os fatores que compõem o Self, como Saúde, espiritualidade, trabalho…vai se harmonizando com esse propósito maior. O da nossa alma. Então todos temos um propósito…as vezes não é algo gigantesco que tenha a ver com trabalho, como todos
imaginam que deva ser. Mas o simples fato de vc ajudar os seus pais, ser generoso ou querer ser uma pessoa
melhor para você mesmo, é um belo propósito.

 

É isso!! Assim que possível, voltarei a gravar as pílulas no canal...

O tempo está muito corrido, e tenho aprendido a valorizar o tempo desocupada para dar atenção ao presente, a minha família. Mas o objetivo está sendo atingido, mesmo que não seja em forma de vídeo. Não é!?

 

Abraço e até a próxima pílula!
Bruna Bitencourt

 

SOBRE IKIGAI: O conceito japonês para uma vida longa, feliz e saudável é explicado em livros como “Ikigai: Os cinco passos para encontrar seu propósito de vida e ser mais feliz” (Astral Cultural, 2018), do neurocientista Ken Mogi. O autor explica que, no Ocidente, a ideia ficou conhecida por um diagrama usado para descobrir o trabalho ideal que mostra o ikigai como uma intersecção entre o que você ama fazer, o que você é bom fazendo, o que o mundo precisa e o que pode te trazer dinheiro. Segundo ele, ikigai pode ser tudo o que dá sentido e sabor à vida..        

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