FINANÇAS PARA CONSELHEIROS
Finanças para Conselheiros

FINANÇAS PARA CONSELHEIROS

1 - Introdução

A etimologia, a origem da palavra FINANÇAS vêm do francês medieval finance, por volta do século 13 e deriva do latim “finis” e que significa “fim” e foi inicialmente utilizado para designar o “fim de uma dívida”. A palavra FINANÇAS para designar a Gestão do dinheiro, a gestão dos recursos financeiros tem seus registros iniciais de utilização a partir de 1770 em textos na Inglaterra.

Finanças para conselheiro diz respeito a orientação financeira por parte dos conselheiros com uma abordagem estratégica e avaliação dos impactos de potenciais e eventos futuros.

Segundo o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa – IBGC, O Conselho é o órgão central da Governança Corporativa e responsável, dentre outros aspectos, pelo direcionamento estratégico de uma organização.

Cita ainda que o papel do Conselho é ser o elo entre a propriedade e a gestão para orientar e supervisionar a relação desta última com as demais partes interessadas.

A função básica de um Conselho é manter, na tomada de decisões, o direcionamento estratégico dos negócios, de acordo com os principais interesses da organização como um todo, protegendo seu patrimônio e maximizando o retorno sobre seus investimentos, (Endeavor).

Conforme a Comissão de Valores Imobiliário – CVM, O conselho deve atuar de forma a proteger o patrimônio da companhia, perseguir a consecução de seu objeto social e orientar a diretoria a fim de maximizar o retorno do investimento, agregando valor ao empreendimento.

As Finanças de um negócio é um Importante item de acompanhamento por parte dos Conselheiros, pois, desdobra em diversos outros pontos relevantes da Governança Corporativa, e o mundo atual exige cada vez mais o conhecimento e atuação dos Conselheiros na proteção da organização.

A figura abaixo demonstra as prioridades dos conselheiros em 2023.

Prioridades dos Conselhos em 2023

2 – Finanças para Conselheiro

O olhar para o futuro levando em consideração o mundo com VUCA e BANI exige dos Conselheiros uma análise focada na condução das organizações para a perenidade considerando os mais diversos cenários possíveis a serem enfrentados ao longo do tempo.

O mundo atual exige dos Conselheiros conhecimentos mesmo que generalistas sobre as Finanças da Organização.

A Visão Tradicional do Conselheiro está no olhar de retrovisor para as Finanças nas reuniões do Conselho, sendo que a Visão Atual exige um olhar à frente das Finanças projetando o negócio.

Os membros do Conselho podem, serem generalista, no entanto precisam serem questionadores. Os membros do conselho não serão expert de finanças, mas o objetivo é ser generalista e questionador.

As finanças para um Conselheiro exigem em relação a Governança:

·         Transparência: O Conselho é responsável por apoiar a cultura de transparência na prestação de contas entre a Gestão e o Conselho para tomada de decisão mais assertiva

·         Compliance: O conselho é responsável por apoiar que a organização cumpra as leis, normas, regulamentos e obrigações fiscais aplicáveis;

·         Auditoria Externa: O conselho é responsável por recomendar ações e ter conhecimento sobre a atuação da auditoria externa independente para emitir parecer acerca das demonstrações financeiras da organização;

·         Relações com Investidores: O conselho é responsável por contribuir na comunicação sobre as informações financeiras com os investidores;

·         Conhecimento: Os membros do conselho devem receber treinamento e conhecimento acerca de temas financeiros e melhores práticas financeiras para tomada de decisão mais assertiva.

Não somente, a visão de uma boa Governança corporativa, faz-se necessário para uma boa gestão de Finanças. Isso é fundamental para ter sucesso na orientação do negócio analisando o presente, mas com um olhar sempre no futuro. Para essa gestão com um olhar para finanças e visão de futuro o conselheiro precisa de:

·         Gestão Orçamentária: A Gestão Orçamentária nasce através do Planejamento Estratégico validado pelo Conselho de através das metas e objetivos direcionados;

·         Investimentos: O conselho é responsável por recomendar boas práticas acerca da política de investimentos da organização propostas pela Gestão, através de suas diretrizes;

·         Relatórios Financeiros: O conselho deve recomendar quais relatórios financeiros periódicos serão fornecidos pela Gestão;

·         Avaliação de Riscos: O conselho deve recomendar que a gestão possua avaliação de riscos financeiros e deve estar ciente dos riscos financeiros enfrentados pela organização e orientar a gestão na mitigação destes riscos;

·         Controles Internos e Auditoria Interna: O Conselho deve recomendar que a gestão possua sistemas robustos de controle interno para prevenção de irregularidades em processos e fraudes.

