Foco no Resultado - a competência #5 do Líder de Si Mesmo
Equipes de alto desempenho são, antes de qualquer outra coisa, um conjunto de pessoas de alto desempenho.
Pessoas maduras e confiáveis, que trabalham bem, que colaboram, que aprendem, que ensinam, que são exemplos para os mais novos e que tem potencial e vontade de crescer cada vez mais em suas funções. Pessoas que estão abertas para aceitar o novo sem medo e que querem construí-lo junto com a empresa.
Chamamos estas pessoas de Líderes de Si Mesmo.
Ser um Líder de Si Mesmo requer um conjunto de competências. Nós vamos falar de uma delas hoje.
Este artigo será sobre a competência do foco no resultado. De romper a relação burocrática com sua função e entender por quem, para quem e por que você realiza o seu trabalho.
1.
Quando alguém pergunta para você como você mede o resultado do seu trabalho, o que você responde? Se eu te perguntar se a sua semana foi produtiva, o que você vai me responder?
Algumas pessoas medem seu trabalho pelo esforço. Se elas sentem que se esforçaram bastante, se sentem que trabalharam bastante, isto lhes dá um sentido de realização. O cansaço de um dia pleno de trabalho lhes dá uma sensação boa de ter feito a coisa certa, de merecer o dinheiro que ganham. Já senti isto algumas vezes. E é realmente uma boa sensação.
Algumas pessoas medem seu trabalho pela produção. “Trabalhei tantas horas e atendi tantas pessoas. Trabalhei tantos dias e produzi tantas peças. Trabalhei tantas horas e vendi tantas unidades”. Elas gostam de bater metas e da sensação de atingi-las. Gostam de se comparar com as outras e se perceber fortes, potentes.
E algumas pessoas medem seu trabalho pelo resultado dele. Se o cliente ficou satisfeito com o que entregamos para ele. Se o atendimento resolveu de verdade o problema do cliente. Se conseguimos finalizar um projeto e mudamos a vida de alguém dentro ou fora da organização com aquilo que fizemos.
Todas as formas são válidas, mas eu definitivamente gosto mais da última. É como eu meço o resultado do meu trabalho. Eu não conto horas, nem me comparo com ninguém, metas para mim são apenas réguas. Eu meço meu resultado pelo impacto que eu gero na vida dos meus clientes. Eu sempre pergunto se estão satisfeitos com o que realizei. Se fiz por eles o que eles esperavam. Se sua expectativa foi cumprida. Nada me deixa mais feliz do que um sorriso no rosto de um cliente que está feliz com aquilo que eu realizei.
Quando nós trabalhamos diretamente com o cliente, isto é mais fácil de fazer. Mais fácil de perguntar e mais fácil de perceber o resultado. Mas, mesmo para quem não trabalha para o cliente final diretamente, o raciocínio é válido! No fundo todos nós trabalhamos para o cliente final, apenas algumas vezes não percebemos isto. Pessoas em RH selecionam, treinam e avaliam as pessoas que atendem ao cliente. Pessoas em Finanças mantém nossa organização saudável para podermos atender o cliente cada vez melhor. Pessoas que desenvolvem sistemas criam formas mais simples e diretas de satisfazer as necessidades do cliente. O cliente sempre está lá, mesmo que você não veja.
E mesmo que seja difícil fazer a conexão do seu trabalho com o cliente final, eu tenho certeza de que você tem clientes internos na organização. Eu tenho certeza de que o seu trabalho impacta a vida de outras pessoas e que quando você trabalha bem, este impacto é positivo e elas se beneficiam do seu trabalho. E que quando você não trabalha bem, este impacto é menor ou negativo, e elas sentem.
Para mim, esta é forma de medir o sucesso do trabalho. Pelo impacto que ele gera na vida dos outros. Se todos que trabalham em uma empresa impactam positivamente seus clientes externos ou internos e todos na empresa têm um trabalho que é valioso para a organização, esta empresa certamente será bem-sucedida em impactar positivamente seus clientes finais.
E se esta empresa tem um propósito nobre, ela será um veículo de imensa satisfação para seus clientes e para seus funcionários, que se perceberão como partes integrantes na realização deste propósito.
Esta experiência é divina. Você se perceber como parte importante de algo que tem muito valor, faz você se apossar deste valor. Faz o seu trabalho ser valioso. Faz você se sentir valioso.
Quando você tem esta experiência, mesmo que seu trabalho seja repetitivo, ele ganha sabor. Você rompe com o aspecto burocrático dele, de apenas “fazer o que tem que ser feito”. Você percebe o impacto do resultado do seu trabalho no propósito da organização.
Algumas pessoas fazem isto mais naturalmente. E sentem enorme orgulho de trabalhar onde trabalham. E saem renovadas todos os dias de casa para fazer algo que é importante, que lhes dá satisfação.
Outras pessoas não percebem esta conexão e veem seu trabalho apenas como uma meta a ser batida ou um esforço a ser realizado em troca de remuneração, de benefícios, de um cartão de visitas, de uma sala vistosa.
Para estas outras pessoas, a vida é mais dura, a experiência do trabalho é mais árida. Levantar-se da cama de manhã é mais duro. Nenhuma remuneração supera a satisfação de se sentir trabalhando em algo importante.
Esta é a diferença entre a Motivação Extrínseca, que vem de fora para dentro – trabalho em troca de – e a Motivação Intrínseca, que vem de dentro para fora – trabalho por causa de. Pesquisas comportamentais provam que a Motivação Intrínseca é muito, mas muito mais potente que a Extrínseca. Que pessoas motivadas de dentro para fora trabalham mais, produzem mais, produzem melhor e são mais felizes. Um livro bacana sobre isto é o “Motivação 3.0” do ensaísta americano Daniel Pink.
Então... Voltando!
Como é a sua experiência? Como você mede o resultado do seu trabalho? Seu trabalho lhe dá um senso de importância? Ele te dá orgulho? Você se sente feliz por fazer parte desta organização?
Queria te falar uma coisa – se esta não é a sua experiência, uma parte importante da responsabilidade por isto é sua.
Conectar-se com o propósito da organização e medir o seu sucesso pelo sucesso dos seus clientes é uma escolha sua. Não depende de mais ninguém. Não depende de seu chefe, não depende do humor de seus colegas, não depende das condições em que você trabalha. Estas coisas podem ajudar ou atrapalhar. É mais fácil sentir orgulho quando seu chefe também sente e irradia orgulho para a equipe e é mais difícil quando ele é um chato cínico que não liga para o que faz, contando as horas para se aposentar. É mais fácil quando as pessoas à volta são animadas e gostam de trabalhar e mais difícil quando não são. Mas, a escolha da sua experiência interior é apenas sua!
Eu queria te falar algo. Neste mundo supercompetitivo de hoje, se você tem um trabalho, se você tem um lugar no mundo do trabalho, é porque você é importante. Você é necessário. Você tem valor. Se esta não é a sua experiência, tem algo errado. Em você.
Olhe à volta de novo. Perceba para quem você trabalha. Perceba como você impacta ele ou ela positivamente. Perceba exatamente como você tem que atuar para que este impacto seja realmente positivo. E faça. E faça de novo. Faça com vontade. Com vontade é mais gostoso rsrsrs. Com vontade você trabalha melhor. Com vontade você se sente vivo, útil, poderoso, poderosa!
Trabalhe com vontade e deixe o resultado do seu trabalho falar por você. Eu juro para você que sua vida na empresa vai ser melhor, mais plena, mais próspera. Se você fizer isto, você já está na metade do caminho para ser um Líder de Si Mesmo.
Te desejo sucesso!