Família: a minha, a tua e a nossa
Se [os cunhados] nos acolhem e aceitam, e nós também fazemos por isso, acabam por se tornar aliados nos desabafos, quase como uma válvula de escape para as nossas irritações.
Querida Mãe,
Toda a gente sabe que não é fácil, por muito amor que exista, juntar duas famílias quando duas pessoas se decidem casar. Há sempre formas diferentes de fazer as coisas, sensibilidades e maneiras de lidar com o conflito que podem não só ser diferentes como, até, diametralmente opostas! É mesmo assim e dos melhores conselhos que recebi antes de casar foi de um padre que nos preparou para o casamento, e que dizia: “Quando há tensões falem com o vosso marido para que seja ELE a falar com a respetiva família, e vice-versa”. Faz muita diferença receber uma crítica de alguém de dentro ou de alguém de fora, que além do mais irá filtrar o que é mesmo necessário dizer, ajudando a estabelecer uma ponte entre realidades.
Mas, mãe, aquilo que não sabia que era tão importante, e que seria tão maravilhoso, era a descoberta dos cunhados/cunhadas! A cumplicidade que se pode criar com os cunhados, o apoio que podemos receber deles, é enorme porque os irmãos não têm medo de ver os defeitos uns dos outros, sem deixarem por isso de se defender até à morte, o que permite um espaço de liberdade sem sabor a deslealdade. Ou seja, conseguimos partilhar um olhar irritado quando o nosso marido está a ser teimoso ou condescendente, como quem diz “Ai, adoro o teu irmão mas ele é tão teimoso!” e receber uma resposta não verbal que o confirma: “Também o adoro mas, sim, desde miúdo que não dá o braço a torcer”. É que os cunhados, ao contrário dos sogros, não levam os nossos comentários como uma afronta à educação que lhe deram, nem como uma crítica ao ser humano que criaram.
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Para além disto tudo sabem as melhores histórias e não têm pudor em contá-las, o que além de divertido, ajuda-nos a entender melhor a pessoa com quem casámos.
Mãe, resumindo e concluindo, tenho mesmo imensa sorte nos meus cunhados/as, naqueles que são irmãos do meu marido, mas, também, dos “apêndices” que, como eu, se juntaram à família e embora ninguém me tivesse avisado da importância que teriam na minha vida antes de me casar, percebi imediatamente que ou conquistava depressa a irmã mais nova do Eduardo ou nunca ia passar da porta da rua!!!"
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Leia a minha resposta e a birra completa no site do Público.