Falta controle?

Uma estrutura de concreto não cai. Ou raramente cai. Mas ela avisa. Através de fissuras, deformações, infiltrações, etc.

As obras são de concreto e o material é mais deteriorado por agressividade ambiental do que por problemas de cálculo. O que verdadeiramente coloca em risco de queda de obras não é sua resistência a carregamentos diretos embora estes tenham um forte papel. O que coloca as estruturas na rota do acidente é a ação do ambiente. Mesmo quando causadas por uma carga que deforme e fissure uma estrutura, o que agrava a situação é a corrosão, a ferrugem, que provoca o estufamento das armaduras, a ruptura do concreto que expõe o aço no local e libera o caminho para a destruição da estrutura.

Tanto que hoje a definição da resistência é determinada com base em Classes de Agressividade ambiental. Aquela que demonstra mais risco de deterioração será contemplada com maior resistência, consumo mínimo de cimento, menor relação água/cimento, maior espessura de cobrimento de proteção sobre as armaduras superficiais. A resistência, que sempre foi a responsável pela Qualidade das obras, pela segurança das mesmas é hoje um fator de conformidade com a Durabilidade da estrutura, parâmetro que mede se a estrutura terá o desempenho previsto para garantir a Vida Útil, um parâmetro sócio-econômico que interessa realmente aos usuários e proprietários.

Garantir a resistência é um compromisso fácil de ser atendido embora reconheçamos que tem que ser muito bem vigiado pois é a primeira e mais fácil informação disponível na obra, para quem faz controle tecnológico com o apoio de um Engenheiro Tecnologista experiente. Isto porque com boas resistências certamente temos um excelente concreto . Não apenas pelas resistências mas pela uniformidade de resultados, garantindo a relação água/cimento e o consumo de cimento sob controle e com isto tendo concretos duráveis e econômicos, sem perdas durante a execução e com desempenho adequado no uso.