Filhos x Trabalho

Filhos x Trabalho

Nós mulheres, algumas vezes passamos por dificuldade de ingresso no mercado de trabalho devido nosso país ainda possuir uma cultura errônea com relação a nossa capacidade de administração da vida pessoal e profissional. Quando temos filhos então, parece que nos tornamos invisíveis para algumas empresas e a garantia de uma vaga pode se tornar um “parto”.

Lembro-me muito bem de já ter ouvido a frase: “para que você quer ter filho? Está no auge de sua carreira profissional, isso só estragaria sua trajetória”, então, isso me assustou e colocou-me a pensar o quanto poderia interferir na minha vida profissional e quão impactante seria se eu tivesse a necessidade de buscar outro emprego. Refleti isso inúmeras vezes, mas não perdi o sonho de ter meu pequeno.

Pois bem, tinha 03 meses que estava numa nova empresa quando descobri minha gravidez, nada planejado, realmente acontecido, então bateu o desespero: como contar para o meu superior? O que aconteceria quando eu voltasse da minha licença maternidade? Seria demitida? Será que eu vou ter coragem de voltar a trabalhar e deixar meu bebê em casa ou ser criado por uma creche? As duvidas eram inúmeras.

Trabalhei até a penúltima semana de gestação, o ambiente da empresa me proporcionou uma gravidez tranquila e sem intercorrências. Meus superiores continuavam acreditando no meu potencial. Chegou então o momento do afastamento e lá se foram 05 meses e meio.

Durante minha licença, a ideia de deixá-lo numa creche foi amadurecendo, pois a vontade de prosseguir com o trabalho que desenvolvia na empresa se mantinha presente e constante. Procuramos uma creche que nos passasse a segurança para entregarmos nosso filho em tempo integral. Encontramos! Então poderia voltar a trabalhar tranquila.  Quando retornei ao trabalho, já em meio à turbulenta crise financeira que o país vem passando, recebi a grata surpresa de uma promoção.

Hoje meu pequeno fica numa creche que ele adora e que nos confiamos plenamente. Nos momentos que estamos com ele, doamos todo nosso tempo para que ele tenha carinho e atenção e jamais se sinta “rejeitado” pelo fato de não estarmos próximos durante a semana. Ele é uma criança feliz e a mãe dele também, pois consegue conciliar o papel de mãe, esposa e profissional.

Sim! Algumas vezes precisaremos sair correndo para atender alguma emergência de nossos pequenos, mas não será por isso que nosso compromisso com a empresa será reduzido ou comprometido.

O motivo de estar contando isso tudo? É que vejo várias mulheres relatando a dificuldade de ingressar ou reingressar no mercado de trabalho depois que tem filhos.

Muitas empresas acreditam que um filho pode atrapalhar o nosso comprometimento. Errado! Posso garantir que em muitas mulheres, o compromisso aumenta após se tornar mãe. Desencadeamos um amadurecimento que reflete positivamente nos lados pessoal e profissional. Penso que se as empresas acreditarem que o potencial profissional das mulheres com filhos não é comprometida e der mais oportunidades, conseguirão comprovar isso.

Tenho um filho de 01 ano e 02 meses e a sorte de estar numa empresa que acredita muito mais na minha capacidade profissional e no meu comprometimento, do que numa possível necessidade de ausência que eu possa vir a ter por ter um filho pequeno.

Adorei Rosi! Parabéns!!

Entre para ver ou adicionar um comentário

Outros artigos de Rosiane Grazziotti

  • Fechamento dos postos de trabalho da Samarco

    Fechamento dos postos de trabalho da Samarco

    Fico impressionada como a dificuldade de condução das coisas acontecem no Brasil. A indefinição e o consenso sobre os…

    5 comentários

Outras pessoas também visualizaram

Conferir tópicos