Finanças para conselhos
Finanças e a governança corporativa
O movimento de governança corporativa vem se fortalecendo e ganhando destaque nos últimos quinze anos desde que as primeiras discussões em torno do assunto surgiram, originalmente, nos Estados Unidos e na Inglaterra, se espalhando depois para outros países.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), a Governança Corporativa pode ser entendida como um sistema pelo qual as sociedades são dirigidas e monitoradas, envolvendo os relacionamentos entre acionistas ou cotistas, o conselho de administração, a diretoria, auditores independente e o conselho Fiscal. As boas práticas de governança corporativa visam aumentar o valor da sociedade, facilitar seu acesso ao capital e contribuir para a sua perenidade.
Através da governança corporativa se manifesta a preocupação em garantir as melhores decisões estratégicas da empresa e que seja tomada de maneira mais eficaz, de modo a garantir a ordem entre os proprietários da empresa e seus altos gerentes, evitando que existam interesses conflitantes.
Neste contexto, surge uma matéria fundamental na busca pela excelência na administração dos negócios, que é a sua gestão econômico-financeira. Já é notório em nosso país o histórico de novas empresa que surgem e encerram suas operações em menos de 3 anos de existência, fruto principalmente do baixo nível de educação financeira dos empreendedores em geral e também da não utilização de um conselho, seja consultivo, de administração ou fiscal, formado por profissionais experientes e que possam agregar valor ao negócio através de uma gestão alinhada às boas práticas de governança.
Estes conselheiros tem como papel assegurar a transparência, não se restringindo apenas ao desempenho econômico-financeiro mas contemplando também outros fatores que norteiam a ação gerencial e que conduzem à preservação e à otimização do valor da organização. Devem assegurar também a equidade e o tratamento justo e isonômico de todos os sócios e demais partes interessadas, levando em consideração seus direitos, deveres, necessidades, interesses e expectativas, a prestação de contas e a responsabilidade corporativa zelando pela viabilidade econômico-financeira da organização, levando em consideração, no seu modelo de negócios, os diversos capitais, sejam eles financeiro, manufaturado, intelectual, humano, social, ambiental, reputacional, etc. tanto no curto, quanto no médio e longo prazo.
Podemos entender que as principais ferramentas que asseguram o controle da propriedade sobre a gestão são o conselho de administração, a diretoria executiva, uma auditoria independente e o conselho fiscal sendo que este caracteriza-se por ser um órgão não-obrigatório, que tem como objetivo fiscalizar os atos da administração, proporcionar informações aos sócios e opinar sobre questões envolvendo as contas da companhia como demonstrações financeiras, modificações de capital, incorporação, emissão de debêntures, investimentos, etc.
Finanças, mercado e tomada de decisões
A dinamicidade presente no mercado financeiro é tão ou mais intensa que a velocidade com a qual uma ação pode mudar o seu comportamento. Com o passar dos anos, fica cada vez mais clara a necessidade de incorporar à análise das finanças, os aspectos comportamentais e os impactos que a informação pode ter no desempenho de uma empresa.
Ao analisar os aspectos fundamentais para o funcionamento do mercado financeiro, podemos apontar a características de personalidade dos empreendedores, e como seu comportamento pode influenciar na estrutura de capital de uma empresa, trazendo à tona um dos aspectos comportamentais sob o qual as finanças podem ser avaliadas.
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Outra característica importante é o impacto que as informações podem ter sobre o desempenho de ações ou sobre os resultados de uma companhia. Obter informação confiável tornou-se uma arma poderosa para se conseguir um maior controle sobre o mercado financeiro. Informações podem trazer impactos sobre os preços das ações e sobre o valor de mercado das empresas, sinalizando que é preciso focar cada vez mais em boas práticas de governança, a fim de evitar o poder das informações traga consequências indesejadas para o desempenho de uma companhia.
Portanto, entender as finanças corporativas é uma forma de entender o retorno que uma empresa tem em relação a seus investimentos e seu capital de giro, por exemplo. Sendo assim, quando se fala em finanças corporativas, fala-se de todas as atividades financeiras que fazem parte do dia a dia de uma corporação.
Uma empresa que possui suas finanças corporativas bem planejadas tende a trazer bons retornos aos seus acionistas pois tem a gestão financeira voltada para o longo prazo, o que costuma gerar retornos na bolsa de valores.
Poder contar com uma boa equipe financeira pode ajudar e empresário ou gestor executivo a definir como alocar recursos e como fazer financiamentos da melhor forma, por exemplo. Uma vez que toda empresa precisa prestar contas através de seus demonstrativos financeiros, seus gestores podem fazer uso desses documentos para auxiliar o processo de tomada de decisão pois o acesso a dados como o endividamento da companhia por exemplo, pode definir quais projetos podem ser levados adiante de acordo com o grau de risco que a companhia quer se expor. Uma vez que se tem o controle das finanças corporativas, é possível fazer análises dessas conjunturas e tomar as decisões operacionais devidas.
A análise das finanças corporativas é fundamental ao se avaliar principalmente:
· Financiamento de recursos;
· Alocação de capital;
· Administração do capital de giro.
Dessa forma, se essas decisões forem bem feitas, o acionista será beneficiado no longo prazo.