Fibras Ópticas Biodegradáveis capaz de coletar Dados Vitais

Por Marco Marcelino

O campo médico está prestes a experimentar uma revolução silenciosa, graças à inovação no uso de fibras ópticas biodegradáveis. Criadas por pesquisadores brasileiros e japoneses, estas fibras têm o potencial de transformar o monitoramento de sinais bioelétricos, como as correntes elétricas que percorrem nosso corpo, desempenhando um papel vital em tudo, desde os batimentos cardíacos até a atividade cerebral.

O que torna essa inovação ainda mais empolgante é o seu foco na sustentabilidade. As fibras são feitas de ágar, um material naturalmente biodegradável extraído de algas vermelhas. Isso contrasta fortemente com as fibras de vidro ou plástico comumente usadas, que podem ser problemáticas para o meio ambiente e para o corpo humano quando usadas em aplicações médicas.

O princípio subjacente é fascinante. Quando exposta a uma fonte de luz coerente, a fibra óptica de ágar produz padrões luminosos chamados de "speckles". Estes padrões podem ser perturbados por estímulos elétricos, como os que percorrem nossos neurônios ou músculos. Essas perturbações nos padrões luminosos podem ser analisadas para monitorar a atividade elétrica no corpo.

Imagine o potencial: monitoramento em tempo real da atividade cerebral durante cirurgias, diagnósticos mais precisos de arritmias cardíacas, ou até interfaces mais eficientes entre humanos e computadores para pessoas com deficiências. E o melhor de tudo, após cumprir seu papel, a fibra pode ser absorvida pelo corpo, eliminando a necessidade de um segundo procedimento cirúrgico para removê-la.

Ainda estamos nos estágios iniciais desta tecnologia emocionante, mas as possibilidades são quase ilimitadas. À medida que avançamos para um futuro mais sustentável e centrado no paciente, fibras ópticas biodegradáveis como estas podem muito bem tornar-se um pilar na medicina do futuro.

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Artigo: "Agar-based optical sensors for electric current measurements"

Autores: Eric Fujiwara, Lidia O. Rosa, Hiromasa Oku, Cristiano M. B. Cordeiro

Revista: Nature Scientific Reports

Volume: 13, Número do Artigo: 13517

DOI: 10.1038/s41598-023-40749-7