A força do empreendedorismo
Vivemos tempos complexos no setor econômico, com desempregos, fechamentos de empresas, mas não há dificuldade que faça o povo brasileiro esmorecer. Em 2020, o Brasil deve atingir o maior patamar de empreendedores iniciais das últimas duas décadas, com aproximadamente 25% da população adulta envolvida na abertura de um novo negócio ou com um negócio com até 3,5 anos de atividade. A projeção integra análise da série histórica da pesquisa Global Entrepreneurship Monitor (GEM), que aponta aumento do empreendedorismo inicial, principalmente, em períodos de recessão, como os que ocorreram entre os anos 2008-2009 e entre os anos 2014-2016.
Segundo o último levantamento (GEM 2019), estima-se que existam 53,4 milhões de brasileiros à frente de alguma atividade empreendedora, envolvidos na criação de um novo empreendimento, consolidando um novo negócio ou realizando esforços para manter um empreendimento já estabelecido.
Já dados do Portal do Empreendedor apontam que mais de 327 mil pessoas se formalizaram como MEI (Microempreendedor Individual) no Brasil desde o início da pandemia do novo coronavírus. O total de microempreendedores individuais passou de 9,8 milhões, na segunda quinzena de março, para 10,2 milhões no fim de maio.
O cenário de crise econômica e alta do desemprego favorece um tipo específico de empreendedorismo: o de necessidade. A pesquisa GEM, já citada neste artigo, mostrou que quase 90% dos empreendedores iniciais brasileiros concordam (total ou parcialmente) que a escassez de emprego constitui uma das razões para desenvolver a iniciativa empreendedora com a qual estão envolvidos. Em comparação aos outros 54 países que participaram da pesquisa, o Brasil está entre os 10 países que mais consideram a escassez de emprego como fator motivador para empreender.
Com a pandemia, a tendência de aumento do empreendedorismo não deve acabar. Ao contrário, tem tudo para ganhar ainda mais força. Para empreender é preciso aprofundar-se em conhecimento para que a teoria saia na prática como o pensado. Abrir o próprio negócio requer estudo, esforço e dedicação. Foque a energia e o capital em vender, isto é, traga o dinheiro de fora para dentro da estrutura da empresa.
Quem deseja empreender certamente fará a sua parte para isso, mas que esses empreendedores possam ser vistos como importantes impulsionadores da retomada da economia, com a promoção das políticas públicas para o apoio e fortalecimento do empreendedorismo, para que mais do que de necessidade, ele possa ser de oportunidade.
E você, já tem o seu próprio negócio?