 Normas e Procedimentos: O Conselho deve orientar à Gestão para que esta possua normas e procedimentos claras e objetivas.

Todos os pontos mencionados acima exigem um planejamento estratégico, sempre alinhado com o propósito, visão, missão e valores do negócio, com metas estratégicas bem definidas, seus projetos e orçamento.

Dessa forma será possível ao Conselheiro, avaliar: Os resultados da empresa, lucratividade e rentabilidade da empresa, as decisões de investimento e financiamento, risco de liquidez e fiscalizar a consistência da execução da estratégia. Esse acompanhamento se faz necessário para o futuro do Negócio, pensando em uma agenda de ampliação, aquisições, empréstimos, investimentos e estoques. 

Os principais indicadores Financeiros que necessitam de acompanhamento muito de perto pelo conselheiro são:

·         Índice de Liquidez: Mede a capacidade da empresa de pagar suas dívidas de curto Prazo;

·         Fluxo de Caixa: Indica a capacidade de geração de caixa da empresa, sendo essencial para entender a saúde financeira;

·         Capital de Giro: Recursos Necessários para o dia a dia das operações;

·         Prazo médio de Recebimento: Tempo Médio que as empresas levam para receberem de seus clientes;

·         Giro de estoque: Eficiência com que o estoque é revertido em Vendas;

·         Endividamento: Divida em relação ao capital próprio da empresa;

·         Retorno de Investimento: Tempo necessário de retorno, referente a um dado investimento;

·         Lucro e Margem Líquida: Resultado final das operações e a eficiência em gerar lucro a partir das receitas;

·         Ebitda: Indicador da geração operacional de caixa da empresa;

·         Valuation: Avaliação do valor de mercado da empresa. Indicador importante  para os investidores e proprietários.

Além dos indicadores Financeiros e não menos importante, os indicadores de negócio precisam de acompanhamento e, é muito importante seu conhecimento para tomada de Gestão, tomada de decisão e estratégia para o futuro da empresa. Os Indicadores chave de um negócio especifico: Varejo, Indústria e Serviços, são:

·         CAC: Custo de aquisição de Clientes;

·         Ticket Médio: Valor médio de compra por Cliente;

·         Venda por m2: Produtividade das vendas em relação a área Física da Loja;

·         Receita média recorrente: Indica a estabilidade da receita ao longo do tempo. crucial para modelos de negócios de assinaturas ou serviços contínuos;

·         NPS: Medida direta da satisfação do Cliente.

·         Churn: Demonstrar a percentagem de clientes que deixam de utilizar o serviço ou produto da empresa em determinado período.

3 – Conclusão

O olhar para o futuro levando em consideração o mundo com VUCA e BANI exige dos Conselheiros uma análise focada na condução das organizações para a perenidade considerando os mais diversos cenários possíveis a serem enfrentados ao longo do tempo.

A frase "Cash is King" busca traduzir a importância do Caixa para manutenção dos negócios. O “Caixa é Rei” expressa a importância do fluxo de caixa para uma operação saudável e para a condução das atividades de forma a manter a perenidade dos negócios e dos bons resultados da organização e nessa ótica o mundo atual exige dos Conselheiros conhecimentos mesmo que generalistas sobre as Finanças da Organização.

“O PESSIMISTA vê dificuldade em cada oportunidade; o OTIMISTA vê oportunidade em cada dificuldade” (Winston Churchill, ex-primeiro ministro do Reino Unido).

4 – Referências Bibliográficas

Aula Programa de Formação de Conselheiro Consultivos – PFCC – Board Academy, ministrado pelo professor Rodrigo Mariano, na disciplina Finanças para Conselheiro.


Leandro Mesquita

Supervisor administrativo na Usina Santa Terezinha

11 m

Excelente! 👏

Osvaldo Silva

Administrador CRA 24570 Conselho Regional de Administração do Paraná

11 m

👏👏👏👏👏👏

Farias Souza, BOARD

LinkedIn Top Voice | Conselheiro de Conselheiros | CEO - Presidente | Lifelong Learner | Investidor e Empreendedor Serial | Crescimento e Inovação | Mentor de Negócios | Apaixonado por Pessoas e Negócios

11 m

🤩💙

Entre para ver ou adicionar um comentário

Outros artigos de Toni Wesley Tavares Santos

Outras pessoas também visualizaram

Conferir tópicos