Felicidade a que preço?
Andréa Goulart
Psicóloga Clínica e Jurídica - Psicóloga Perita pelo TJSP. Psicóloga Assistente Técnica. Avaliação Psicológica. Teste de Rorschach. Quesitos, Laudos e Pareceres. Associada IBDFAM.
Estamos pagando caro demais pela tal da "felicidade". Num outro post, eu escrevi sobre o excesso do uso de medicamentos que está ocorrendo na atualidade. Talvez, essa seja a hora das pessoas perceberem que, para nos tornarmos fortes, devemos encarar e entender o significado de cada sentimento.
É importante deixarmos as pessoas passarem pelas dificuldades. Sempre que fazemos alguma coisa para evitar que uma pessoa enfrente uma dificuldade ou uma dor, na verdade, não estamos lhe fazendo bem, pois estamos impedindo que ela pare, reflita, aprenda, amadureça, evolua. Estamos criando problemas posteriores para ela e para nós também.
Agindo dessa forma criamos dependentes, com cada vez mais dificuldades de assumir a responsabilidade por sua própria vida; estamos também alimentando nosso triste ego protetor que se sente imprescindível, e que em função disso vai assumindo cada vez mais carga, sofrendo e sentido-se vítima da irresponsabilidade do outro.
Sentir raiva, tristeza, ódio, não é ruim! A raiva é bela. A tristeza é bela. O ódio é belo. Mas as coisas belas podem ficar feias. Isso só depende de como você as interpreta.
Se você as condená-las, elas se tornam feias. Se você transformá-las, elas se tornam belas.
A raiva é a não aceitação de uma situação, mostrando que somos capazes de operar transformações. Se a pessoa mostrar-se resistente à mudança, a raiva pode crescer e comprometer o aprendizado de forma global. A tristeza nos faz parar, deitar, colocar a cabeça no travesseiro, chorar um pouco, refletir sobre uma situação que não estava mais funcionando, amadurecermos e passarmos para um novo ciclo. Se a pessoa aceita a tristeza em sua vida, pode virar uma tristeza profunda, uma melancolia e desenvolver uma depressão. O ódio é uma energia estagnada e nos faz aprender o que é aceitação. Se a pessoa incorporar o ódio em sua vida, ela ficará estagnada e não enxergará outras saídas para resolver aquele problema.
E o amor? O amor é um sentimento belo e nobre. Mas amor em demasia, combinado com outros elementos que equivocadamente também são considerados amor, torna-se prejudicial tanto para quem ama, quanto para quem recebe amor.
Assim, lembre-se: se você exagera no modo de sentir um certo fenômeno natural, ele se torna venenoso, ele vai te destruir. Se você o sente de forma equilibrada e sensata, ele ajudará na sua transformação e na sua evolução como ser humano! #PsicologiaClínica #Psicoterapia#LidandoComAsEmoções